Aquele em que eles falam sobre a felicidade a partir de dois relatórios divulgados recentemente: um o relatório de felicidade futura sob a responsabilidade do Centro de Políticas Sociais da FGV, coordenado por Marcelo Cortes Neri (Disponível: https://www.cps.fgv.br/ibrecps/rede/finais/Etapa3-Pesq_Vot_Texto_parte_1_e_2_fim2.pdf), e outro, o Relatório Anual da Felicidade elaborado pela ONU, em que o Brasil vivencia ano após ano sucessivas quedas ocupando nesse momento o 32º lugar (https://s3.amazonaws.com/happiness-report/2019/WHR19.pdf).
Diante desses documentos os quatro odiados (Bruno, Cássio, Moisés e Osvaldo) elaboram sofisticada análise sobre um elemento subjetivo fundamental à vida humana em sociedade, a felicidade.
Comum ao discurso cotidiano, a famosa “busca pela felicidade” produziu um campo de estudo rico e ao mesmo tempo controverso. Por um lado, diversas áreas do conhecimento humano como a Filosofia, Medicina, Psicologia, Sociologia, quiçá a Economia perscrutando a essência desse fenômeno humano, por outro lado, um mercado ardiloso na produção (livros, filmes, documentários, palestras, cursos e profissões) de fórmulas para a conquista desse estado humano.
Em uma era de relações descartáveis (Bauman, “Amor líquido”), de predomínio do ter sobre o ser, no qual o fetiche da mercadoria (Marx, “O Capital”) subverte a autonomia humana diante de seus produtos, frases como as do poeta Malavolta, “o amor é uma linguagem preexistente entre duas pessoas, que não precisa de tradução’’, soam vazias de sentido e uma quimera na cruel cruzada pela felicidade.
Entre devaneios brasileiros por um futuro feliz diante de um presente de desolador desencanto (Max Weber, “A ética protestante e o espírito do capitalismo”), Cássio, nesse episódio, mergulha nos meandros da mais requintada Filosofia, com o auxílio de um escafandro ajustado por técnicos como Aristóteles (Ética de Nicômaco, 4ª Ed. , 2014, Edipro) e Axel Honneth (Luta por reconhecimento. A gramática moral dos conflitos sociais, 2ª Ed., 2009,Editora 34) reencantando a puerilidade do cotidiano; enquanto Moisés e Osvaldo ajustam a decida desse “homem barco” com referências sociológicas, Bruno como a água translucida desafiada por esses três, molda a todos com uma sensibilidade peculiar.
Enfim, dê um play e ouça a orquestra de prosopopeias e parodias em afinação crítico sentimental sem ser piegas como a auto ajuda ou o coachismo contemporâneo, criado por esses quatros nesse episódio inquietante sobre a felicidade, ora um ideia velha, ora furtiva.
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Bruno é poeta e doutorando em Estudos Literários pela Unesp.
Cássio é graduado em Filosofia e doutor em História pela UFU.
Moisés é iniciado em roadie, direito, gastronomia e graduado em Ciências Sociais pela UFU.
Osvaldo cursou direito e é graduado em Ciências Sociais pela UFU.
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Edição de Arte e Podcast por Vinicius Campelo / [email protected]