Por Irmão Hever da Silva Nogueira
Atingir a Finalidade da Maçonaria – Promover o Desenvolvimento da Humanidade - não é uma missão lá muito fácil para os Obreiros da Arte Real.
Entretanto, - para muitos Maçons - parece ser ainda bem mais difícil o seu entendimento e como poderá ser, de fato, atingida.
É bem verdade que a Instituição mostra, com clareza, e propicia ensinamentos secretos, por meio de símbolos, alegorias, encenações, locuções e até mesmo lições implícitas dentro dos seus preceitos e conteúdos, para mostrar que existe um só caminho capaz de possibilitar o desempenho correto do Maçom para atingir a Finalidade da Ordem: o aperfeiçoamento moral, espiritual, intelectual e social do homem/maçom.
Mas, nem sempre, os Maçons se lembram destas doutrinas para torná-las uma constante e conseguir contribuir para que a Ordem alcance a sua Finalidade.
Todavia, tal descuido, tem que ser sanado, não há como ser desconsiderado, uma vez que a própria Maçonaria se expõe ao perigo de chegar à extinção. E, com certeza, cabe às Lojas Maçônicas fazerem com que os Obreiros despertem seus interesses e deslumbrem o caminho a ser percorrido.
Então, buscando cumprir essa responsabilidade, a Aug. Resp.: e Gr.: Benf.: Loja Simb.: Humildade e Fraternidade - 1684, se valeu de um “lembrete permanente” que permanece visível aos olhos de todos os Irmãos, para leva-los a recordar como cumprirem a sua Obrigação.
Em sua Sala de Visita, está exposta uma Obra de Arte.
Sem dúvida, é muito comum que as Obras de Arte sejam vistas como adornos e ornamentos, sendo utilizadas, quase que exclusivamente, na decoração e objetivando apenas embelezar o ambiente.
Entretanto, uma vez observados os seus detalhes, os seus pormenores, há de serem verificadas as características e propriedades diferenciadas que apresentam. E, essas particularidades, na realidade, buscam transmitir as mensagens e as intenções que os seus autores procuraram emitir, ao confeccioná-las.
Assim sendo, a Oficina aproveitou estas minudências e tanto consegue embelezar a sua Sala de Visitas, como transmitir, permanentemente, a Mensagem Maçônica a todos os Obreiros da Arte Real ao observarem “O Caminho do Maçom”
Ao adentrar à Sala de Visitas da Loja Humildade e Fraternidade – 1684 -, o Maçom é induzido a olhar a Obra de Arte e, de imediato, observa o “Olho Que Tudo Vê”.
Certamente, irá lembrar de que é imprescindível ao Maçom invocar a proteção do GADU antes de realizar qualquer empreendimento.
Em seguida, é despertado para observar o restante do quadro.
Percebe pintada uma Pedra Bruta ... Então, lembra que sempre deve olhar para dentro de si, e, ao constatar os seus defeitos, deve desbastar as suas imperfeições, afastar-se dos vícios, abandonar os prazeres das paixões ignóbeis, para extinguir as mesquinharias e desprezar as vaidades pessoais.
Também lhe chama à atenção o mosaico pintado em preto e branco. Assim, associando as imagens já observadas, identifica que sob a égide de Deus, o Maçom poderá, não só enfrentar, mas sobretudo ultrapassar e vencer os percalços, os conflitos e os empecilhos, que irá se defrontar no transcurso de sua Trajetória.
Continuando a observação do quadro, percebe as Ferramentas usadas pelos Pedreiros Livres sequenciando a caminhada do Maçom. À medida que vai identificando cada uma, consegue se recordar dos simbolismos e de seus significados. E, com sabedoria e habilidade, passa a recordar as lições que elas transmitem:
- o Malho, a moderar as suas vontades, as suas energias e as suas ações;
- o cinzel, a agir com perseverança, desbastando as suas imperfeições e aflorando as suas boas qualidades;
- a Trolha - a revestir com a perfeição as paredes da solidariedade humana;
- o Nível – a nivelar suas condutas e regular suas ações;
- a Corda – a amarrar as estacas na construção dos Templos à Virtude;
- o Esquadro - a viver em sociedade, com dignidade e retidão moral;
- o Compasso - a entender e aceitar os seus limites;
- a Régua - a traçar o seu dia dividindo-o em partes de trabalho, de recreio e de repouso;
- o Prumo - a dispor com perfeição os muros de seu Templo Interior; e,
- a Alavanca - a moderar a sua vontade com inteligência e com bondade.
A pintura do Livro da Lei, no quadrante de baixo, avulta-lhe os Preceitos transcritos e lhe induz que o seu caminho, como Maçom, está concluindo.
Lembra, então, que é daquela maneira que o Maçom alcança o seu Aperfeiçoamento Moral, Espiritual, Intelectual e Social. e uma vez, corrigidas todas as imperfeições, aparadas as arestas e polidas as faces, deixa de ser a Pedra Bruta e se transforma na Pedra Cubica.
E, como pedra burilada, lapidada e adequada, está totalmente pronto servir de base sólida à construção de seu Templo Interior.
Dessa forma, observa que atingiu ao ápice, em seu Caminho, devendo sair pelo mundo e por meio de seus exemplos propiciar o desenvolvimento da humanidade.
Entrementes, é levado a observar que o quadro apresenta a pintura de ramos e flores de Acácia entra uma balaustrada, então, reconhece que o Caminho do Maçom deve ser, sempre, percorrido com humildade e modéstia, uma vez que a ganância, a cobiça e a arrogância, jamais irão proporcionar o crescimento o Homem Livre e de Bons Costumes.
Nota, por fim, que as disposições das quatro partes do quadro formam uma cruz, cujos braços simbolizam as etnias de todos os Maçons do Mundo, mostrando que mesmo tendo Origens, Culturas, Religiões, Costumes e Crenças, completamente diferentes, os Maçons se unem fraternamente, e, como obreiros da arte real buscam desenvolver o seu Aperfeiçoamento, para desempenharem a Missão de propiciar o desenvolvimento da humanidade.
Ir.: Hever da Silva Nogueira
M.:M.: CIM 97619