Por Irmão José Ronaldo Viega Alves.
COMENTÁRIOS INICIAIS:
Na Parte II, a anterior, tomamos conhecimento do pensamento e dos pareceres de consagrados estudiosos da Maçonaria com respeito aos Artífices Dionisíacos. Também, em virtude de que, estes últimos eram adeptos do culto de Dionísio, tivemos noções com respeito ao deus grego Dionísio e ao seu correspondente romano, Baco.
Esta Parte III, será a penúltima. Daremos início praticamente à uma resenha do ensaio de autoria do Irmão Hipólito da Costa, sendo que, a leitura desse texto é que nos proporcionará constatar a premissa que está contida no título do nosso trabalho. Como veremos a seguir, o autor buscou fazer durante grande parte do desenvolvimento do seu esboço uma descrição bastante detalhada sobre as escolas de mistério da antiguidade, Mistérios gregos, Mistérios iniciáticos, os simbolismos originados da observação da natureza, do culto do sol, da crença na imortalidade da alma, entre outros assuntos.
E antes de prosseguirmos: qual é mesmo o significado para o termo esboço (o ensaio de autoria de Hipólito da Costa tem como título: “Esboço para a História dos Artífices Dionisíacos”? 
Esboço
“Um esboço ou sketch é qualquer obra em estado inicial, que se encontre inacabada porque ainda possui muito pouca informação. É o conjunto dos objetos iniciais, mais gerais e elementares da obra a ser composta.” (fonte: wikipédia)
SOBRE OS ANTIGOS MISTÉRIOS, AS DIVINDADES E O CULTO AO SOL 
O primeiro parágrafo do ensaio de Hipólito da Costa começa chamando nossa atenção para os Mistérios dos Antigos, assim como, para as escolas da antiguidade onde esses conhecimentos eram repassados aos iniciados. Tece uma crítica, se referindo ao fato de que essas doutrinas sofreram um verdadeiro descaso em tempos mais modernos, eis que em determinados momentos foram tratadas como absurdos monstruosos, além do fato de ser menosprezadas.
Tais doutrinas que podemos chamar também de sistemas de moralidade, no seu entendimento possuíam a nobre missão de guiar os homens naqueles períodos difíceis atravessados pela humanidade no decorrer da sua história, e deveriam ser, no mínimo, um motivo de agradecimentos dessa mesma humanidade.
Muitas das regras morais embutidas em ensinamentos oriundos dessas escolas de mistérios, foram criadas com base na observação da natureza por homens que eram dados a levar uma vida contemplativa, imersos em seus estudos, com a finalidade de entender o funcionamento do mundo em seu redor.
Na relação direta com esses mistérios, surgiram os nomes de Dionísio, Baco, Osíris, Adonis, Tamuz, Apolo, etc., que foram nomes adotados em vários lugares com o objetivo de designar a Divindade. Há indícios de que essas denominações todas, estavam associadas ao sol.
Com base no testemunho de vários autores da antiguidade, Hipólito da Costa menciona que as divindades de nome, Osíris, Adônis, Baco eram com efeito representações simbólicas do astro rei. 
Nas cerimônias que eram realizadas, havia evidentemente uma morte e uma ressurreição sendo representadas, sendo que, poderia haver um interlúdio entre uma e outra de três dias, mas, que também poderia atingir bem mais, chegando até quinze dias. 
O que fez com que o autor deduzisse que, esse tipo de representação simbólica que descrevia o sol como morto ou escondido por três dias, só poderia ter se originado em uma região onde o sol em determinada época do ano ficava mesmo escondido por um tempo como o que foi descrito. Seria crível então, aceitar a possibilidade de que o culto ao sol teria sido criado no seio de um povo que vivia cerca do círculo polar, e algumas das cerimônias teriam se desenvolvido a partir daquela região. Se proveniente de um povo que vivia em um clima gelado, a adoração do sol e a manutenção de fogos, deveria ter sido introduzida então por estrangeiros na Pérsia. 
Decorrente disso que foi exposto, ou seja, sobre a introdução das práticas ligadas ao culto da adoração ao sol e a manutenção de fogos sagrados na Pérsia,