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Angola: “Seca aumentou desde 2019 e já se registaram os piores cenários dos últimos 40 anos"


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Assinalou-se esta segunda-feira o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca. As Nações Unidas apelaram mais uma vez a métodos de prevenção da desertificação e recuperação de terras, alertam que a destruição avança ao ritmo de cerca de quatro campos de futebol por segundo e acrescentam que 40% da área terrestre está degradada. Em Angola, as províncias mais afectadas pelo processo de desertificação e pela seca estão localizadas no sul do país.

Assinalou-se esta segunda-feira o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca. As Nações Unidas apelaram mais uma vez a métodos de prevenção da desertificação e recuperação de terras, alertam que a destruição avança ao ritmo de cerca de quatro campos de futebol por segundo e acrescentam que 40% da área terrestre está degradada. 

Este ano, o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca é assinalado sob o tema "Unidos pela Terra. Nosso legado, nosso futuro”.

Segundo a ONU, segurança, saúde, fome e pobreza estão intrinsecamente ligadas à prosperidade da Terra. Terras prósperas sustentam vidas, meios de subsistência e ecossistemas. 

De acordo com os dados da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, o continente africano é o mais afectado pela problemática. 

Em Angola, as províncias mais afectadas pelo processo de desertificação e pela seca estão localizadas no sul do país.

Belmiro Pascoal, biólogo e consultor ambiental, sublinha que em Angola “os períodos de seca aumentaram desde 2019 e já se registaram os piores cenários dos últimos 40 anos, onde o índice pluviométrico esteve a 65% abaixo do normal, o que levou mais de 1.3 milhões de pessoas a se deslocarem para outros países. Nós chamamos aqui de refugiados do clima. Isso em torno principalmente de três províncias: Cunene, Huíla e Namibe. Estima-se uma perda financeira em cerca de 168 mil milhões de kwanzas.

Questionado sobre os factores que contribuem para a desertificação, o biólogo angolano sublinha a “característica desértica” da região, “a questão da intermitência dos rios. Existem zonas onde a população obstruiu o caudal e a água já não chega mais a preencher o leito normal do rio”. 

Esses factores associados à crise climática, fruto da acção humana, que o mundo atravessa, acabam por acelerar o processo de desertificação do sul de Angola. 

Para responder e mitigar a problemática Belmiro Pascoal fala da necessidade de “mais quadros nacionais voltados para o desenvolvimento de projectos climáticos” no sul de Angola, “a questão do ordenamento do território, de forma a melhor distribuir da nossa população a nível do território”, sem esquecer a “melhoria das condições sociais da população”.

O consultor ambiental ressalva de igual modo a importância da realização de “estudos geológicos, estudos climáticos, no sentido de poder minimizar os impactos geoclimáticos que já estamos a sofrer naquela zona,” além de “levar em consideração os trabalhos que as organizações de defesa do ambiente têm feito, no sentido de alertar e promover a educação ambiental”.

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