Nascido no leste do Tibete (Kham), Chagdud Tulku Rinpoche (1930 - 2002) foi um lama da escola Nyingma de Budismo Vajrayana tibetano. Aos quatro anos ele foi reconhecido como um tulku (encarnação de um mestre de meditação), e um recebeu treinamento rigoroso, aprofundoando seus estudos em extensos retiros.

Em 1959, ele escapou da ocupação comunista do Tibete e viveu exilado em comunidades de refugiados na Índia e no Nepal até se estabelecer nos Estados Unidos, em 1979. Em 1994, mudou-se para o Brasil e começou a construção do seu centro principal, o Khadro Ling, no Rio Grande do Sul.

Ao viajar e ensinar constantemente, irradiando entusiasmo e compaixão, tornou-se o lama do coração de centenas de alunos e foi uma inspiração profunda para milhares de outros.

Quando lhe perguntavam por que, aos sessenta e quatro anos, mudou-se para a América do Sul ao invés de permanecer confortavelmente nos Estados Unidos, respondia: “Percebi a fé dos brasileiros e o seu interesse no Budismo e quis ensiná-los”.

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“Quando os pensamentos inundarem sua meditação, direcione-os para a oração. Ore para que o sofrimento não o varra e para que você veja tudo o que surgir como purificação. Na confusão que o sofrimento traz, ore para não criar causas cármicas para mais miséria. Ore também para que você obtenha o poder de conduzir outros das profundezas do samsara para um estado além da tristeza. Ore para que todos os seres sejam libertados dos ciclos intermináveis de sofrimento samsárico”.

Chagdud Tulku Rinpoche.

“Quando os pensamentos surgirem mais uma vez, assuma firmemente o compromisso de praticar o caminho até alcançar a libertação do sofrimento, para o bem de todos os seres. Antes, quando você estava se afogando no oceano do samsara, você não conseguia resgatar os outros. Agora, pelos meios hábeis do caminho, há esperança de fuga. Decida não afundar, decida não abandonar os outros, e então, descanse na paz do relaxamento natural”.

Chagdud Tulku Rinpoche.

“Todos os aspectos da concentração dependem de uma excelente postura de meditação, de preferência a postura de sete pontos de Vairocana. Mantenha as costas bem retas, contraia levemente o queixo, deixe os olhos olharem para baixo, cruze as pernas na postura Vajra (ou seja, com a parte superior do pé direito colocada na coxa esquerda e a parte superior do pé esquerdo colocada na coxa direita), trave os braços esticados enquanto eles descansam na parte superior das coxas (as mãos fecham-se em punhos soltos com o polegar pressionando a parte inferior do dedo anular). Segure as omoplatas para cima como as asas dos abutres e role a língua de volta em direção ao céu da boca. Se for impossível manter esta postura, pelo menos mantenha as costas bem retas, o que permite que os ‘ventos’, ou energias, do corpo sutil se movam sem obstruções e a mente se acomode”.

Chagdud Tulku Rinpoche.

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