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Neste episódio #84, o Oxigênio trata da literatura apresentada nas novelas, seja em obras completas como em duas novelas no ar atualmente pelas redes Globo e SBT ou fazendo referências a diversas obras como a novela que se encerra hoje, Bom Sucesso, em transmissão na Rede Globo. E como elas podem estimular a leitura. O aumento em índices de procura por livros clássicos abordados nessas novelas, mostra o poder de comunicação da telenovela no Brasil. O programa contou com entrevistas de Rosane Svartman, uma das autoras da novela Bom Sucesso e da professora da Universidade Municipal de São Caetano do Sul e doutora em comunicação, Daniela Jakubaszko.
O episódio foi apresentado por Samuel Ribeiro e Rafael Revadam. A produção, roteiro e as entrevistas deste episódio são de Rafael Revadam. A revisão do roteiro e coordenação são da professora Simone Pallone, do Labjor, e os trabalhos técnicos de Gustavo Campos e Octávio Augusto, da Rádio Unicamp.
Samuel Ribeiro: Das cinco novelas inéditas em exibição na TV aberta no Brasil atualmente, três giram em torno do universo literário.
Rafael Revadam: Duas delas, Éramos Seis e As aventuras de Poliana, são inspiradas em livros homônimos. A terceira, Bom Sucesso, tem uma editora como núcleo principal e utiliza trechos de obras literárias em sua história, mencionando os títulos e os autores.
Samuel: Estamos vivendo um momento em que produções culturais são questionadas por políticos e apoiadores. Como a censura a uma história em quadrinhos durante a Bienal do Livro, no Rio de Janeiro. E diante de fatos como esse, qual a importância de se falar em literatura? Eu sou o Samuel Ribeiro.
Rafael: Eu sou o Rafael Revadam, e no programa de hoje vamos abordar a literatura por trás das telenovelas.
(Vinheta de abertura do Oxigênio)
Samuel: Foi por causa de uma troca de exames, que a costureira Paloma, vivida por Grazi Massafera, e o editor Alberto, Antonio Fagundes, se conheceram. Ao perceberem a paixão em comum por livros, os dois se tornam amigos e passaram a refletir sobre a vida usando as obras da ficção.
Rafael: Esse é o começo da novela Bom Sucesso, atual novela das 7 da noite, da Rede Globo, escrita por Paulo Halm e Rosane Svartman. A ideia de trazer o universo literário para a televisão veio das vivências da própria Rosane, coautora da novela. É o que ela conta para nós.
Rosane Svartman: Há dois anos eu sou curadora da Arena Jovem, que é um espaço para debates e mesas dentro da Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, que é o maior evento da América Latina dedicado à literatura, né? São mais ou menos 600 mil pessoas que passam pela Bienal, e eu fiquei muito impressionada, como a literatura podia ser popular e como que esse evento, que é um evento comercial, como ele é impactante, como consegui enxergar ali um público muito diverso, interessado na literatura. Então, daí veio a ideia para uma das arenas da novela, né? Porque a novela fala de literatura, tem a editora, mas também fala de outros assuntos, claro. Mas a ideia de que um dos universos fosse uma editora e que a gente pudesse falar de literatura e dos livros, com certeza essa ideia veio por causa desse trabalho na Bienal.
Samuel: Rosane explica que os livros citados na novela são selecionados de acordo com o desenrolar da trama. Ela e a equipe buscam na literatura histórias que se encaixem nas situações da novela, mas admite que o contrário também acontece, de criar um roteiro para tratar do livro em questão.
Rosane Svartman: A narrativa da novela é o que mais importa. Então, na verdade, a gente vai pensando que livro se encaixaria na narrativa. É claro que, às vezes, vem a ideia de um livro super legal,