Nestas Birras de Mãe discutem, sem sombra de politicamente correcto, medos, irritações, perplexidade, raivas e mal-entendidos entre gerações.
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By Isabel Stilwell e Ana Stilwell
Nestas Birras de Mãe discutem, sem sombra de politicamente correcto, medos, irritações, perplexidade, raivas e mal-entendidos entre gerações.
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É difícil admiti-lo, mas às vezes os netos magoam-nos - por exemplo quando, na presença dos pais, agem como se fôssemos desconhecidos, aparentemente passando uma esponja na cumplicidade do dia anterior, do que rimos e brincamos juntos.
Quando berram ou viram as costas, recusando-se a dar-nos a mão para atravessar a rua, agarrando-se como lapas ao colo do pai ou da mãe, como meninos mimados e insuportáveis. Nessas alturas temos de respirar fundo e recordar que o adulto na sala somos nós, e que não podemos amuar como crianças pequenas, muito menos embarcar em chantagens emocionais ou cobranças. Mas às vezes é difícil, e se não estivermos bem “resolvidos”, pode abrir feridas antigas que julgávamos já saradas. Ou desencadear guerras com os nossos próprios filhos, colocados entre a espada e a parede.
Mas afinal o que é que se passa? As crianças pequenas são oportunistas, manipuladoras, cruéis, ou este egocentrismo faz parte de um processo de desenvolvimento que os podemos ir ajudando a ultrapassar, mas não devemos ser sentidas como uma questão pessoal? Venha pensar connosco.
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Camas por fazer, toalhas e roupa no chão, secretárias onde aparentemente não se encontra nada, os quartos dos adolescentes põem os cabelos em pé à maioria dos pais — à maioria, porque também há miúdos arrumados e pais desarrumados. Como reagir? Fechar os olhos e, melhor ainda, as portas? Exigir que respeitem o espaço comum, e deixar que façam a gestão do seu quarto, sem grandes intromissões? Arrumar por eles parece às vezes a única solução, mas é difícil não cair depois na armadilha de assumirmos o papel de mártir que, no fundo, no fundo, é tirar dividendos da situação.
As respostas não são fáceis, mas a verdade é que são muitas vezes as pequenas coisas que fazem transbordar o copo e infernizam a vida em casa.
Entre nesta birra, faça a catarse das suas frustrações, saindo daqui mais leve, e com algumas ideias. Às vezes, só o humor permite vencer estas guerras, como no dia em que a Ana, em plena adolescência, pendurou na porta do quarto um letreiro que dizia “Este quarto não está desarrumado, está em transformação!”
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A avó ficou em estado de choque quando foi confrontada com a publicidade aos medicamentos para a disfunção eréctil e percebeu que os protagonistas são sempre jovens. Quis perceber o que se passava, e ficou a saber que em Portugal se vendem 70 milhões de caixas de Viagra por ano e os mais novos fazem parte dos seus consumidores. A culpa é, aparentemente, da ansiedade provocado pelas expectativas de um primeiro encontro, alimentadas por demasiada visualização de pornografia onde a ficção passa pela realidade. Mas será que eles sabem que nem sequer é o coito que dá mais prazer às mulheres, entre as quais há uma percentagem grande que se queixa de relações anorgásticas?
Sim, esta Birra é para maiores de 18 anos, e acima de tudo um alerta: onde anda a educação sexual dos nossos filhos e netos?
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As mães têm muito mais facilidade em culpar-se do que em aceitar que acertam muitas e muitas vezes. Neste episódio, a mãe/ filha provoca a avó/mãe, pedindo-lhe que diga cinco coisas que fez bem. E presta-se a enumerar as suas próprias coroas de glória. Oiça a nossa Birra e conte-nos as suas vitórias.
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Em Itália o mau comportamento vai dar direito a chumbo, mesmo que o aluno tenha boas notas. O objectivo é devolver o “respeito” à escola, mas será que este tipo de medidas resulta de facto? E será esta a ferramenta de que os professores precisam ou o investimento deveria ser em mais apoio para lidarem com os adolescentes complicados? Neste episódio do Birras de Mãe a conversa esteve ao rubro.
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A licença parental até aos seis meses vai ser integralmente paga, graças a uma rara Iniciativa Legislativa de Cidadãos que foi aprovada a semana passada no Parlamento. Nos bastidores desta luta esteve uma mãe de dois filhos, Carina Pereira, que se recusou a conformar-se à contradição entre uma recomendação da Organização Mundial de Saúde que prevê a amamentação exclusiva pelo menos até que o bebé tenha meio ano e a obrigação da mulher voltar antes disso ao trabalho, se não tiver rendimentos que lhe permitam outras estratégias.
Carina Pereira recusou conformar-se às queixinhas nas redes sociais, aos lamentos de que “neste país nem vale a pena tentar”, e meteu mãos à obra, mesmo depois de ver a sua primeira petição recusada. Com determinação avançou para uma iniciativa legislativa, um mecanismo constitucional que permite que grupos de cidadãos possam apresentar projectos de leis, mas que obriga a que sejam subscritos por vinte mil eleitores — e Carina conseguiu vinte e quatro mil assinaturas — e a um longo processo burocrático e técnico.
Mas a semana passada, quando as galerias da Assembleia da República se encheram de mães e pais, com os seus bebés em marsúpios ou pela mão, Carina Pereira não estava ali, porque uma doença fulminante roubou-lhe a vida há três anos. Não estava fisicamente, porque não podia estar mais presente na memória não só do grupo de especialistas em amamentação e cuidados infantis que pegou na tocha e a levou até à vitória final, como do marido e dos milhares de pais e mães que através do seu envolvimento activo tornaram esta mudança possível.
E é esta equipa – Ana Lúcia Torgal, Graça Gonçalves, Cristina Pincho e Carlota Veiga de Macedo, e seguramente outros —, que defende que a nova lei deve receber o nome de “Lei Carina Pereira”, em homenagem ao legado que deixou aos filhos, à família e a todos nós. Aqui nas Birras de Mães já o adoptámos. Mas oiça a nossa Birra, porque contamos-lhe mais.
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A paixão pelos netos é imediata, ou não fosse o reviver de um sentimento que conhecem de cor e salteado, mas os avós rapidamente constatam que, desta vez, não vão estar na linha da frente. Não podem levar aquele bebé para casa e, menos ainda, decidir da sua vida. É um choque, mas também o início de um processo de aprendizagem de um novo papel, que não é nada fácil, garante a avó de serviço a estas Birras de Mãe que, no entanto, se orgulha de onze netos depois ter aprendido algumas coisas importantes. Entre connosco neste lado B de ser avó.
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Avós preparem-se, mais dia, menos dia, os vossos filhos sentam os vossos netos na cadeira alta e põem-lhe nas mãos um brócolo, assistindo embevecidos a como a criança o esmigalha entre as mãos, deixando cair o que resta ao chão. Quando acorrer à cena de prato e colher, vão recitar-lhe um termo “estrangeiro” que nunca ouviu antes, BLW, a sigla que depois de irem ao Google vão descobrir que significa Baby-Led Weaning. Entre na Birra de uma avó confrontada com esta “modernice” e uma filha/mãe que, além de ser uma acérrima defensora deste método de ensinar as crianças a comer de forma autónoma e segura, até percebe muito do assunto. Depois logo tira as suas conclusões.
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A avó cora e atrapalha-se quando, no princípio deste episódio das Birras de Mãe, a filha a elogia. O ouvinte não pode confirmar que assim é, porque não há vídeo do acontecimento, mas pode confiar na nossa palavra, até porque, provavelmente, sabe bem que receber elogios não é uma coisa fácil. Porque se o poder do elogio é imenso, e quando é bem aplicado torna-se numa ferramenta fantástica na vida e na educação, há algumas armadilhas que complicam o seu uso, e até o tornam contraproducente.
Por exemplo, elogiamos a criança ou o desenho, dizemos-lhe que é o melhor futebolista do mundo, ou damos-lhe os parabéns por aquele golo fantástico? Não é igual, e explicamos-lhe porquê. E, já agora, temos algumas sugestões de como receber elogios sem ficar aflito, numa ânsia de gratidão misturada com o medo de parecer vaidoso — que a avó garante que vai tentar por em prática, e depois dá notícias do resultado.
Entre neste podcast e, claro, se nos quiser deixar umas “estrelas” não nos importamos nada.
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Quando vamos buscar um filho/neto à escola, sobretudo nestes primeiros dias, não desate num interrogatório desenfreado - “O que fizeste?”, “Com quem brincaste?”, “o que comeste? “, a que ele responde com um “Nada”, ou um encolher de ombros que nos deixa frustrados. A tentação é enorme, tal o desejo de os sentir bem e integrados, mas fomos descobrir outros princípios de conversa que os ajudam a desabafar.
Bem-vindos à nova temporada de Birras de Mães!
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