Passou, com o tempo, a gostar mais das coisas da vida que quando era novo, mas nunca com a necessidade permanente de tudo controlar. “Seja na vida ou seja no jogo, há coisas que nós não controlamos. Querendo controlar tudo, acabamos por não controlar nada”, refere. É alguém que vive focado no essencial, gosta de sentir e apreciar quem tem, ou não fosse a observação um dos seus pontos fortes. Gosta de trazer as pessoas para o seu lado, é direto a comunicar e é desse jeito que impõe a sua liderança. “É na simplicidade que mora o grande desafio”, acrescenta, na medida em que acredita que é daí que advém o sucesso. É bom ouvinte e gosta de confiar nos que o rodeiam, confia na intuição e já perdeu para a racionalidade algumas batalhas, mas sempre na teimosia que deveria ter seguido o seu instinto. Vaidoso da sua terra natal, Mirandela, desde pequeno que sempre quis jogar futebol, tendo crescido numa “sociedade diferente do agora”. Enquanto adulto, olha para o menino que foi e ainda vê esse miúdo feliz, amigo do amigo, que fora outrora. Apesar do sucesso desportivo recente, o Rui ainda continua a ser a pessoa de sempre. “Não é por ser treinador do Sporting que deixo de ser quem sou. Se vou à terra e as pessoas me abordam, tenho eu mais vergonha que elas”. Não é a derrota no futebol que o marca, mas a perda da pessoa que mais o marcou na vida, o seu avô. “Amo as pessoas da minha vida, mas o meu avô tem uma presença diferente em mim. É o meu herói pela humildade com que encarou a vida”, conclui.
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