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For the full glossary, go to: https://readbrazilianportuguese.com/rbp-247-a-cigarra-e-a-formiga/
RBP 247: Short Friday — A Cigarra e a Formiga
Era uma vez uma Cigarra. Ela era muito boa vida, adorava aproveitar o tempo livre e detestava o trabalho. De vez em quando ela trabalhava, mas o tempo estava tão bom, por que desperdiçar aquele dia maravilhoso com trabalho? “Trabalho? Eca! Comigo não, violão,” dizia a dona Cigarra. “Eu é que não vou fazer como a trouxa da Formiga e jogar fora os meus anos de juventude.”
E a Formiga de que a Cigarra falava era uma vizinha sua. A Formiga se acordava muito cedo e dormia muito tarde, sempre a trabalhar. Carrega folha daqui, cava buraco dali... Não faltava trabalho para a Formiga fazer. E a Formiga tinha lá suas opiniões sobre a Cigarra. “Imagina só,” dizia para si mesma a Formiga, “quando o inverno chegar, essazinha aí vai sofrer as consequências.”
E a Formiga pensava assim por causa do inverno. Ela era uma formiga jovem e ainda não tinha passado por um inverno em Salvador. Mas todas as outras formigas diziam que era terrível e que nessa época não dava para trabalhar nada, então era bom juntar o máximo de comida agora mesmo. Como se dizia por aí, o seguro morreu de velho.
E numa tarde dessas, a laboriosa Formiga passava por onde a Cigarra tocava seu violão. Quando se viram, elas trocaram um olhar nada amistoso e fizeram um muxoxo.
“Quero ver é quando o inverno chegar,” disse a Formiga, em tom de ameaça.
“Quero ver é quando a idade chegar,” disse a Cigarra em tom de deboche.
Mas o que chegou mesmo foi o inverno.
E, como todo mundo sabe, o inverno em Salvador é uma chuva sem fim. As ruas se alagam, os morros desabam, todo mundo sofre, inclusive sofrem a Formiga e a Cigarra, que são bem ordinárias. A chuva carregou a Formiga e seu formigueiro, a chuva carregou a Cigarra e seu violão, e delas nunca mais se ouviu falar. Mas em outras partes do mundo outras Formigas e outras Cigarras estão brigando, completamente alheias ao inverno que se achega.
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RBP 247: Short Friday — A Cigarra e a Formiga
Era uma vez uma Cigarra. Ela era muito boa vida, adorava aproveitar o tempo livre e detestava o trabalho. De vez em quando ela trabalhava, mas o tempo estava tão bom, por que desperdiçar aquele dia maravilhoso com trabalho? “Trabalho? Eca! Comigo não, violão,” dizia a dona Cigarra. “Eu é que não vou fazer como a trouxa da Formiga e jogar fora os meus anos de juventude.”
E a Formiga de que a Cigarra falava era uma vizinha sua. A Formiga se acordava muito cedo e dormia muito tarde, sempre a trabalhar. Carrega folha daqui, cava buraco dali... Não faltava trabalho para a Formiga fazer. E a Formiga tinha lá suas opiniões sobre a Cigarra. “Imagina só,” dizia para si mesma a Formiga, “quando o inverno chegar, essazinha aí vai sofrer as consequências.”
E a Formiga pensava assim por causa do inverno. Ela era uma formiga jovem e ainda não tinha passado por um inverno em Salvador. Mas todas as outras formigas diziam que era terrível e que nessa época não dava para trabalhar nada, então era bom juntar o máximo de comida agora mesmo. Como se dizia por aí, o seguro morreu de velho.
E numa tarde dessas, a laboriosa Formiga passava por onde a Cigarra tocava seu violão. Quando se viram, elas trocaram um olhar nada amistoso e fizeram um muxoxo.
“Quero ver é quando o inverno chegar,” disse a Formiga, em tom de ameaça.
“Quero ver é quando a idade chegar,” disse a Cigarra em tom de deboche.
Mas o que chegou mesmo foi o inverno.
E, como todo mundo sabe, o inverno em Salvador é uma chuva sem fim. As ruas se alagam, os morros desabam, todo mundo sofre, inclusive sofrem a Formiga e a Cigarra, que são bem ordinárias. A chuva carregou a Formiga e seu formigueiro, a chuva carregou a Cigarra e seu violão, e delas nunca mais se ouviu falar. Mas em outras partes do mundo outras Formigas e outras Cigarras estão brigando, completamente alheias ao inverno que se achega.
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