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Quando se fala na relação de Jair Bolsonaro com os militares, existe uma espécie de consenso. Bolsonaro sempre foi uma ovelha desgarrada. Um oficial que tinha sido expelido do exército depois de criar uma campanha desastrada por melhores salários, com direito a planos para um atentado a bomba. Depois disso, Bolsonaro teria se feito na política sozinho. Teria se acomodado no baixo clero, até que uma tempestade perfeita se armou.
Em 2013, as ruas foram tomadas por um mar heterogêneo de gente insatisfeita. Depois, a operação Lava-Jato destruiu o resto de credibilidade da classe política. Uma presidente inábil fez de tudo para se reeleger. A oposição questionou o resultado das urnas. Parlamentares oportunistas derrubaram o governo. Assumiu outro político fraco, envolvido em escândalos. O país mergulhou no caos. O candidato à presidência favorito da população foi preso. O candidato azarão foi esfaqueado em plena luz do dia, e ganhou uma projeção impensável.
E os militares? Olharam aquele cavalo selado passando diante deles e resolveram montar. Essa é a tese dominante. E parece razoável. O mundo é cada vez mais caótico, complexo, imprevisível. E a política segue por esse mesmo caminho.
Mas tem gente que vê as coisas de uma forma diferente. Que vê a complexidade do mundo, o caos, a imprevisibilidade, mas que também vê um padrão, um ordenamento. E dentro desse ordenamento Jair Bolsonaro se parece menos com um azarão e mais com uma arma de guerra.
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Episódios relacionados:
69: Grana acima de tudo
49: Conspirações psicodélicas em busca de cérebros livres
46: Bolsonaro sorri na terra da maldade
Entrevistados do episódio
Piero Leirner
Possui graduação em ciências sociais pela Universidade de São Paulo, mestrado em ciência social pela Universidade de São Paulo e doutorado em antropologia social pela Universidade de São Paulo. É professor titular da Universidade Federal de São Carlos. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em antropologia da guerra e em sistemas hierárquicos, atuando principalmente nos seguintes temas: hierarquia, individualismo, estado, guerra e militares. Desde 2013 também realiza pesquisa no alto rio Negro, sobre hierarquia em sistemas tukano. É autor do livro "O Brasil no Espectro de uma Guerra Híbrida: Militares, Operações Psicológicas e Política em uma Perspectiva Etnográfica" (Alameda Casa Editorial, 2020).
Marcelo Pimentel Jorge de Souza
Coronel de Artilharia da reserva do Exército Brasileiro, mestre em ciências militares pela Eceme (Escola de Comando e Estado-Maior do Exército), coautor do livro "Os militares e a crise brasileira" (Alameda Editorial, 2019).
Ficha técnica
Trilha sonora tema: Paulo Gama
Mixagem: João Victor Coura
Design das capas: Cláudia Furnari
Trilha incidental: Blue Dots
Concepção, apresentação, roteiro, e edição: Tomás Chiaverini
4.9
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Quando se fala na relação de Jair Bolsonaro com os militares, existe uma espécie de consenso. Bolsonaro sempre foi uma ovelha desgarrada. Um oficial que tinha sido expelido do exército depois de criar uma campanha desastrada por melhores salários, com direito a planos para um atentado a bomba. Depois disso, Bolsonaro teria se feito na política sozinho. Teria se acomodado no baixo clero, até que uma tempestade perfeita se armou.
Em 2013, as ruas foram tomadas por um mar heterogêneo de gente insatisfeita. Depois, a operação Lava-Jato destruiu o resto de credibilidade da classe política. Uma presidente inábil fez de tudo para se reeleger. A oposição questionou o resultado das urnas. Parlamentares oportunistas derrubaram o governo. Assumiu outro político fraco, envolvido em escândalos. O país mergulhou no caos. O candidato à presidência favorito da população foi preso. O candidato azarão foi esfaqueado em plena luz do dia, e ganhou uma projeção impensável.
E os militares? Olharam aquele cavalo selado passando diante deles e resolveram montar. Essa é a tese dominante. E parece razoável. O mundo é cada vez mais caótico, complexo, imprevisível. E a política segue por esse mesmo caminho.
Mas tem gente que vê as coisas de uma forma diferente. Que vê a complexidade do mundo, o caos, a imprevisibilidade, mas que também vê um padrão, um ordenamento. E dentro desse ordenamento Jair Bolsonaro se parece menos com um azarão e mais com uma arma de guerra.
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Possui graduação em ciências sociais pela Universidade de São Paulo, mestrado em ciência social pela Universidade de São Paulo e doutorado em antropologia social pela Universidade de São Paulo. É professor titular da Universidade Federal de São Carlos. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em antropologia da guerra e em sistemas hierárquicos, atuando principalmente nos seguintes temas: hierarquia, individualismo, estado, guerra e militares. Desde 2013 também realiza pesquisa no alto rio Negro, sobre hierarquia em sistemas tukano. É autor do livro "O Brasil no Espectro de uma Guerra Híbrida: Militares, Operações Psicológicas e Política em uma Perspectiva Etnográfica" (Alameda Casa Editorial, 2020).
Marcelo Pimentel Jorge de Souza
Coronel de Artilharia da reserva do Exército Brasileiro, mestre em ciências militares pela Eceme (Escola de Comando e Estado-Maior do Exército), coautor do livro "Os militares e a crise brasileira" (Alameda Editorial, 2019).
Ficha técnica
Trilha sonora tema: Paulo Gama
Mixagem: João Victor Coura
Design das capas: Cláudia Furnari
Trilha incidental: Blue Dots
Concepção, apresentação, roteiro, e edição: Tomás Chiaverini
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