Políticos, em ano de eleição, lá determinaram "o fim da pandemia". Querem todo mundo na rua e sem máscara. A ciência, no entanto, ainda diz que todos devem tomar cuidado, a pandemia não acabou. Abrir mão da máscara, afirmam cientistas, é prematuro e perigoso

O ministro Alexandre de Moraes suspendeu temporariamente as atividades do Telegram no Brasil a pedido da Polícia Federal. Claro, houve reações, sobretudo dos grupos bolsonaristas e do próprio presidente da república, que usa a plataforma também para passar as suas fake news. O Telegram, que não tem representantes no Brasil, não pode reclamar desconhecimento. Por várias vezes foi convidado pelo presidente do TSE, ministro Edson Fachim, para conversar sobre parâmetros durante as eleições. Todos os convidados foram, menos o Telegram. Definitivamente, nenhuma plataforma pode atuar fora da lei, a margem da legislação do País. O presidente da república classificou como lamentável da decisão do ministro Moraes. É estranho, o presidente da república que é quem deveria dar o exemplo, mas...

Hoje senti a tal da "vergonha alheia". Reportagem da GloboNews mostrou um galpão com toneladas de alimentos, cuidadosamente embalados, prontas para serem enviadas aos refugiados da Ucrânia, que não precisam, pois contam com a atenção de toda a Europa, a rica Europa. Enquanto isso, mais de 25 milhões de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza, na miséria mesmo, sem ter o que comer. Estes brasileiros é que merecem a nossa solidariedade, não os refugiados ucranianos que, apesar da situação triste que estão vivendo, não estão passando e nem sem um teto sobre suas cabeças.  

O cidadão russo não é o culpado pela guerra da Rússia contra Ucrânia. Os dirigentes, de uma maneira, dificilmente consultam o povo para saber se devem ou não iniciar um conflito dessa magnitude. As guerras são estúpidas, sem sentido, descabidas. Todas elas. Não podemos cancelar a arte, a cultura, a gastronomia e o esporte russo só porque os ditadores do País iniciaram uma. Já se adotaram sanções oficiais contra o País, não necessidade que outras entidades ou cidadãos comuns tomem atitudes semelhante. É ignorância! Não tem sentido criar no mundo um sentimento contra os russo, uma russofobia. Eles estão acima das classes dirigentes de seu País e não sabemos, pois não existem pesquisas, se o povo apoia esta investida contra a Ucrânia.

A imprensa ocidental tem seu foco apenas para a guerra entre Rússia e Ucrânia. Conflitos sérios e gravíssimos estão acontecendo em outras partes do mundo, mas a imprensa mantém seus olhos cerrados para estes acontecimentos. No Iêmen, por exemplo, país diuturnamente atacado pela Arábia Saudita, aliado "petrolífero" dos EUA, acontece a maior crise humanitária deste princípio de século e ninguém fala nada, o mundo não se comove, a Europa não abre as suas fronteiras para receber estes refugiados. A cobertura mediática é hipócrita. E falando da imprensa brasileira, enquanto ele se preocupa e cria comoção com os refugiados, aqui no Brasil as coisas seguem rolando, ou melhor, passado boi, boiada, coelhada, cabritada muito mais, sem contestação e sem que ninguém saiba. E o País continua com mais de 20 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha de pobreza, miséria mesmo, e ficando cada vez mais invisíveis.   

Ontem e hoje a cidade de São Paulo foi castigada por fortes chuvas. A população já até sabe o horário em que elas vão despencar sobre a cidade. Quem pode se proteger e proteger seus bens o faz, porém, outros não têm como tomar esta medida preventiva. Ficam nas mãos da prefeitura, que parecem atadas, nada fazer para proteger a população, sobretudo sua parcela mais carente da periferia. A cidade ficou submersa. De novo! 

Mais uma entidade brasileira se movimenta para angariar recursos e enviar para socorro dos refugiados da Ucrânia. Como já frisei em post anterior, lamento profundamente o que eles estão vivendo, momento realmente difícil, mas eles têm a Europa de braços abertos para recebê-los. Enquanto os refugiados brancos, loiros e de olhos azuis mexe com a emoção e bolso de cidadãos de todo o mundo, graças a comoção gerada pela imprensa hegemônica, mais de 20 milhões de brasileiros passam dias sem ter o que comer. A miséria, lamentavelmente, voltou a atingir milhões de brasileiros que não contam com o apoio oficial, que extinguiu direitos e reduziu outros. Os brasileiros que vivem, ou melhor, sobrevivem abaixo da linha da pobreza precisam do seu apoio, muito mais dos que os refugiados da Ucrânia. Pense nisso!

Quatro anos já se passaram e ate agora uma pergunta segue sem resposta: Quem mandou matar Marielle? A polícia do Rio de Janeiro é competente para desvendar este "mistério", mas estranhamente até agora nada! Quatro delegados já passaram pelo caso e o caso continua sem ser devidamente elucidado. Os "apertadores de gatilho" já estão presos e vão a júri popular em breve. Eles mataram Marielle e seu motorista, isso já está provado. Mas a mando de quem? A sociedade espera ansiosa por uma resposta.

A cidade de São Paulo, a mais desenvolvida e populosa do Brasil e da América Latina, está simplesmente largada. O prefeito Ricardo Nunes, que sucedeu Bruno Cova, prefeito eleito que faleceu logo após assumir o posto, é de uma inação impressionante. Ou ele apenas circula pela bolha do Jardim, bairro da riqueza paulistana, ou tem medo de anda pelas demais bairros da cidade. Então que acorde cedo e assista ao Bom Dia SP, telejornal da Globo com foco na Metrópole. É demais o que mostram: buracos, lixo, arvores apodrecidas, escolas depredadas, favelas desassistidas, dentre outras mazelas. Agora, mês de março, é tempo das chuvas. A cidade fica submersa. Casas, carros e pessoas, infelizmente, tudo debaixo d'agua. Não é raro perdermos vidas. Todos estas acontecimentos são previsíveis e poderiam ser evitados ou mitigados se houve zeladoria e gerenciamento. O trabalho de prevenção ajudaria muito. Em paralelo temos a Câmara Municipal que, em meu modo de ver, ajuda muito pouco. Eles são bons em nomear ruas, praças e avenidas. Apenas! Porém, todos têm polpudos salários, gabinetes com inúmeros auxiliares, carros de última geração - e com motoristas - e um belíssimo plano de saúde. Mas trabalho em prol do povo e da cidade, vem não, aqui não tem!  

Já disse aqui, por muitas vezes, que a miséria no Brasil, que já atinge mais de 20 milhões de pessoas, vai aumentar os casos de violência. As pessoas precisam comer, dar de comer aos seus. Não existem políticas publicas para dar suporte a estas pessoas neste momento difícil que estão passando. Não há empregos, não existe políticas para gerar empregos. Já são mais de 40 milhões de brasileiros desempregados, somando aqueles que procuram e os que desistiram depois de inúmeras andanças infrutíferas. Nem bico se consegue. As leis trabalhistas foram extintas nos governos Temer e Bolsonaro. Eles tiraram direitos prometendo empregos, que nunca chegaram. O descaso com os mais vulneráveis é descarado.