Reinaldo Azevedo e Walfrido Warde trazem mais um Reconversa:

Em entrevista ao “Reconversa”, Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, fala sobre a convivência do governo federal com o Congresso; afirma que Lula voltou a conferir dignidade ao Poder Executivo; diz que o Planalto conseguiu aprovar a maioria das pautas importantes que estavam na sua agenda do primeiro ano; lembra que Arthur Lira atuou para esconjurar golpistas logo depois da eleição e garante que tudo vai bem na convivência com o presidente da Câmara. A ditadura fez com que conhecesse o pai — um metodista que foi preso, torturado e exilado pela ditadura — só aos oito anos, uma razão adicional para ter gosto em participar da reconstrução da vida democrática. Uma conversa maiúscula.

Ele já presidiu o Ibama, comandou a pasta do Desenvolvimento Agrário, foi Ministério da Defesa e titular da Segurança Pública. Nesse resumo, parece que Jungmann tem gosto especial por respostas complexas, mas necessárias, para problemas difíceis. Poucos brasileiros têm a sua experiência e a sua cultura política. Acompanhem uma conversa fascinante. E, sim, ele responde à pergunta que vai no título.

A deputada Sâmia Bonfim (SP) pertence ao PSOL, e isso significa que, no campo progressista, se situa à esquerda. Mas também é membro da ala vista como “radical” no seu próprio partido. Numa notável entrevista ao “Reconversa”, expõe a sua visão de mundo e responde àqueles que sustentam que a reação à vanguarda mudancista está na raiz do crescimento da extrema-direita mundo afora. No ano passado, foi uma das mulheres que ajudaram a conter os delírios reacionários da CPI do MST, um emblema do que o Parlamento brasileiro conseguiu produzir de mais atrasado em sua história. Reconversa é um podcast apresentado pelo jornalista Reinaldo Azevedo e o advogado Walfrido Warde. Novos episódios toda semana. Siga o Reinaldo e o Walfrido nas redes sociais pra saber as datas.

Reconversa recebeu Felipe Nunes, diretor de Pesquisas da Quaest, que responde pela pesquisa “Genial/Quaest”, que se tornou uma referência para a imprensa, políticos, profissionais da área e mercado. Ele publicou há pouco, em companhia do jornalista Thomas Traumann, o livro “Biografia do Abismo”. Eles retratam um país em que as posições estão de tal sorte calcificadas que o diálogo se torna impossível, e a razão falece. Felipe explica o que é a “polarização afetiva” e adverte: sem uma resposta para o devido gerenciamento do Orçamento, o Presidencialismo se tornará inviável. Imperdível!

Em entrevista ao “Reconversa”, Paulo Gonet, procurador-geral da República, diz que o sistema de Justiça não pode ambicionar substituir o povo, que se expressa por intermédio do Congresso, mas que a Constituição de 1988 repudia a inação. Gonet fala sobre os limites da liberdade, o paradoxo da tolerância na democracia, o ativismo judicial virtuoso e o vicioso e o combate ao crime organizado e à corrupção. E não foge de questões polêmicas como a regulação das redes e a descriminação do aborto. Ah, sim: lembra também que inexiste o direito de tentar um golpe de estado.

João Amoêdo empregou bastante tempo e muito dinheiro para tornar viável o Partido Novo e acabou, na prática, expulso de sua própria criação. Entre a decisão de fazer política, segundo uma visão liberal, e sua saída da legenda, o país assistiu à ascensão de Jair Bolsonaro, que logo avançou para uma prática abertamente golpista, e o Novo foi tragado pela extrema-direita. Em 2022, o “banqueiro”, como o chamava a esquerda, anunciou o voto em Lula contra a ameaça às instituições, encarnada pelo “Mito”, cujos partidários passaram a tachá-lo de “comunista”. Neste bate-papo, ele reconstitui essa história, faz uma análise da política brasileira e diz como vê o atual governo. Imperdível.

Destacamos, Walfrido Warde e eu, trechos da entrevista concedida pelo ministro Gilmar Mendes ao “Reconversa”, que foi ao ar no dia 27 de março de 2023. Trata-se, para a tristeza dos desafetos, de um dos mais importantes constitucionalistas do Brasil e do mundo. O encontro deixa claro por quê. Na semana em que se comemora a vitória da democracia sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, pode-se perceber, por esta seleção, que o ministro é, no melhor sentido, um excelente profeta também sobre o passado. O que isso significa? Com o pouco que se sabia, ele leu corretamente a gênese do movimento e antecipou alguns lances da jogada dos fascistoides. Sempre imperdível. Em breve, a Segunda Temporada do podcast.

Destacamos, neste 2 de janeiro de 2024, trechos da entrevista de Guilherme Boulos ao “Reconversa”, que foi ao ar no dia 20 de março do ano passado. Deputado federal (PSOL), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo e um dos líderes do MTST, ele diz que é preciso distinguir o eleitor de Bolsonaro do bolsonarismo; que a extrema-direita se apropria de pautas da esquerda, com soluções simples e erradas; explica o que significa ser de progressista hoje e conta por que abandonou a vida de garoto de classe média alta para morar num acampamento de sem-teto. Nove meses depois, a reconversa ficou ainda mais atual. No dia 23 de janeiro deste ano, tem início a segunda temporada do podcast.

Abaixo, destacamos trechos da entrevista de Fernando Haddad ao “Reconversa”, que foi ao ar no dia 14 de agosto de 2023. Passados quatro meses, fica evidente que ele é bom em prognósticos de curto e de longo prazos. “Vejo uma trilha clara para o meu Brasil, apesar da dor”, cantou Caetano Veloso. Nesse bate-papo, o ministro da Fazenda evidencia ser capaz de conciliar uma “história do futuro” com o apego à realidade.