Ciência

Desflorestação e seca são as grandes problemáticas ambientais de Angola


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Angola é um dos países que mais perde florestas primárias. Estima-se que, na última década, tenham sido destruídos diariamente 925 hectares de floresta. A desflorestação e a seca são, nas palavras do biólogo angolano Timóteo Júlio, as duas grandes problemáticas ambientais do país.

O assistente de projectos da Fundação Kissama lembra a necessidade de se encontrarem soluções “adaptadas às comunidades locais” de forma a mitigar os efeitos das alterações climáticas. No que toca à desflorestação o processo pode passar pela educação ambiental.

É do conhecimento de todos que Angola enfrenta a questão da seca no sul do país, propriamente nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe, essa é uma das questões que tem levantado, um pouco, a preocupação do Governo angolano. 

A outra questão é o desmatamento, a desflorestação. Que é fruto das actividades humanas, da pressão social.

Temos que tentar fazer o nosso máximo enquanto país e procurar compreender em que ponto estamos e para onde queremos ir, porque é necessário estabelecermos uma visão holística de que país queremos em 2050.

Temos que ter uma abordagem muito mais clara e objectiva do que é que queremos exactamente fazer.

Olhando para o orçamento geral do estado, qual é o investimento que o estado angolano tem feito para questões climáticas?

Qual é o investimento que o estado angolano tem aplicado nas questões voltadas para o sector do ambiente? É dentro deste sector que estão as pessoas que pensam acerca deste assunto.

A seca já não devia ser uma questão de mitigação, mas uma questão de adaptação.

Timóteo Júlio explica que no caso da desflorestação, o problema não é a falta de legislação, mas sim a falta de fiscalização: 

Mecanismos legais existem, a questão que se coloca aqui é a fiscalização.

A desflorestação não acontece somente por parte de empresas, também acontece por parte das comunidades locais e dentro das comunidades locais é muito difícil fiscalizar. Temos que olhar para o nosso plano de gestão territorial e definir exactamente que percentagem queremos proteger para poder dar abertura às comunidades locais.

Uma das causas de desflorestação em Angola, é a agricultura, as comunidades precisam ter esses espaços para poderem cultivar e o abate de árvores é a primeira opção. 

Outro ponto está relacionado com a produção de carvão devido à falta de energia. O uso de carvão e de lenha por parte das comunidades ainda é muito elevado.

O biólogo angolano Timóteo Júlio participou na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorreu de 31 de Novembro a 13 de Dezembro, no Dubai, Emirados Árabes Unidos. 

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