A rainha Vitória do Reino Unido é uma figura incontornável, associada ao puritanismo que marcou dois séculos, mas a sua visão da mulher, da gravidez, do parto e do papel das mães que encontramos na correspondência que trocou com a sua filha mais velha, quando Vicky casou e se tornou princesa da Prússia, é extraordinária.
Diz o que pensa sem meias palavras, num discurso que não pode deixar de nos fazer rir, mas também levanta muitas questões sobre qual é, e continua a ser, o preço que as mulheres pagam pela maternidade.
Como quando diz que a dedicação aos maridos é uma coisa muito bonita, mas como os homens são uns egoístas, a devoção acaba em submissão, quando diz que dar à luz pode ser uma coisa muito poética nos livros, mas que ela, pessoalmente, sentiu-se mais uma vaca, ou quando avisa à filha, que acabou de ser mãe, que, por favor, por favor, não se torne numa dessas “adoradoras de bebés” que abdicam de toda a vida intelectual. Assunto de Birras de Mãe, decididamente.
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