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A antologia bilingue da poesia de Mário Cesariny "Dever de Falar" acaba de ser publicada pelas edições Chandeigne e apresentada, através de uma leitura de poemas, ao público no Théâtre de la ville de Paris.
O actor francês Denis Lavant e a actriz portuguesa Tersa Coutinho leram no domingo, 19 de Novembro, poemas de Mário Cesariny, no Théâtre de la ville de Paris. A antologia "Dever de Falar" de Mário Cesariny com tradução de Bernardo Haumont foi publicada pelas edições Chandeigne e apresenta um amplo panorama de obra de Cesariny.
"Acho que [Mário Cesariny] teria gostado de Denis Lavant e de Teresa Coutinho, que é precisa na sua maneira de dizer os poemas de Cesariny. A escolha do Théâtre de la Ville foi justamente a de procurar um actor que seria parecido, de certa forma, na loucura, na voz e fisicamente com o Cesariny. Denis Lavant aceitou e gostou muito", descreve Bernardo Haumont.
Mário Cesariny é um dos poetas mais atípicos do mundo artístico português e conhecido como uma das figura mais irritantes do surrealismo internacional. "Dever de falar" é uma recolha da obra escrita: uma poesia da exuberância, amor e sensualidade.
O trabalho de tradução de Cesariny tem acompanhado Bernardo Haumont. "Não sei como é que se escolhem poemas [para fazer esta antologia], estou a traduzir Cesariny há muito tempo, na minha cabeça, porque gosto muito. Começou a tornar-se mais sério, fiz novas amizades que me levaram até à Emília Pinto de Almeida com quem fizemos este livro. A mesma amizade levou-me até à Ana Lima, que é directora de edição das edições Chandeigne e estas amizades fizeram este livro", conta-nos.
Bernardo Haumont lembra que o trabalho de tradução "é trabalho e é gostar de uma coisa e tenta fazer o melhor que se pode". Neste processo, "foi mais o Cesariny que veio até nós. Ia lendo Cesariny, sempre gostei muito dele, do que ele dizia, da sua velocidade".
"Cesariny é actual porque é uma poesia da vida e a vida é sempre actual. Cesariny é uma revolta e não é só uma revolta contra a ditadura, ele escreve nos anos 50, 60, 70, mas é uma revolta contra uma ditadura da linguagem, da civilização ocidental, do peso das instituições e de uma certa administração seja das estruturas políticas, sociais, mas também da língua e ele está sempre em revolta sobre essa coisa", explica.
De Cesariny "resta traduzi-lo em muitas línguas. Resta traduzir outros livros em francês e torná-lo mais internacional porque é dos poetas mais importantes do século XX português, na sombra do Fernando Pessoa. A Fundação Cupertino de Miranda tem feito um excelente trabalho de relembrar e mostrar os poetas surrealistas portugueses. As edições Chandeigne têm feito a mesma coisa com a literatura portuguesa e brasileira", concluiu.
A ideia deste livro surge de uma proposta do Bernardo; "o nosso papel é o de estarmos abertos e ver as possibilidades de publicação e sentir o investimento e desejo dos autores. Na nossa grande antologia da poesia portuguesa, publicada em 2021, também havia poemas de Cesariny integrados, mas não nada a ver com este trabalho", conta Ana Lima, directora de edição das edições Chandeigne.
By RFI PortuguêsA antologia bilingue da poesia de Mário Cesariny "Dever de Falar" acaba de ser publicada pelas edições Chandeigne e apresentada, através de uma leitura de poemas, ao público no Théâtre de la ville de Paris.
O actor francês Denis Lavant e a actriz portuguesa Tersa Coutinho leram no domingo, 19 de Novembro, poemas de Mário Cesariny, no Théâtre de la ville de Paris. A antologia "Dever de Falar" de Mário Cesariny com tradução de Bernardo Haumont foi publicada pelas edições Chandeigne e apresenta um amplo panorama de obra de Cesariny.
"Acho que [Mário Cesariny] teria gostado de Denis Lavant e de Teresa Coutinho, que é precisa na sua maneira de dizer os poemas de Cesariny. A escolha do Théâtre de la Ville foi justamente a de procurar um actor que seria parecido, de certa forma, na loucura, na voz e fisicamente com o Cesariny. Denis Lavant aceitou e gostou muito", descreve Bernardo Haumont.
Mário Cesariny é um dos poetas mais atípicos do mundo artístico português e conhecido como uma das figura mais irritantes do surrealismo internacional. "Dever de falar" é uma recolha da obra escrita: uma poesia da exuberância, amor e sensualidade.
O trabalho de tradução de Cesariny tem acompanhado Bernardo Haumont. "Não sei como é que se escolhem poemas [para fazer esta antologia], estou a traduzir Cesariny há muito tempo, na minha cabeça, porque gosto muito. Começou a tornar-se mais sério, fiz novas amizades que me levaram até à Emília Pinto de Almeida com quem fizemos este livro. A mesma amizade levou-me até à Ana Lima, que é directora de edição das edições Chandeigne e estas amizades fizeram este livro", conta-nos.
Bernardo Haumont lembra que o trabalho de tradução "é trabalho e é gostar de uma coisa e tenta fazer o melhor que se pode". Neste processo, "foi mais o Cesariny que veio até nós. Ia lendo Cesariny, sempre gostei muito dele, do que ele dizia, da sua velocidade".
"Cesariny é actual porque é uma poesia da vida e a vida é sempre actual. Cesariny é uma revolta e não é só uma revolta contra a ditadura, ele escreve nos anos 50, 60, 70, mas é uma revolta contra uma ditadura da linguagem, da civilização ocidental, do peso das instituições e de uma certa administração seja das estruturas políticas, sociais, mas também da língua e ele está sempre em revolta sobre essa coisa", explica.
De Cesariny "resta traduzi-lo em muitas línguas. Resta traduzir outros livros em francês e torná-lo mais internacional porque é dos poetas mais importantes do século XX português, na sombra do Fernando Pessoa. A Fundação Cupertino de Miranda tem feito um excelente trabalho de relembrar e mostrar os poetas surrealistas portugueses. As edições Chandeigne têm feito a mesma coisa com a literatura portuguesa e brasileira", concluiu.
A ideia deste livro surge de uma proposta do Bernardo; "o nosso papel é o de estarmos abertos e ver as possibilidades de publicação e sentir o investimento e desejo dos autores. Na nossa grande antologia da poesia portuguesa, publicada em 2021, também havia poemas de Cesariny integrados, mas não nada a ver com este trabalho", conta Ana Lima, directora de edição das edições Chandeigne.

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