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By RFI Português
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O forte terramoto, com magnitude de 7,8 na escala de Richter, foi sentido na madrugada de segunda-feira, apanhando a esmagadora maioria das pessoas dentro de casa, muitas a dormir. O número de mortes não pára de aumentar. As operações de busca e salvamento prosseguem na Síria e na Turquia e cada minuto conta.
O Presidente da Turquia decretou sete dias de luto nacional em todo o país pelas vítimas do terramoto. As operações de resgate nas cidades turcas mais afectadas pelos sismos poderão ser prejudicadas pelas temperaturas geladas, que ficam abaixo dos zero graus durante a noite.
O nosso correspondente em Ancara, José Pedro Tavares, descreve "uma verdadeira corrida contra o tempo. Como é sabido, as primeiras 36 a 48 horas são absolutamente fundamentais para encontrar sobreviventes. Já se encontraram mais de 8.000 pessoas, a maioria das quais nas primeiras horas após o primeiro abalo que ocorreu na madrugada de segunda-feira, às 4h17 hora local".
As operações de resgate estão a ser dificultadas pela vastidão da área, que cobre dez províncias na Turquia, mas também pela vaga de frio, com neve e temperaturas negativas. "Para além dos ferimentos e de todas as condições, a questão do frio, essas pessoas vão sofrer de hipotermia até porque estão debaixo dos escombros, em roupa interior e pijamas, que eram as roupas que estavam a utilizar quando o mundo desabou a seus pés", descreve José Pedro Tavares.
A Turquia é o terceiro país, em termos absolutos no mundo inteiro, onde mais pessoas morreram em tremores de terra na história contemporânea recente. "Nos últimos cem anos houve 12 sismos e morreram 90.000 pessoas. A Turquia assenta na confluência de três grandes placas tectónicas; europeia, africana e arábica, criando uma série de falhas. A placa que libertou energia foi a placa do leste da Anatólia, que vem da ilha do Chipre", explica.
O forte terramoto, com magnitude de 7,8 na escala de Richter, foi sentido durante a noite de domingo para segunda-feira, apanhando a esmagadora maioria das pessoas dentro de casa, muitas a dormir. "Estes sismos foram, provavelmente, os mais intensos e poderosos dos últimos cem anos. Falei com várias pessoas que estavam na área e que me disseram - Estes segundo pareceram uma eternidade, como se o mundo, as casas, as paredes estivessem a explodir", acrescenta.
A nível interno, a Turquia vai ter eleições presidenciais e legislativas cruciais dentro de quatro, cinco meses. "Começam a surgir questões quanto à responsabilidade política de haver tantas vítimas mortais, já que muitos prédios colapsaram como castelos de cartas, quando não o deveriam ter feito poque a Turquia tem uma legislação rigorosa no que diz respeito à construção anti-sísmica", conta.
Questionado sobre a possibilidade de haver um impacto deste acontecimento geológico nas questões geopolíticas, no braço de ferro apondo Ancara à Suécia e à Finlândia, em torno da adesão destes países nórdicos à NATO, José Pedro Tavares lembra que existe essa possibilidade: "Há aqui uma corrente de solidariedade que poderia ser utilizada para tentar ultrapassar no futuro diferendos políticos. Vamos ver se os governos aproveitam a onda e conseguem mudar o chip nas suas relações bilaterais".
"As relações entre a Turquia e a Síria poderiam sofrer um degelo visto que os dois países são vítimas deste enorme desastre natural. A própria guerra na Síria também pode sofrer alteração depois desta tragédia. A situação na Síria é ainda mais complicada do que na Turquia porque, ao contrário da Turquia, não existe um Estado forte, não há mecanismos, não há protocolos. O país está em guerra civil há doze anos e as duas províncias mais afectadas são duas províncias que estão em lados opostos da guerra; Alepo e Idlib", acrescentou o nosso correspondente em Ancara.
Em Portugal as mesas de voto abriram às 08:00 locais e encerram às 19:00. Para evitar grandes concentrações de pessoas este ano foram multiplicados os locais de votação. O sufrágio coincide com um confinamento geral por causa da pandemia da Covid-19.
Mais de 10 milhões de eleitores são chamados às urnas, este domingo, para escolher o novo Presidente da República de Portugal.
Nas duas secções da freguesia da Misericórdia, no Bairro Alto lisboeta, os eleitores mobilizam-se para votar, respeitando os critérios sanitários. Os portugueses respeitam este domingo novas normas para exercer o direito de voto com percursos diferentes e bem sinalizados, distanciamento social, uso de máscara e gel álcool e a protecção dos membros das mesas de votação marcam estas eleições presidenciais portuguesas.
Na corrida a Belém estão sete candidatos: Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP e actual titular do cargo de Presidente da República), Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
O boletim de voto conta oito nomes. A candidatura de Eduardo Baptista, o primeiro da lista, não foi aceite pelo Tribunal Constitucional por falta de assinaturas. Os votos em Eduardo Baptista serão considerados nulos.
Se nenhum candidato conseguir mais de metade dos votos, haverá uma segunda volta, em 14 de Fevereiro, com os dois mais votados.
Desde esta quinta-feira até ao dia 1 de Março, decorre a septuagésima edição da "Berlinale", o festival internacional de cinema de Berlim, com uma nova direcção, alterações nos prémios e algumas presenças lusófonas notáveis como o actor guineense Welket Bangué que participou no flime "Berlin Alexanderplatz" em cartaz no certame. O nosso correspondente Rui Martins está là para ser os nossos olhos e ouvidos no festival.
O nosso correspondente na Guiné-Bissau, Mussá Baldé, apresenta esta sexta-feira, 14 de Fevereiro, a colectânea de poemas em áudio "Kriol Tem Li" na direcção-geral da cultura em Bissau, uma homenagem ao crioulo, à Guiné-Bissau e às mulheres guineenses explica-nos o escritor, jornalista e poeta Mussá Baldé.
Começa hoje, na Suíça, o Festival Internacional de Cinema de Locarno, considerado o quarto em importância, na classificação dos festivais internacionais. Os filmes portugueses e lusófonos africanos estão sempre presentes neste Festival. O nosso correspondente Rui Martins está lá e levanta-nos o véu sobre a edição 2019 do certame.
Qual é a principal novidade no Festival de Locarno?
Rui Martins: A principal novidade é sem dúvida a estreia da nova direcção. Esta nova edição do Festival, a septuagésima segunda, que se inicia hoje, é sob a responsabilidade de Lili Hinstin, jovem cineasta de 42 anos, que dirigia até ao ano passado, o Festival Internacional de Belfort com título bem sugestivo Entre-Vistas. Lili substitui Carlo Chatrian, o ex-director italiano de Locarno, agora director artístico do Festival Internacional de Berlim, que, por sua vez, estreará em fevereiro em Berlim.
E qual é a tua primeira impressão pelas escolhas de filmes na programação das diversas secções?
Rui Martins: Esta minha primeira impressão é pelos filmes escolhidos nas competições, ainda inéditos, e por uma rápida entrevista com ela. Eu diria ter ficado bem impressionado. Locarno é um festival muito especial que, desde a sua criação, escolhe filmes de preocupação social e de tendências de comportamento. É muito normal, pois foi criado em 1946, logo depois do fim da Segunda Guerra. Festival de filmes de autor, tem revelado grandes nomes do cinema internacional como Stanley Kubrick, Claude Chabrol, Milos Forman, Atom Egoyan, Jim Jarmusch, Raul Ruiz, Abbas Kiarostami e Pedro Costa para citar só alguns.
Lili demonstrou preocupação com o futuro do cinema brasileiro, hoje sob risco de pré-censura, e programou uma série de filmes de diversas nacionalidades sobre o problema do racismo. E vai dar um grande destaque ao cinema português !
É verdade: na competição internacional foram colocados três filmes portugueses !
Rui Martins: Um recorde Miguel. Nunca vi tal coisa num festival ! O máximo foi a escolha de dois filmes do mesmo país. Entretanto, Lili Hinstin corrigiu-me quando lhe manifestei a minha surpresa, dizendo não serem três e sim dois. Para chegar a isso, ela falou sobre os critérios determinantes da nacionalidade de um filme. E o principal, no caso, é o relacionado com o financiamento do filme, ou seja, a nacionalidade da empresa produtora do filme.
E quais são esses três ou dois filmes portugueses na importante competição internacional ?
Rui Martins: Vamos começar com o o filme "O Fim do Mundo". A produtora é suíça, Thera Produções, a coprodutora é também suíça, é a Rádio e Televisão Suíças. O que é português neste filme?
O realizador Basil da Cunha é filho de emigrantes portugueses, nascido em Lausanne, mas já adquiriu também a nacionalidade suíça, Vive em Genebra, cidade suíça, onde agora é professor na Escola de Cinema.
São portugueses os actores. E o filme é falado em português, com legendas em inglês. En passant, o francês vem sendo abandonado pelos festivais em favor do inglês. Há dois anos, o Festival de Berlim acabou com as legendas em francês no filmes. Locarno provavelmente não fará a mesma coisa, pois o francês é uma das três línguas nacionais.
Mas voltemos a Basil da Cunha e ao seu "Fim do Mundo". O filme é suíço, segundo a directora do Festival, eu continuo a achar ser português, mas não quero discutir.
Uma coisa posso dizer - Basil da Cunha, que conheci aqui em Locarno, quando fez as suas primeiras curtas, é alguém em progressão, tenho quase a certeza de que "O Fim do Mundo" é um bom filme. Contarei.
E o outros dois filmes portugueses ?
Rui Martins: A directora Lili Hinstin justificou-se (como se precisasse !), por ter escolhido dois filmes portugueses na mesma competição internacional. Não há outra solução, quando João Nicolau e Pedro Costa fazem os seus filmes no mesmo ano. Os dois filmes, diz ela, são bem portugueses, embora um nada tenha a ver com o outro. Não podemos fazer um filme dialogar com o outro, mas podemos mostrar os dois, e assim fizemos.
O filme de João Nicolau é "Techboss" e o filme de Pedro Costa, é "Vitalina Varela", verei os dois e contarei depois. Faço fé no que disse Lili Hinstin sobre esses dois filmes.
E há alguma curta metragem portuguesa ?
Rui Martins: Sim ! E voltamo-nos a defrontar com a questão da nacionalidade do filme. A realizadora é romena mas a produção é portuguesa. O título "Vulcão, o que sonha um lago", de Diana Vidrascu. Ela também vive em Paris e os seus filmes têm participado nos festivais de Locarno, Berlim, Amsterdão.
Alguma outra participação portuguesa importante ?
Rui Martins: Sim, a do cineasta João Felipe Costa, embora fora de competição. Porém, o festival não poderia programar quatro filmes portugueses.Trata-se de "Prazer Camaradas" e está ligado directamente à Revolução dos Cravos, do 25 de Abril (de 1974).
Iremos, ver todos estes filmes e traremos aqui os seus realizadores.
E para concluir, não há filmes lusófonos africanos?
Rui Martins: Infelizmente não. Porém, existem filmes africanos na competição das curtas e existem longas na competição Cineastas do Presente. Entre as curtas, filme do Ghana, África do Sul, e duas da Tunísia. Entre as longas em Cineastas do Presente, um filme da Argélia e outro do Senegal.
Rui Martins, do festival de cinema de Locarno para a RFI.
A RFI acaba de publicar em francês uma grande investigação sobre a história da violência política na Guiné-Conacri.
Com arquivos inéditos e entrevistas exclusivas o trabalho documenta, nomeadamente, a forma como a antiga potência colonial, a França, tentou desestabilizar o regime de Sékou Touré e a repressão deste sobre a população.
Um dos episódios que estiveram na origem da repressão do primeiro presidente de Conacri foi a intervenção militar portuguesa.
A 22 de Novembro de 1970 as forças coloniais de Lisboa invadem Conacri com o objectivo de derrubar o regime e a retaguarda de que o PAIGC, movimento de libertação da então Guiné sob regime luso, aí beneficiava.
Lisboa queria capturar Amílcar Cabral, líder do PAIGC, e libertar os 26 presos portugueses detidos em Conacri, incluindo o sargento-aviador António Lobato, o preso mais antigo da guerra colonial, detido há sete anos, um verdadeiro símbolo.
Uma operação secreta com nome de código: Mar Verde.
Carol Valade, correspondente da RFI em Conacri, é um dos autores desta investigação, ele conta a história desta operação.
Em Angola o Sindicato dos Jornalistas assinalou esta terça-feira 25 anos desde a sua criação. Avelino Miguel, correspondente da RFI em Luanda, um dos fundadores do organismo foi homenageado hoje pelo Sindicato dos Jornalistas. Em entrevista à RFI falou dos desafios que ainda se colocam à liberdade de imprensa no país, contudo reconheceu as conquistas alcançadas pela classe ao longo destes anos.
Londres foi ontem alvo de novo ataque terrorista. 3 pessoas morreram, mais de 20 ficaram feridas, várias em estado grave. O atacante foi abatido pela polícia. O ataque começou na ponte de Westminster e terminou junto ao Parlamento britânico. Esta quinta-feira, o grupo extremista Estado Islâmico reivindicou o ataque.
Confira aqui a conversa telefónica com o nosso correspondente em Londres, Bruno Manteigas.
A capital do Ruanda já foi considerada como a "melhor capital africana". Kigali quer fazer jus à fama e vestiu-se a preceito para a colher a Cimeira da União Africana. O Centro de Convenções de Kigali foi inaugurado dias antes do início do encontro, assim como aconteceu com dois grandes hotéis de luxo.
A participar nesta 27ª Cimeira da União Africana estão representantes dos cinco países africanos de expresso portuguesa. Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique fazem-se representar pelos respectivos chefes de Estado. De Angola veio o Ministro das Relações Exteriores e de São Tomé e Príncipe o Director da Política Externa.
Confira a correspondência de Kigali.
Para mais informações clique aqui.
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