A performance da mestranda Tertuliana Lustosa, que em uma mesa de antropologia rebolou, mostrou a calcinha e cantou sobre educar com o cu, foi boa para todo mundo. Foi boa para ela que ganhou seguidores, vendeu livros e cresceu no Spotify. Foi boa pros influenciadores de esquerda identitários que mostraram que são livres de preconceitos. Foi boa para os influenciadores de direita que puderam denunciar a devassidão das universidades. Só não foi boa para universidade. E parece que ninguém está nem aí para ela.

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A maneira como a esquerda está conversando sobre o racismo brasileiro, que existe, não está levando a causa do antirracismo à frente. Temos uma longa herança da escravidão com a qual lidar e esta é uma das metas civilizatórias do Brasil. Mas de nada adianta ter um discurso que agrada muito a quem já tem consciência do problema e não traz ninguém novo para a causa.

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Quando a cantora Iza é atacada logo após dar luz a um bebê porque a mão da criança é branca, por que não temos coragem de denunciar a covardia das redes sociais pelo que ela é?

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Na próxima sexta-feira, dia 18, vai estrear no streaming do Meio o filme do Ponto de Partida. Na verdade, o primeiro episódio da série do Ponto de Partida. O assunto? A sociedade que o algoritmo criou. Vem assistir comigo?

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O debate está na roda. Muitos dos comentaristas de esquerda discordam do Pedro a respeito do que deseja a classe C. Outros tantos defendem que a ideia de crescer na vida empreendendo é pura ilusão. Mas será mesmo? A pessoa de classe média baixa não tem escolha que não ser funcionária de empresa grande pelo resto da vida?

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Aceita o seu BO. Incorpora. Pra quem não conhece a expressão, quer dizer o seguinte: não culpa os outros por seu infortúnio. A esquerda não gosta da Classe C e não quer oferecer, para a Classe C, o tipo de Estado que ela deseja. Enquanto isso não mudar, a direita seguirá vencendo.

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Mesmo com o consolo de Boulos no segundo turno em São Paulo, não tem como colorir o que aconteceu. A esquerda perdeu muito, muito, muito feio nesta eleição. Por quê?

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Uma conversa sobre a diferença entre análise e preferências pessoais. Além disso, o streaming do Meio e as perguntas inevitáveis: voto útil é digno? Pesquisas atrapalham as eleições?

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Aperta os cintos. Vai ser com emoção. Quem pega as pesquisas de qualidade não consegue bancar, a dias da eleição municipal, quem chega no segundo turno em São Paulo e Belo Horizonte, ou mesmo se haverá ou não segundo turno no Rio. Por que as pesquisas estão tão diferentes?

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O discurso de Donald Trump, este ano, é bastante mais radical do que foi em 2020 ou 2016. Mudou muito. Se tornou um discurso de estigmatizar minorias bem parecido com um político austríaco dos anos trinta e quarenta. Pois é. Ele mesmo.

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