Nenhuma guerra tem sentido. Rússia e Ucrânia deveriam estar superando suas diferenças e divergências em volta de uma mesa de negociação, em uma conversa honesta e civilizada. Alguns países não participam do campo de batalha, porem estão dentro do conflito e contribuindo para agravá-lo. Infelizmente, o número de refugiados cresce dia após dia. É triste vê-los deixando para trás  tudo o que construíram, mas a Comunidade Europeia já disse que está pronta para recebê-los. Que bom, o velho continente tem todas as condições para realizar com sucesso esta ação humanitária. O que não dá para engolir é empresa brasileira fazendo campanha aqui no País para arrecadar fundos visando ajudar os refugiados da Ucrânia. Temos mais de 20 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, miseráveis, literalmente, e pior, entregues à própria. As políticas públicas, que poderia ajudá-los, algumas reduzidas e muitas foram extintas pelos governos que vieram após o golpe contra o governo da presidente Dilma. Nada contra sentir dó e querer se solidarizar com os refugiados do outro lado do mundo, mas e os necessitados daqui, que não tem o que comer e nem onde se abrigar? Eles estão largados à própria sorte e precisam de empatia e solidariedade. Por isso, discordo da promoção oportunista, em meu ver, da companhia aérea azul, que está vendendo passagem imaginárias para Kiev, capital da Ucrânia. O dinheiro arrecadado será doado à Cruz Vermelha para apoiar a fuga dos refugiados.   

Ontem à noite, depois dos aumentos absurdos anunciados pela Petrobras para os preços da gasolina, diesel e álcool, uma cena do passado, num flash de memória de muitos, invadiu o presente. As filas nos postos de combustível lembraram literalmente as filas que formavam nos anos 70 do século XX, quando aconteceram os dois “choques do petróleo”. Naquela época o País vivia uma situação completamente diferente. Não tínhamos nenhuma reserva, o consumo interno era atendido pela importação do produto. Foi nesse período que nasceu o Proálcool e os primeiros carros movidos as este novo combustível. No começo foi difícil, porém com o tempo a tecnologia foi sendo aperfeiçoada e muitos brasileiros passaram a utilizar o produto sem grandes questionamentos. O Proálcool foi um sucesso!

Aquele choque serviu de lição. A Petrobrás investiu em pesquisas e ampliou a busca por novas áreas petrolíferas. O pré-sal, em alto mar, é o maior exemplo, tornou o País quase que autossuficiente. Refinarias também foram construídas. Tudo isso sob o monopólio da Petrobrás. Afinal, trata-se de um setor estratégico para o Brasil. Os aumentos de preços desta semana por certo fizeram chorar os consumidores brasileiros e, no seu inverso, gargalhar os acionistas da Petrobrás, que receberão ao final deste exercício, poupudos rendimentos.

Este aumento absurdo de preços, é óbvio, vai refletir na inflação, que segue avançando célere. São como elos de uma corrente. Um está ligado ao outro. O aumento de preços dos combustíveis vai provocar aumento dos preços dos produtos de diferentes setores, inclusive os de alimentos e higiene. A fatia mais vulnerável da população é que sentirá os reflexos dessas elevações. Tudo no Brasil se movimenta por estradas, carros e caminhões, ambos movidos a combustíveis fosseis!

A internacionalização dos preços da Petrobrás não é culpa de Bolsonaro. Não, não é. Mas sim do governo Temer, que assumiu o governo após o golpe desferido contra o governo eleito da presidente Dilma Rousseff. Ele, com o seu programa “ponte para o futuro”, não só internacionalizou os preços da Petrobrás, como eliminou os direitos trabalhistas e deu os primeiros passos para a reforma da presidência. Este governo, de Bolsonaro, tem culpa porque assumiu o País sem um plano para o seu desenvolvimento e crescimento. Preocupou-se apenas com os seus é aqueles do seu condomínio, ou seja, seus apoiadores. O mesmo pode se dizer do seu ministro da economia, que assumiu a pasta sem um plano econômico. Porém, ele se autodefine como neoliberal.

Pois bem, a incompetência de ambos levou, após cinco anos do golpe, a situação que agora o País vive: desemprego, atraso e miséria. E os aumentos abusivos da Petrobrás vão, certamente, agravar ainda mais a situação de milhões de brasileiros. Não existe política de preços. Este governo é omisso e apenas faz discursos para agradar a trupe.

O Congresso Nacional, o pior da história, vale ressaltar, age, por sua vez, apenas para inglês ver. Porém, são incompetentes preocupados somente em preservar o próximo mandato.  Em lugar do mundo, nem nos governos mais fechados, existe orçamento secreto. Mas aqui existe. E existe por o País tem um governo fraco, que não executa, apenas protege a si e aos seus1

O estrogonofe voltou!

Com certo alarido na mídia, o Dona Onça, restaurante famosinho aqui de São Paulo, há dois ou três dias, anunciou a retirada do seu cardápio do estrogonofe, um prato de origem russa. A decisão, unilateral, sem chances para o contraditório, foi tomada como um protesto contra a Rússia, que invadiu a Ucrânia.

As notícias vindas do Leste da Europa, onde a guerra está sendo travada, sensibilizaram os donos do restaurante paulistano. Não havia alternativa!

Algo precisava ser feito para obstar o avanço russo. Então decidiram cancelar o estrogonofe do cardápio. Não há dúvidas, o presidente russo Wladimir Putin sentiu o golpe. Do outro lado, o presidente ucraniano Zelenskyy por certo foi às lagrimas com este apoio decisivo, vindo de tão longe.

Depois dessa ação do Dona Onça, o presidente Putin deve ir correndo para a mesa de negociação e dar fim a esta guerra descabida. Num gesto de boa vontade, os proprietários do Dona Onça decidiram “descancelar” o estrogonofe e o trouxeram de volta do exílio, ou seja, o prato russo voltou ao cardápio da casa. Espera-se agora que Putin dê o próximo passo.

O Dona Onça não explicou os motivos desse recuo, desse gesto inesperado de boa vontade. Não foi revelado se houve interferência internacional, ameaças, pedido da OTAN, da ONU ou apenas pressão da freguesia, movida pelo bom senso de seu paladar refinado.

Fato é que quem for ao restaurante, pode pedir novamente o prato russo que lhe será servido com a qualidade de sempre! Deixando um pouco a ironia de lado, esta ação tola e desnecessária do Dona Onça, que deu vergonha alheia em muita gente, se soma a outras tantas, mais contundentes, que estão ocorrendo pelo mundo, como a proibição de espetáculos com artistas russos, mostras de cinema, cancelamento de escritores, apresentações de balé, exclusões e impedimento de esportistas etc.

Uma bobagem sem tamanho. Apesar das negativas, estão sim criando uma russofobia, como se todos russos, por serem russos, têm culpa pelo que está acontecendo na Ucrânia.

A decisão de um País ir à Guerra quase sempre é do seu governo em parceria com as forças armadas. Os seus cidadãos, vale ressaltar, dificilmente é consultado. No caso Rússia e Ucrânia, ninguém perguntou a opinião de ninguém, assim como não perguntam, por exemplo, para os cidadãos norte-americanos se apoiam os bombardeios de seu País à Somália, Iraque, Síria, Afeganistão e tantos outros.

Urge que se acabe neste momento com a hipocrisia. Neste “War” real, onde os mortos e feridos, não raro, são os inocentes, não existem santos. Não há lugar no altar para nenhum deles!

A violência entre os torcedores brasileiros de clubes de futebol está ganhando proporções europeias, ou melhor, britânicas. Lembram-se dos famosos Hooligans, bandos de marmanjos imbecis que iam bêbados e armados aos estádios apenas para arrumar brigas e confusões. Resultado: muitos feridos e morte. O mesmo cenário de violência está se repetido aqui e em outros países da América Latina. No México, outro dia, torcedores invadiram o campo de futebol e a briga foi generalizada. Na Argentina, os populares barra bravas são famosos pelas brigas violentas próximas aos estádios. Estes, inclusive, foram proibidos de entrar no Brasil durante a realização da Copa do Mundo. No nosso país o quadro não nada diferente. Semana passada, antes do clássico mineiro entre Cruzeiro e Atlético, torcedores dos dois times se encontraram e uma briga violenta teve início numa das avenidas de Belo Horizonte. Parece briga marcada, agendada pela Internet. Tem cabimento uma imbecilidade dessas? Essa confusão teve um morto a tiros e muitos feridos por pauladas e pedradas. No dia em que o Palmeiras perdeu para o Chelsea, da Inglaterra, na final do Mundial de Clubes, torcedores alviverdes assistiam juntos a partida, próximo ao estádio do clube, o Allianz Arena. Pois entre eles, torcida única, nasceu uma enorme confusão que resultou em um torcedor morto. Também a tiros!

Aqui já se tentou de tudo, até realizar jogos com apenas uma torcida, dependendo do mando de jogo. Mesmo assim, as brigas acontecem. Nas estações de trem, do metrô e até nas estradas. Não faz muito tempo, emboscaram um ônibus na rodovia dos Imigrantes, que liga São Paulo a Santos, e muitos ficaram feridos.   O futebol, que é entretenimento, se transformou em uma diversão perigosa. Quem tem coragem de levar a família para se divertir num estádio assistindo a um jogo de futebol. Hoje poucos e amanhã, quase ninguém. O risco, até da própria vida, é alto! Mas algo precisa ser feito, urgentemente. O futebol não pode morrer e sem torcedor, o estádio se transforma em velório. Deve-se adotar aqui o mesmo rigor do governo inglês, na época pilotado pela ministra Margareth Thatcher, a famosa dama de ferro. Após a tragédia do estádio de Heysel, em Bruxelas, na Bélgica, muita coisa mudou no futebol mundial. Porém, se tem a impressão de que o momento é de regressão. Aquelas cenas violentas, que marcaram um momento esportivo do século xx, devem estar sendo esquecidas.

O ano era 1985, final da Copa dos Campões da Europa, uma partida super aguardada entre a Juventus, da Itália e Liverpool, da Inglaterra. Estádio lotado! A confusão começou atrás um dos gols onde estavam torcedores de ambos os clubes. A briga começou antes mesmo da bola rolar. Torcedores ingleses derrubaram o alambrado e começou aquele corre-corre desastroso. Saldo dessa violência: 39 mortos e mais de 600 feridos. Em razão deste episódio, os clubes ingleses foram proibidos de participar de competições de futebol na Europa por cinco anos – para o Liverpool, a proibição foi mantida até 1992.

Não sei o que é e nem o que significa esse tal de MBL. Sei apenas que deu sua cara ao mundo logo após as "jornadas de 2013" com o intuito aparente de contribuir para a derrubada o governo legitimo, pois foi democraticamente eleito, pelas urnas, da presidente Dilma.

E na rabeira da farsa da Lava Jata, ganharam ainda mais popularidade e conseguiram eleger alguns deputados que, como mostra a desempenho pífio do grupo na atual legislatura, não decepcionaram os prognósticos dos especialistas na época. São revelaram, além de oportunistas, fracos politicamente.

Fique atento agora na eleição de 22.

Além de eleger este grupo de amadores e incompetentes, que se imaginou poderoso e até acima da lei, ajudou e muito, também, a eleger o presidente que hoje está aí.

Como se percebe, por atos e palavras, não servem para nada!

Outro dia, um de “seus” deputados fez apologia ao nazismo num desses podcasts que estão espalhados pela Internet. E foi acompanhado, acreditem, pelo apresentador do programa. Ambos, apresentador e entrevistado passaram dos limites do bom senso!

Este deputado, estivesse num País onde as instituições funcionam, de fato e não apenas no discurso, já teria o seu mandato cassado.

Mas isso não bastou. Para estes jovens voluntariosos e metidos, pisar na bola pouco é bobagem. Vejam se não.

Eles viram na guerra da Ucrânia e Rússia, por exemplo, uma oportunidade de tirar proveito político e aparecer bem nas fotos para as redes sociais.

Eles foram lá, perto da fronteira com a Polônia, para ver os refugiados de perto. Disseram que iriam ajudar. A quem?

Só que peixe burro morre pela boca.

O tal de Mamãe Falei, que é deputado estadual, gravou um áudio lixo, menosprezado as mulheres ucranianas. E por tabela, todas as mulheres do mundo. E isso mesmo! O áudio lixo vazou para o Brasil e fora dele e agora o brilhante parlamentar brilhante, além do cacete que tomou na imprensa e nas redes sociais, virou tóxico, ninguém quer aparecer ao seu lado.

E já tem um grupo grande deputados estaduais querendo cassar o seu mandato.

Seria uma troca justa pelo tanto de asneira que a sua ignorância e misoginia proferiu.

E seguindo nesse universo invertido, onde o bom senso desceu para o pé. Diz o jornal o Estado de São Paulo que o presidente do MBL ficou nervosinho com essa história de cassar um, cassa o outro e disparou, num ataque de ira, palavras de grosso calão para todos as direções em defesa do Mamãe falhei, o deputado ficou empolgado, como se justificou, com as mulheres da Ucrânia.

Sei não, mas tenho a impressão que o vento não anda a favor desses caras.

E nem pode.

Tá vendo como é importante escolher bem e refletir antes de votar!

Neutralidade e isenção jornalística não existem! Atualmente são raros os profissionais que buscam estar acima dos fatos para enxergá-los e reportá-los como de realmente o são!

Na área esportiva, o noticiário é feito, em boa parte, por jornalistas torcedores. E pior, alguns deles mais apaixonados do que aqueles que gritam, pulam e brigam nas arquibancadas. Como contam com o suporte e força dos veículos para os quais trabalham, muitas vezes interferem na política e na administração dos clubes que torcem.

E tentam interferir também na escalação do time.

O técnico Silvinho, ex-Corinthians, é um exemplo. Acabou com a ameaça de rebaixamento que rondava o time e ainda o classificou para a Libertadores da América. Lembram-se do Brasileirão de 21. Pois é, apesar disso, a imprensa corinthiana não sossegou enquanto não o tirou do Parque São Jorge.

O mesmo acontece agora com o recém-chegado Paulo Sousa, do Flamengo. A imprensa flamenguista já anda queimando o português, excelente profissional, ótimo currículo e que apenas está iniciando o seu trabalho.

Mas não colocou este jogador, seu esquema tático não funcionou, o time penou para ganhar de A ou B etc. Estes são comentários frequentes. Jornalista se acha mais inteligente do que os técnicos. Hoje não basta experiência, precisa estudar e obter licença profissional para se sentar naquele banquinho e escalar o time.

Não é para qualquer Zé Mané da imprensa.

O mesmo acontece na cobertura da guerra Rússia e Ucrânia. A imprensa já adotou um lado e busca fazer a cabeça da audiência.

Pouco se fala das razões do outro lado.

O público é inteligente. Se a imprensa cumprisse o seu papel e informasse em doses iguais sobre os dois lados da notícia e deixasse o público tirar as suas próprias conclusões, sem dúvida todos teriam uma percepção real e verdadeira dos fatos.

Nada justifica a agressão russa. Porém, o público é maduro para definir sua própria opinião.

Não precisa que nenhum jornalista o carregue pela mão. Basta informá-lo corretamente.

Igual acontece no noticiário político. Falam de quase todos os candidatos, porém omitem as ações do ex-presidente Lula. Se ele é bom ou não é outra história, mas ninguém pode negar que ele está à frente das pesquisas e o bom jornalismo diz que o noticiário deve seguir os seus passos.

Afinal, queiram ou não, ele pode vir a ser o novo presidente da república!

Mas a imprensa não quer o Lula, não quer o PT. E também não quer o Ciro e deve ficar com Bolsonaro se não tiver alternativa, que denominaram de 3ª via.

Se Dória e Moro não decolarem....

Os que candidatos que foram inventados até agora, apesar do esforço jornalístico, nenhum decolou.

Esta falta de isenção também se viu no impeachment da ex-presidenta Dilma e depois, na divulgação da Vasa Jato que desmontou por completo, aí sim com provas cabais e por isso irrefutáveis, os processos viciados da Lava Jato.

O público quer pensar com a sua própria cabeça. Quer informações limpas, passadas por uma imprensa honesta, ética e isenta.

Ele quer ter a sua própria opinião, porém baseadas em fatos, reais e verdadeiros, sem retoques.

Sem manipulação.

Ucranianos e estrangeiros que vivem no País estão tentando escapar dos bombardeios russos fugindo para a Polônia, país vizinho que abriu suas fronteiras para esta nova leva de refugiados do Velho Continente. O solo polonês é a primeira etapa de uma viagem que pode ter diferentes destinos. Os países da Comunidade Europeia já avisaram ao mundo que eles estão de coração e braços abertos para receber estes refugiados brancos, loiros e de olhos azuis. Coisa bonita, é de comover! Antes, porém, de se derreterem em lágrimas, vocês precisam saber que esta ação humanitária e solidária, no entanto, mesmo nesses tempos de guerra, não se estende aos cidadãos negros que moram e trabalham legalmente na Ucrânia. Eles, como os demais, obviamente, estão com medo da guerra e, claro, procurando abrigo para se protegerem.

Muitos, já na fronteira, com suas mulheres e filhos, estão encontrando dificuldades para fazer a travessia da fronteira. A passagem está sendo negada por serem negros. Acreditem! E não só na fronteira. Há relatos que também de nos bunkers, os famosos abrigos antiaéreos cidadãos negros não estão conseguindo entrar para se protegerem. É racismo explicito, sem aqueles artifícios indecorosos que por vezes são utilizados para mascará-lo. E a ONU não se manifesta! O mundo não se manifesta!

Já abordei esta situação em post anterior e no meu canal no Youtube, o JF Videocast, onde mostro vídeo com vários jornalistas, de veículos importantes, sensibilizados com a fuga dos ucranianos, dizendo, sem disfarces, que estes refugiados são diferentes, brancos e loiros, nada parecidos com os do Terceiro Mundo que costumam aparecer em botes nas praias da Europa. Organizações do Continente Africano, claro, se manifestaram. Você sabia? Alguém mais soube?  Poucos! Quase ninguém tomou conhecimento deste protesto.

A África não interessa a ninguém. A vida de cidadãs negros, africano ou não importa. Já vimos isso na distribuição das vacinas conta a Covid. Então não é novidade este descaso. Porém, não se pode ficar calado. Temos que nos manifestar, denunciar, acabar de vez com o racismo, sentimento desumano que habita o coração de humanos brancos, de olhos azuis ou não, que se imaginam seres superiores. A ONU faz ouvidos moucos, a OTAN não está nem ai para este problema de refugiados e a Comunidade Europeia, como já dito e repetido, só tem braços abertos para ucranianos brancos, de cabelos loiros e olhos azuis!

O racismo tem que acabar. Somos iguais!

Rússia e Ucrânia disputam simultaneamente dois conflitos: um bélico, com tiros e bombas; o outro de relações públicas, com gestos e palavras. No primeiro, o bélico, os russos incontestavelmente levam vantagem; já no segundo, os ucranianos estão à frente, com larga distância.  Os russos sempre foram militarmente superiores aos ucranianos. Têm maior poder de fogo. A sua vitória já é esperada. Porém, para jogar no campo da comunicação, contam com o presidente sênior Wladimir Putin, carrancudo e de fala dura. Um ex-agente da KGB. Não é, com certeza, do ponto de vista comunicacional, uma figura que pareça simpática, mesmo em tempos de paz.

Os ucranianos, por sua vez, têm como “porta-voz” oficial o seu jovem presidente, Volodymyr Zelenskyy, um ex comediante, ator de tv que sabe interpretar profissionalmente o seu discurso, além de lidar bem com as câmeras e microfones. Ele se coloca como vítima e herói ao mesmo tempo. E nesse papel duplo, invoca irresponsavelmente os países do ocidente para entrar na guerra em defesa de seu País. A Rússia tem argumentos plausíveis para justificar a sua disputa com a Ucrânia. Mas estas diferenças, digamos assim, podem ser discutidas em rodadas de negociação. A ONU existe para isso. Lembrem-se de que ela foi criada logo após a II Guerra Mundial, em 1945, justamente para impedir a sua repetição. A Ucrânia sabe muito de sua localização, de fronteira com a Rússia, e que seu vizinho militarmente poderoso jamais aceitara a sua participação como membro da OTAN. Isso nunca foi segredo, tanto que desde os tempos de Gorbatchev existiam acordos nesse sentido. Como se percebe, é história antiga, mas ainda válida!

Os planos de Putin para a invasão da Ucrânia não são novos. O ocidente já os conhecia. Somente não se sabia a data e o horário que isso aconteceria. Os argumentos do presidente russo são, além de não aceitar a Ucrânia na Otan, coibir os atos de violência contra os cidadãos russos que vivem no país cometidos por grupos de direita e neonazistas, com a complacência do governo de Zelenskyy. A existência de neonazistas no governo ucraniano não é segredo de Estado, é público, tanto que na capital Kiev ruas e avenidas foram batizadas em homenagem a simpatizantes desta ideologia. Porém, se existem neonazistas e uma acusação de perseguição de um povo, cabe a ONU, através de seu braço de Direitos Humanos, buscar saber a verdade, denunciar a situação e seus responsáveis e arrumar um jeito de impedir que siga acontecendo.

Mas isso, vale recordar, se faz em mesas de negociação, não com guerras que, quase sempre, matam apenas inocentes, ainda que fardados. É sim, muitos jovens soldados enviados aos campos de batalha não sabem exatamente a razão de estarem ali, em armas, colocando a sua vida e a de seu oponente, também jovem, sob risco!  A imprensa hegemônica, antes mesmo da guerra ter início, aceitou como verdadeira e inconteste a versão ucraniana do conflito. A Opinião Pública, para formar o seu juízo de valor, tem, no momento, apenas uma versão da história. Os países do Ocidente sabem que a Rússia jamais aceitará a Ucrânia na OTAN. Eles temem a instalação de misseis em suas fronteiras. Uma reação esperada. Aliás, a mesma reação que os EUA tiveram em 1962, quando os Soviéticos tentaram instalar misseis em Cuba. Essa história já está escrita, vale pesquisar. O acontecimento, que fez tremer o mundo naquela ocasião por causa do risco de guerra nuclear, ficou conhecido como a Crise dos Misseis!

O conflito entre Rússia e Ucrânia está produzindo um número considerável de refugiados.

É triste, muito triste ver as pessoas abandonando tudo o que possuem, que levaram anos para conseguir, por causa de uma guerra estúpida e sem sentido como, aliás, são todas das guerras.

Não acho que existam santos em nenhum dos lados.

As motivações são históricas.

A mídia hegemônica, como sempre, tomou partido e expõe de forma insistente a narrativa de apenas um dos lados. Uma pena!

Para se ter uma opinião consistente, se faz necessário sempre ouvir a história real e verdadeira de ambos os lados, qualquer que seja a situação.

É assim que se faz o bom jornalismo.

Pois então, a imprensa internacional está criando comoção em torno dos refugiados ucranianos.

Mulheres e crianças, sobretudo, porque os homens o governo ucraniano está impedindo a saída, obrigando-os a lutar.

Brasileiros sensíveis, empáticos e alguns oportunistas, estão correndo para ajudar estes refugiados ucranianos que já contam com o apoio e acolhimento de toda a Europa.

A rica Europa!

Nada contra se sensibilizar com mais este drama humano,

Porém, antes de meter a mão no bolso e sair contribuindo para ajudá-los financeiramente, é oportuno lembrar que o Brasil conta com mais de 20 milhões de miseráveis.

É sim, miseráveis, que estão largados à própria sorte por este governo que se diz neoliberal.

Não, nada contra você se condoer com o drama ucraniano, mas não se esqueça que aqui, na sua terra, à sua frente, estão brasileiros passando fome, morando na rua, expostos ao calor cada vez mais intenso, ao frio cada vez mais drástico e aos temporais inclementes.

Estes 20 milhões de brasileiros precisam urgentemente da sua ajuda.

E como já disse a imprensa europeia, comparando os refugiados ucranianos com os africanos e asiáticos.

Estes são brancos, olhos azuis, diferentes daqueles do Terceiro Mundo, que acorreram a Europa fugidos da guerra, da miséria e das imposições das mudanças climáticas.

Os refugiados ucranianos estão sendo acolhidos de braços abertos pela Europa, o que está sendo negado aos demais povos.

E aqui no Brasil, os “nossos” miseráveis, estão sozinhos, sem acolhimento.

Chore pela Ucrânia, pela Rússia e por quem você quiser, mas não deixe de chorar e ajudar os seus, que foram esquecidos pelos governantes.

Não é porque não são mostrados pela mídia que o problema não existe ou não é grave.

Se você andar de olhos abertos pelas ruas das principais cidades você vai enxergar, até para não tropeçar, o grande número de brasileiros vivendo em situação de rua.

A pandemia, vale lembrar, agravou ainda mais a situação de todos eles que já sofrem com a falta de emprego.

Antes de sair correndo para participar das vaquinhas em favor dos refugiados da Ucrânia, pense nos brasileiros necessitados que estão ao seu lado

À sua frente!

Os canais de tevê aberta, sobretudo os de forte apelo popular, ofertam à audiência programas policiais que nada tem de jornalístico e também nada de entretenimento. Pela dramaticidade das cenas e locução de seus apresentadores, não é difícil afirmar sem medo de errar que, além de inspirarem o medo, também incitam a violência. É lastimável esta percepção, visto que a sociedade brasileira, vem sendo estimulada pelo governo a se armar, tanto que criou facilidades inúmeras para a compra de armas. A vida é valiosa e precisa ser cuidada. Cuidem-se, não assistam estes programas de baixo nível, que nada informam, apenas criam o medo e, reitero, estimulam a violência