Jornal ES Hoje - 2019.Matheus Passos
A Polícia Civil do Espirito Santo (PCES) informou, na tarde desta quinta-feira (24) que pediu o arquivamento do inquérito sobre a morte da jovem Isabela Cassini, de 15 anos na época, ocorrido no dia 25 de outubro de 1999. O assassinato completa, nesta sexta-feira (25), 20 anos.A PCES aproveitou a ocasião e realizou um balanço do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos 20 anos, exames colhidos e diligências realizadas.Isabela morava em Jardim da Penha e, no dia anterior à descoberta de seu corpo, saiu para ir ao Centro de Vitória, visitar uma amiga. A estudante saiu do bairro de ônibus e acabou se perdendo. Suas últimas imagens, registradas pelas câmeras do circuito interno de um posto de combustível, na Avenida Beira-Mar, quando perguntava como chegar ao bairro.O corpo de Isabela foi encontrado na baía de Vitória, próximo a uma ilha entre a Capital e Cariacica, com marcas de estrangulamento, violência sexual, pancadas na cabeça, mordida em um dos ombros e hematomas em um dos seios. Exames realizados pela polícia mostraram que a vítima teria sido jogada na água ainda com vida.Perito Oficial Criminal, Fabrício Pelição ressalta que no período do crime não havia no Espirito Santo um laboratório de DNA forense, no âmbito da Polícia Civil.“O crime ocorreu no ano de 1999 e desde então foi encontrado um perfil positivo de sexo masculino no corpo da vítima, possivelmente de um abuso sexual. A partir daí, toda investigação foi feito comparando o material genético de possíveis suspeitos com o encontrado no corpo da vítima”, esclareceu.
De acordo com o Delegado Geral da Policia Civil, José Darcy Arruda, é angustiante não conseguir chegar ao autor, mas também inocentes não foram presos.“Infelizmente naquela ocasião os recursos eram os mínimos possíveis, não tendo o que temos hoje, que são tecnologias avançadas, câmeras de videomonitoramento, computadores, notebooks. Foram feitas durante esses 20 anos todas as diligências e comunicamos hoje, infelizmente, que ocorreu a prescrição da pretensão punitiva do caso, e o Estado perdeu o direito de punir”, contou Arruda. Diversos fatores influenciaram na prescrição do caso, como boatos por meio de denúncias que também trouxeram empecilhos às investigações. Segundo o delegado que está a frente do caso, o chefe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), José Lopes, tudo era difícil naquela época, inclusive a quantidade efetivo. “Dentro do inquérito nós temos datilografia, ou seja, maquina de escrever. Hoje com as ferramentas que temos nós saímos com 60% das investigações encaminhadas. Foram mais de 61 testemunhas ouvidas e 48 exames de DNA feitos que deram negativo. Infelizmente a época era ruim para a investigação” ressaltou. Denúncia anônimaO deputado estadual Capitão Assumção (PSL) disse, no último dia 7 de outubro, na tribuna da Assembleia Legislativa (Ales), que entregou ao Ministério Público Estadual (MPES) e a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), denúncia com o nome de um ex-policial civil que teria matado a estudante Isabela Cassani.