Não sei se tu pensas como eu penso
Na madrugada que ri tisnando a noite...
Nem sei se tu amas a luz fosca...
Os ramos que choram para o chão,
As sombras que deslizam nas calçadas...
Não sei o que sentes, do que vibras
Se teus olhos captam o que é belo,
Nas coisas mais banais onde estremeço,
E onde sem querer, sinto um querer
Que inebria a vida de prazer,
Mostrando-me um eu que eu mesmo desconheço...
Não sei qual nada que me atrai
Que força incrível que me leva pelas ruas,
Não sei se pela luz da etérea lua,
Se pelo mistério de um céu púmbleo
Pela saudade de um amor que foi
Dormir nos braços de um outro amor,
Se pelo perfume de uma flor,
Se para encontrar algo diverso
Não sei porque razão eu ando a esmo
Procurando talvez... Quem sabe ao certo...
Procurando divisar no chão deserto,
Os traços d'uma imagem, de mim mesmo...
Poesia de Nêodo Noronha Dias