O dia foi de mercados acionários em recuperação em todo o mundo, depois do sufoco com os problemas da incorporadora chinesa Evergrande. Mas boa parte do dia foi de “banho-maria”, aguardando a decisão do FED sobre política monetária e principalmente indícios sobre a retirada de estímulos. Bolsas da Europa fecharam com boas altas, mercado americano ganhou mais força depois da decisão do FOMC, do FED, e puxou também o mercado local.
Logo cedo, tivemos declarações do BOJ (BC japonês) de que a demanda na China e nos EUA não deve desacelerar forte, e que a Evergrande não deve ser problema global. Na China, o governo disse garantir a estabilidade em meio aos desafios. Também circularam notícias de salvamento da Evergrande e consequente estatização. Na zona do euro, a confiança do consumidor subiu para -4 pontos, de previsão de ser -6 pontos.
Nos EUA, as vendas de imóveis usados encolheram 2% em agosto, dentro do previsto. MCConnell, líder da oposição, descartou a possibilidade de calote com relação ao teto da dívida e disse ser essa a responsabilidade dos democratas. O estoque de petróleo americano na semana passada caiu 3,5 milhões de barris.
O pacote de infraestrutura de Biden corre novos riscos com a cisão entre os próprios democratas. O presidente Biden anunciou a compra de mais 500 milhões de doses de vacinas para países pobres e a decisão de fomentar a produção de vacinas, depois de já ter doado mais de 160 milhões de doses para mais de 100 países.
A decisão do FOMC, do FED, veio dentro do esperado, mantendo a política monetária estável, o que significa juros entre 0 e 0,25 e taxa de desconto de 0,2%. O emprego se fortaleceu com a vacinação e apoio político, e setores mais afetados pela pandemia estão melhorando. A política acomodatícia foi mantida, mas se o progresso seguir como esperado será necessário moderar compras de ativos. A inflação de 2021 foi projetada em 4,2% (de 3,4%), mas reflete fatores transitórios, e 2022 em 2,2% (de 2,1%). O PIB foi reprojetado em desaceleração para 5,9% (de 8%) e 2022 com alta de 3,8%.
A coletiva de Jerome Powell, presidente do FED, foi como sempre tranquila, repetindo termos do comunicado sobre trabalho inflação e PIB, mas dando tintas sobre a possibilidade de tapering na reunião de novembro de forma gradual e com elevação de juros ainda distante. O tapering pode durar até meados do próximo ano. Segundo ele, um payroll (criação de vagas na economia) razoável já seria suficiente para retirar estímulos. Falou sobre dirigentes operando nos mercados (não sabia) e sobre o problema Evergrande ser particular da China e sem capacidade de respingo nos EUA.
No mercado internacional, o petróleo WTI, negociado em NY, mostrava alta de 2,14%, com o barril cotado em US$ 72. O euro era transacionado em leve queda para US$ 1,169, e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,31%. O ouro e a prata com boas altas na Comex, e commodities agrícolas com desempenho de alta na Bolsa de Chicago. O minério de ferro registrou forte recuperação em Qingdao, na China, com alta de 16,84% e a tonelada cotada em US$ 108,70.