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Joana não era nada típica.
Primeiro, era rainha de Nápoles e dona da cidade provençal de Avignon.
Segundo, era uma mulher “para frente”, isto é, moderna. Financiava artes e atividades intelectuais.
Ela também tinha mente aberta. Inclusive, protegia um certo ramo de negócio que várias pessoas achavam... reprovável.
Eu conto já que negócio era esse, mas antes deixe-me falar que, naquele mesmo período, a Europa estava turbulenta.
O Rei Felipe IV, o Belo, decidiu cobrar impostos sobre os bens da Igreja. O Papa Bonifácio VIII não gostou nada disso e excomungou o rei da França. Felipe se queimou e mandou prender o Papa (morto na prisão).
Depois disso, a sede do papado foi transferida para Avignon. Lá, moraram no total sete Papas entre 1309 e 1378.
E foi apenas no ano de 1348 que o Papa Clemente V comprou a cidade. Mas tinha uma condição: inocentar Joana.
Ela tinha sido acusada de participar do assassinato do ex-marido, Andrew. Agora o irmão dele, Luís I da Hungria, queria vingança.
O Papa aceitou a oferta. Joana agora era inocente.
Mas essa não foi sua fama.
Ela era muito conhecida por apoiar e regulamentar um negócio considerado reprovável: os bordéis de Avignon. Ela chegava a proteger as pessoas que trabalhavam nesse ramo.
Foi dela a ordem de que todos os bordéis deveriam ter uma porta por onde qualquer pessoa pudesse entrar.
Daí, os prostíbulos/bordéis ficaram conhecidos como “casa da mãe Joana”, onde qualquer um entra.
E hoje no Brasil, diz-se que um lugar sem ordem nem regras é uma “casa da mãe Joana”.
Por exemplo: é melhor todos nesta sala ficarem quietos. Aqui não é casa da mãe Joana. Parem já com a bagunça.
P.S: Em 1382, Joana foi assassinada, mas sua fama perdura até os dias de hoje.