SEGUNDA, 11/07/2022: Começamos a semana lamentando o que todos já sabíamos que iria acontecer. O ódio incentivado por Bolsonaro causou a primeira vítima nesta eleição. Marcelo Arruda, membro do PT de Foz do Iguaçu, no Paraná, comemorava o seu aniversário de 50 anos na noite de sábado com uma festa temática do presidente Lula e do partido. Um fanático bolsonarista foi até a festa de carro com a esposa e um bebê de colo, ameaçou com arma em punho matar todos os petistas convidados, foi expulso, deixou a família em outro local e voltou para cumprir a ameaça. Ele chegou atirando e acertou Marcelo duas vezes. Já baleado, Marcelo, que era guarda municipal, reagiu em legítima defesa e baleou o assassino. Marcelo morreu no hospital e deixou quatro filhos. O assassino está internado em estado grave.

O primeiro crime político desta campanha eleitoral foi por motivo fútil e estúpido. Infelizmente, a julgar pelas reações anteriores das instituições brasileiras em outros casos de violência, sabemos que esse não será o último. Apenas nas últimas semanas, vários episódios de atentados cometidos por bolsonaristas contra eventos de pré-campanha de Lula foram registrados. O próprio ex-presidente Lula teve que usar colete à prova de balas no comício realizado no centro do Rio de Janeiro.

O Bolsonarismo mata e vai continuar matando porque as polícias estão contaminadas e são coniventes, a justiça é apática e acovardada e a mídia comercial faz falsa equivalência. Se você se posiciona publicamente contra a barbárie bolsonarista e não foi ameaçado de morte, como eu fui diversas vezes e por isso moro fora do Brasil, você é um ponto fora da curva. As ameaças incentivadas pelo presidente são uma constante do ambiente político brasileiro há mais de 4 anos e a polícia ou não investiga ou debocha de quem denuncia (aconteceu comigo), a justiça é covarde e não reage como deveria e a grande mídia comercial, onde o povo se informa, continua pautada pela "escolha muito difícil", normalizando o fascimo e o ódio que Bolsonaro representa.

ADRIANE RAMPAZZO, professora de direito
Nossa colunista fará uma participação extra para comentar o caso do assassinato de Marcelo e o poder do discurso.

CAFÉ COM FARINHA D'ÁGUA, com Danielle Louise e Andressa Algave
A violência e os conflitos no campo no Maranhão.


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SEXTA, 08/07/2022: Na manhã desta sexta-feira o ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe foi vítima de um atentado a tiros em um evento de campanha. Ele discursava quando foi atingido por dois tiros disparados por um militar da Marinha com o uso de uma arma supostamente caseira. Mesmo num país conhecido por ser civilizado, pela ausência de violência e pelo rígido controle de armas, pelo menos 5 atentados como esse contra políticos já ocorreram no passado. Shinzo Abe, de 67 anos, morreu há pouco no hospital.

No Brasil, só ontem tivemos três episódios de violência que podem estar relacionados com a política. O prédio do jornal Folha de São Paulo foi atingido por um tiro, o carro do juiz que mandou prender o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi atacado em Brasília com bosta e uma bomba caseira também com fezes foi jogada no público que participava de um evento com Lula no Rio de Janeiro.

Esses episódios revelam que a segurança dos presidenciáveis é assunto sério e concorrer nas eleições deste ano no país governado pela família amiga das milícias é uma função de alto risco. Se um político de um país que quase não tem armas nas mãos da população foi assassinado a sangue frio, o que resta para o Brasil, onde a posse de armas aumentou 400% no governo Bolsonaro?

PRIMEIRA PLAYLIST, com Walquíria Poiano
Quem é aquele artista que além de amar as músicas, você ama a pessoa? Artistas que você gostaria de fazer amizade, queria que tocasse na sua festa de aniversário e fizesse parte do seu círculo íntimo? Vamos homenagear aqueles artistas que a gente admira no palco e fora dele também :)
Playlists no Spotify https://open.spotify.com/user/1u8hciwa84l1tg4p0iav9s4r3

CAFÉ COM SÉRIE, com Rafaela Santos
As brincadeiras sobre uma segunda temporada de um podcast de true crime permeiam os novos episódios de “Only murders in the building”, do Star+. As piadas também podem servir como uma análise para a difícil tarefa da continuação de uma série que fez sucesso na estreia e terminou a sua história bem amarrada. Nos três primeiros episódios, a história parece repetir o esquema da temporada passada, mas ainda diverte e tem bons momentos com seu texto afiado. É, sobretudo, um reencontro com os charmosos protagonistas e para apreciar a luxuosa participação de Shirley MacLaine.

BALBÚRDIA CAFÉ, com Maria Clara Carneiro e Lielson Zeni
Os balbúrderes gostaram da ideia da playlist de "músicos para ser amigo" da Walquíria Poiano e pensaram em três autoras de quem adorariam ser amigos
- Julie Doucet, autora canadense que acaba de sair pela Veneta. (Entrevista com ela feita pelo Ramon Vitral e texto da MC);
- José Carlos Fernandes, autor português publicado no Brasil pela Devir,
- Flávio Colin, brasileiro falecido em 2002, republicado recentemente pela Conrad, Figura e Pipoca e Nanquim – todos os livros à venda pela Comix (Matéria sobre essas publicações no Universo HQ).

CAFÉ COM POESIA, com Juliana Coelho Netto

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QUINTA, 07/07/2022: A imprensa britânica crava que Boris Johnson aceitou renunciar ao cargo e o anúncio será feito a qualquer momento. O conservador enfrentou uma rebelião no próprio partido, com mais de 50 renúncias no alto escalão do governo. A causa alegada: ele nomeou um deputado acusado de assédio contra dois homens para um cargo mesmo sabendo das denúncias.

No início do ano, Boris Johnson conseguiu se manter no cargo graças à guerra na Ucrânia. Ele estava pela bola 7 por causa do escândalos das festas na residência oficial durante o primeiro lockdown da pandemia.

Homem por trás do brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia que provocou escassez de produtos e de mão-de-obra, Boris Johnson teve um governo marcado por escândalos. No início da pandemia, chegou a ensaiar discurso negacionista, visitou um hospital sem usar máscara. Mas aí ele pegou covid, quase morreu e saiu do hospital supostamente conscientizado. Decretou o lockdown que havia retardado o máximo que conseguiu, mas, comos e soube depois, não cumpriu as próprias regras, participando de festinhas com membros de seu gabinete.

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QUARTA, 06/07/2022: Um reportagem publicada ontem pela agência Pública de jornalismo revela como a senadora Simone Tebet, pré-candidata à presidência pelo MDB, está tentando reposicionar sua marca para se viabilizar como candidata. Assinada pelo jornalista Vasconcelo Quadros, a reportagem é um perfil da senadora com informações que ela não quer que o eleitor lembre.

Simone Tebet é de uma família de ruralistas e possui terras em disputa com indígenas no Mato Grosso do Sul. A disputa na região já resultou, inclusive, em episódios de violência, incluindo um assassinato. No Senado, atuou fortemente contra os interesses dos povos originários.

Agora, tenta se desvincular dessa imagem e passar um ar mais ambientalista. Há poucos dias, sua assessoria foi bloqueada pela Wikipédia, ao tentar mexer em seu perfil, adicionando trechos sobre suas propostas.

O rebranding de Simone Tebet fez com que a senadora perdesse apoios de bolsonaristas do seu próprio partido no seu Estado. Ela ficou conhecida nacionalmente pela atuação na CPI da Covid, onde se apresentava como opositora do governo genocida. Mas, nas votações, estava quase sempre ao lado do governo Bolsonaro.

As coisas que aquele 1% não quer que você saiba estão nessa reportagem da Pública e são assunto do programa de hoje.
PITACOS NO CAFÉ, com Thiago Ferreira
Congresso derruba vetos de Bolsonaro das leis de apoio à cultura Aldir Blanc 2 e Paulo Gustavo.

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TERÇA, 05/07/2022: Os milicos golpistas que puxam saco do Bolsonaro há quase 4 anos estão no paredão. A escolha do general Braga Neto como candidato a vice e as declarações golpistas dele dão o tom do desespero. E não é para menos. Eles sabem que, mesmo que o bolsonarismo tente, o golpe não vai ter sucesso.

E o próximo Comandante em Chefe das Forças Armadas não está nada feliz com os milicos metendo o bedelho na política. Lula subiu o tom contra os militares e, mesmo há 3 meses da eleição, já fala como chefe supremo do pessoal pintor de meio fio. Pela lei, os militares da ativa não podem manifestar posições políticas. No mundo real, durante o governo Bolsonaro, eles fizeram de tudo com a certeza da impunidade.

Será que vem aí o momento de cantar "marcha soldado, cabeça de pastel, se mete na política e vai preso no quartel"? Lula prometeu e nós vamos cobrar.

CARTAS DO RIO TIETÊ, com Paula Bianchi
O papel da Justiça na luta contra a emergência climática nos Estados Unidos e no Brasil.

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SEGUNDA, 04/07/2022: Deu tudo certo, até demais, na passagem de quatro presidenciáveis pela Bahia neste final de semana. Lula, Ciro, Tebet e Bolsonaro estiveram em Salvador ao mesmo tempo para participar das celebrações do feriado de 2 de julho, dia da independência baiana. Lula caminhou no meio do povo, Bolsonaro fez passeio de moto, Ciro e Simone se encontraram e se cumprimentaram. E nenhum incidente foi registrado.

PRIMEIRA INST NCIA, com Adriane Rampazzo
Tema: Os direitos das mulheres no Brasil

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SEXTA, 01/07/2022: Será amanhã um dos maiores testes de civilidade da pré-campanha eleitoral. Os três principais candidatos à presidência estarão na mesma cidade, em Salvador, na Bahia, em eventos que acontecem em um raio de menos de 4 quilômetros.

Nas últimas semanas, a segurança dos pré-candidatos tem sido assunto de debate já que vários episódios foram registrados. Lula tem sido o principal alvo. Em Minas, jogaram agrotóxico com um drone no público do evento do petista. Uma reunião em São Paulo foi invadida por um bolsonarista.

O atual presidente tem enfrentado protestos por onde passa. Além dos gritos de "ei, Bolsonaro, vai tomar no c*", o público tem reagido às declarações do presidente. Ontem ele perguntou, em Campo Grande, o que falta para o Brasil ser feliz e alguém gritou "Lula voltar".

Ciro, por mais que tenha provocado os dois adversários verbalmente, não tem sido alvo de protestos em seus eventos, pelo menos nos últimos meses. No ano passado, ele quase foi agredido por petistas em um protesto contra Bolsonaro ao lado do MBL na Avenida Paulista.

A Bahia comemora em 2 de julho o dia da independência, quando os portugueses começaram a ser expulsos em 1823. O dia é feriado estadual e tradicionalmente há fortes mobilizações. Por isso, os pré-candidatos vão ao Estado amanhã.

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QUINTA, 30/06/2022: Dizem que o sonho do agora ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães era ser o candidato a vice na chapa de Bolsonaro. Ele, de fato, se esforçou pra isso. Foi presença constante nas lives do presidente, tem várias fotos em momentos de descontração ao lado de Bolsonaro e até obrigou os funcionários da Caixa a fazer flexões para puxar o saco do chefe. Mas as possíveis pretensões políticas do Pedrão da Caixa esbarraram no fato de ele se parecer demais com o presidente. Após denúncias de assédio sexual de várias funcionárias, ele teve que pedir demissão e foi substituído por uma mulher na presidência do banco.

O chefe dele já disse para uma colega deputada que não a estuprava porque ela era feia, ontem foi condenado por insinuar que uma jornalista trocava informações por favores sexuais e já justificou a única filha mulher dizendo que foi uma fraquejada. Bolsonaro é um confesso agressor de mulheres e o ex-presidente da Caixa, por mais que seja sua imagem e semelhança, não tem o centrão comprado, perdeu o emprego e agora vai ter que puxar o saco dele em home office - já que ele vai continuar recebendo salário por 6 meses por causa da quarentena imposta a ocupantes de cargos estratégicos.

QUINTA INTERNACIONAL, com Ana Prestes

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QUARTA, 29/06/2022: O presidente da Caixa deve cair hoje porque é acusado de assédio sexual. Pedro Guimarães é um dos nomes mais próximos de Bolsonaro e está no cargo desde o início do governo. Ontem os senadores entregaram o pedido de abertura de uma CPI para investigar a atuação dos pastores no Ministério da Educação. E na Petrobras, um dos 3 ex-presidentes diz que tem provas de que Bolsonaro queria interferir na estatal.

PENSA COMIGO, com Rachel Cor

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