O mundo está vivendo, desde o final do ano passado, uma pandemia causada por um vírus. Um coronavírus, altamente contagioso e letal, que se espalhou pelos cinco continentes, já deixando um rastro de mortes. Em nosso dia a dia, convivemos com muitas epidemias, podemos dizer que estamos acostumados com elas, mas não devíamos.
Diferentemente desse novo coronavírus que estamos enfrentando, muitas doenças epidêmicas poderiam ser evitadas, com prevenção em relação aos hábitos comportamentais ou vacinas. Esse é o caso da sífilis, uma doença causada por uma bactéria, que esteve controlada no passado e que nos últimos anos voltou a crescer no Brasil. Para se ter uma ideia, de 2010 a 2018, a quantidade de pessoas infectadas pela doença aumentou em 75%.
É sobre a Sífilis que o Oxigênio 87 vai tratar. Uma velha conhecida que vem aterrorizando o sistema público de saúde do Brasil.
As entrevistadas foram a Edy, pessoa trans não-binária que teve sífilis e resolveu tratar abertamente do tema nas redes sociais, a sexóloga Natalia Fernandes, infectologista Ruth Khalili, da Fundação Oswaldo Cruz e a professora do programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza, Maria Alix.
O programa foi produzido pelo Rafael Revadam e pelo Samuel Ribeiro. A apresentação é do Rafael e da Natália Flores, com coordenação geral da professora Simone Pallone de Figueiredo, do Labjor. O programa conta ainda com trabalhos técnicos do Gustavo Campos e do Octávio Augusto, da Rádio Unicamp, e divulgação de Samuel Ribeiro e Helena Ansani.
Músicas:
An Oddly Formal Dance.mp3
Valantis.mp3
Vienna Beat.mp3
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Obs. Deixamos aqui nossos votos para que a pandemia de Covid-19 seja controlada o mais breve possível e que não seja tão severa no Brasil como foi em outros países. E nossa solidariedade a todos aqueles que têm sido afetados por essa terrível doença.
Roteiro completo
Edy: É... isso aconteceu em 2017. E aí eu fui, fiz o teste rápido e tal, e aí deu positivo. Pra mim foi tipo bem... foi bem estranho, foi bem ruim pra falar a verdade, porque... porque por mais que tenha muita informação na internet, ainda... ainda existia e ainda existe né, um senso comum que nos coloca, principalmente quando a gente vai falar de pessoas LGBT, enquanto vetor de doenças sexualmente transmissíveis. E... e aí foi um choque pra mim por conta disso, sabe, não por conta da infecção em si, até porque eu conversei com os médicos, soube que existia um tratamento e que era um tratamento bem tranquilo, precisava fazer um acompanhamento durante um curto período de tempo e tal. Isso até que me aliviou um pouco, mas era mais pela condição social em que as pessoas enxergam, e como as pessoas enxergavam o meu corpo.
Natália: EPIDEMIA. Este é o termo que especialistas usam ao falar da sífilis no Brasil.
Rafael: De acordo com dados do Ministério da Saúde, 18 novos casos de sífilis surgem a cada hora. De 2010 a 2018, a quantidade de pessoas infectadas pela doença aumentou em 75%.
Natália: Mas como uma doença que tá aqui faz séculos ainda segue em alta nos dias de hoje? Para pesquisadores, enquanto falar de sexo ainda for um tabu, doenças que envolvem seu universo continuarão presentes.
Rafael: Porque, na realidade, a sífilis é um problema sério, mas não é nenhum bicho de sete cabeças. E como qualquer problema de saúde, só dá pra pensar nela se a gente conversar de forma aberta e sem preconceitos.
Natália: E no episódio de hoje,