Os investidores aguardaram durante toda a semana o início do simpósio de Jackson Hole, dos bancos centrais dos EUA, e principalmente o discurso do presidente Jerome Powell, que pode emplacar um segundo mandato. Os mercados reagiram positivamente ao discurso dovish de Powell e comemoraram com boas altas. Isso facilitou também a recuperação dos mercados aqui, além do bom comportamento do petróleo em minério de ferro no mercado internacional. Também ajudou a fazer preço dos ativos a fala de Bolsonaro e do presidente da Câmara sobre as manifestações do 7 de Setembro.
No cenário externo, desde cedo, tivemos declarações de vários presidentes regionais do FED pavimentando a estrada para Powell, declarando que o tapering poderia ser anunciado e começar logo. Nessa linha, foram Bostic, de Atlanta, Kaplan, de Dallas, Loretta Mester, de Cleveland, e James Bullard, de ST. Louis; com maior ou menor ênfase. Portanto, o discurso de Powell só trouxe benefícios aos mercados.
Powell disse que, se a economia seguir evoluindo com inflação já próxima do esperado e desemprego chegando, a retirada de estímulos pode ser anunciada ainda neste ano, mas que seguirão com compras de ativos até progresso substancial rumo às metas. Acrescentou que, mesmo após encerrarem as compras, a carteira do FED seguirá elevada e apoiando a posição acomodatícia. Reforçou que a inflação alta é transitória e sem pressão disseminada, e que forças desinflacionárias começam a surgir no curto prazo. Alertou que os requisitos para elevação dos juros serão mais rigorosos que o tapering e que vão avaliar o impacto da variante delta. Como dito, os mercados comemoraram com altas.
Ainda nos EUA, foram anunciado os gastos com consumo de julho em alta de 0,3% e a renda pessoal com expansão de 1,1%. Já o deflator de preços do consumo evoluiu 0,4% e seu núcleo com alta de 0,3%. O indicador de confiança do consumidor de Michigan é que teve boa queda em agosto para 70,3 pontos, vindo de 81,2 pontos, e com previsão de ficar em 71 pontos. O índice de condições atuais também observou contração para 78,5 pontos, vindo de 84,5 pontos. Mas, aparentemente, é um episódio afetado pela variante Delta e a inflação.
Na China, o lucro industrial de julho cresceu 16,4% na comparação anual, mas desacelerou em relação aos 20% do mês anterior na mesma base. No comparativo dos primeiros sete meses do ano, a expansão é de 57,3%. A China também planeja proibir as empresas de tecnologia de abrirem capital fora do país e vai leiloar 150 mil toneladas de metais de suas reservas para conter preços de commodities. Ainda lá, registramos que a injeção de recursos na semana realizada pelo PBOC (BC chinês) foi a maior desde o mês de fevereiro.
No mercado internacional, o petróleo WTI, negociado em NY, mostrou alta desde o início do dia em função da possibilidade de furacão no Golfo do México e era negociado em alta de 1,96%, com o barril cotado a US$ 68,74. O euro era transacionado em alta para 1,179, e notes americanos com taxa de juros de 1,32%, em queda. O ouro e a prata com boas altas na Comex, e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago. O minério de ferro, com mais um dia de boa alta em Qingdao, na China, valorizou 3,03%, com a tonelada encerrando durante a madrugada em US$ 157,55 e valorização na semana de +12%.
No segmento doméstico e no ambiente político, começamos o dia com Bolsonaro dizendo que não haverá violência no 7 de Setembro, exaltando a confiança no exército e falando que nunca faltará com o povo brasileiro. Mas também chamou de idiota quem defende comprar feijão e recomendou a compra de fuzil, renovando ataques ao STF. Arthur Lira (Câmara) também pautou que não haverá nada em 07/09, minimizando as manifestações que devem ter muitas provocações.