A mitologia nos ensina que Saturno veio à Terra para ensinar os homens a trabalhar a terra e ajudá-los a organizar sua vida social.
Saturno representa valores, ordem, limites, estabilidade, resistência, consequências. Está associado às noções de foco, dever, disciplina e desempenho.
Governa os ossos e o esqueleto e especialmente a coluna vertebral.
Saturno é o senhor do tempo - Chronos entre os gregos - e representava a paciência, a sabedoria e a lei.
É o planeta mais bonito de nosso sistema e seus maravilhosos anéis ainda não acabaram de nos revelar seus símbolos.
Ainda que a dupla tradição grega e cristã faça do trabalho um sofrimento e um castigo, até mesmo uma maldição (Bíblia), o trabalho é antes de tudo uma atividade útil. Leva o homem a produzir resultados tangíveis. Na física, trabalho é sinônimo de força e, quando fornecido pelo homem, falamos de trabalho motor.
O trabalho, de fato, coloca o homem diante da matéria. Assim o homem molda, forma, transforma, organiza, estrutura e desenvolve, recicla e remodela, evolui.
O trabalho também é sinônimo de uma ação progressiva e contínua (trabalho de erosão, ou trabalho de um órgão), e indica tanto os métodos de seu desenvolvimento quanto as operações específicas de um determinado campo (trabalho agrícola ou doméstico).
O trabalho indica a ação exercida pelo homem sobre a matéria a fim de produzir um resultado útil. O mundo do espírito e da fé abre-nos horizontes, o da matéria ensina-nos limites e regras, forma-nos e educa-nos. Através do trabalho, o homem exerce ação em ambos os mundos. O trabalho é, portanto, um processo pelo qual o homem direciona seus esforços para um objetivo. É, em certo sentido, o exercício da vontade de alguém para um propósito criativo.
A partir daí podemos imaginar-nos mentalmente sobre uma cruz em que o eixo horizontal representa o esforço das nossas mãos, trabalho no mundo, muitas vezes sinónimo de trabalho a ter. E, como muitas vezes acontece, o ter prevalece sobre o ser; os objetos não são mais meios, mas objetivos. Isso leva a uma mudança de valores. Mas sua posse leva a limites porque pertencem ao mundo material, o que temos logo sai do nosso campo e invade o do próximo. Aqui está um segundo significado do eixo horizontal: a coesão, nosso vínculo com os outros, o todo que formamos com nossos semelhantes e o trabalho necessário para organizar uma estrutura coerente e eficiente.
O eixo vertical são os esforços que nos fazem crescer. Cabeça e pernas. Imaginação e vontade. Seguir adiante. Conquiste ou recupere a liberdade. O eixo vertical é a nossa coluna, o que nos distingue dos animais e nos torna humanos, que nos liga ao universo: cabeça no céu, pés no chão.
O trabalho, disse Marx, pertence exclusivamente ao homem porque pressupõe tanto a representação preventiva do objetivo, atenção e vontade sustentada (portanto uma tensão), que é suficiente para diferenciá-lo da atividade instintiva do animal.
O trabalho pertence ao homem e o define melhor. Os dois eixos representados pela cruz são para nós uma lembrança permanente das duas dimensões do nosso trabalho, das duas dimensões da nossa existência: a dimensão humana e o progresso.
A consciência nasce na interseção dos dois eixos.
O verdadeiro trabalho do homem - e mais precisamente do Maçom - é um trabalho de comunicação consigo mesmo e com o mundo que o rodeia. A comunicação deve ser entendida no seu sentido etimológico, o da sua raiz latina communio, que é a expressão cristã da Unidade.
Hoje, com a explosão do setor terciário e o desaparecimento do setor primário, o trabalho do passado, o físico e operacional, foi substituído por um trabalho mais cerebral. O estresse substitui o suor e as dores no corpo, o computador substitui o arado. A responsabilidade substitui o trabalho penoso das tarefas.
No campo da produção, "tudo de uma vez" e "qualidade total" elevaram muito a fasquia dos requisitos, reduzindo os prazos de entrega. As responsabilidades e o comprometimento com o trabalho aument