
Sign up to save your podcasts
Or


Se nós, brasileiros, conhecemos muito pouco a História de nossos vizinhos hispano-americanos, é certo que desconhecemos ainda mais qualquer coisa que se relacione às Guianas.
Diferentemente dos países falantes do espanhol que nos cercam, cujo passado está repleto de paralelismos com o Brasil, a região das Guianas se constitui como uma verdadeira incógnita, mesmo para os especialistas em História das Américas.
Visitados, no século XVI, pelo corsário britânico Walter Raleigh, que buscava ali o mítico Eldorado, esses territórios começaram a ser ocupados no século XVII por franceses e holandeses. Em fins do século XVIII, os ingleses também se estabeleceram na região. Com uma geografia ao mesmo tempo amazônica e caribenha, não tão favorável economicamente, do ponto de vista europeu, como outros espaços do Novo Mundo, se constituiu como uma região periférica de exploração colonial.
Em termos raciais, é uma das mais diversas das Américas com a presença não somente de populações de origem indígena, africana e europeia, mas também de diversos grupos étnicos oriundos da Ásia como indianos e indonésios.
Com uma história mais próxima das Antilhas que da América do Sul, as Guianas não se tornaram independentes no século XIX. As antigas Guianas Inglesa e Holandesa, hoje respectivamente Guiana e Suriname alcançaram a emancipação somente na segunda metade do século XX. A Guiana Francesa não vivenciou esse processo, constituindo-se ainda hoje como uma coletividade francesa no ultramar, vinculada à Paris e pertencente à Zona do Euro.
A parte francesa das Guianas é, sem dúvida, a que guarda o maior número de relações com o Brasil. Desde que D. João VI invadiu a região em 1809, a fronteira foi alvo de disputas, sendo contestada por franceses e brasileiros até 1900. Hoje, muitos brasileiros, alguns de forma ilegal, buscam na Guiana Francesa melhores condições de vida e um salário em Euro, em especial diante da desvalorização do Real nos últimos anos.
Para discutir essas e outras questões, entrevistamos o historiador Iuri Cavlak, professor da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista na História das Guianas.
Desejamos a todos que aproveitem a entrevista!
Ajudem-nos na divulgação e nos sigam em nossas redes sociais.
Imagem do Episódio:
Manifestação ocorrida em 01 de dezembro de 1975, dias após a efetivação da emancipação do Suriname em 25 de novembro do mesmo ano. Créditos: Bert Verhoeff, 01/12/1975, Nationaal Archief (Suriname).
By Hora Americana5
11 ratings
Se nós, brasileiros, conhecemos muito pouco a História de nossos vizinhos hispano-americanos, é certo que desconhecemos ainda mais qualquer coisa que se relacione às Guianas.
Diferentemente dos países falantes do espanhol que nos cercam, cujo passado está repleto de paralelismos com o Brasil, a região das Guianas se constitui como uma verdadeira incógnita, mesmo para os especialistas em História das Américas.
Visitados, no século XVI, pelo corsário britânico Walter Raleigh, que buscava ali o mítico Eldorado, esses territórios começaram a ser ocupados no século XVII por franceses e holandeses. Em fins do século XVIII, os ingleses também se estabeleceram na região. Com uma geografia ao mesmo tempo amazônica e caribenha, não tão favorável economicamente, do ponto de vista europeu, como outros espaços do Novo Mundo, se constituiu como uma região periférica de exploração colonial.
Em termos raciais, é uma das mais diversas das Américas com a presença não somente de populações de origem indígena, africana e europeia, mas também de diversos grupos étnicos oriundos da Ásia como indianos e indonésios.
Com uma história mais próxima das Antilhas que da América do Sul, as Guianas não se tornaram independentes no século XIX. As antigas Guianas Inglesa e Holandesa, hoje respectivamente Guiana e Suriname alcançaram a emancipação somente na segunda metade do século XX. A Guiana Francesa não vivenciou esse processo, constituindo-se ainda hoje como uma coletividade francesa no ultramar, vinculada à Paris e pertencente à Zona do Euro.
A parte francesa das Guianas é, sem dúvida, a que guarda o maior número de relações com o Brasil. Desde que D. João VI invadiu a região em 1809, a fronteira foi alvo de disputas, sendo contestada por franceses e brasileiros até 1900. Hoje, muitos brasileiros, alguns de forma ilegal, buscam na Guiana Francesa melhores condições de vida e um salário em Euro, em especial diante da desvalorização do Real nos últimos anos.
Para discutir essas e outras questões, entrevistamos o historiador Iuri Cavlak, professor da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista na História das Guianas.
Desejamos a todos que aproveitem a entrevista!
Ajudem-nos na divulgação e nos sigam em nossas redes sociais.
Imagem do Episódio:
Manifestação ocorrida em 01 de dezembro de 1975, dias após a efetivação da emancipação do Suriname em 25 de novembro do mesmo ano. Créditos: Bert Verhoeff, 01/12/1975, Nationaal Archief (Suriname).

174 Listeners

77 Listeners

20 Listeners

44 Listeners

39 Listeners

32 Listeners

14 Listeners

172 Listeners

36 Listeners

58 Listeners

43 Listeners

17 Listeners

95 Listeners

18 Listeners

19 Listeners