Na Gâmbia, o Presidente cessante Yahya Jammeh favoreceu largamente durante os seus 22 anos de poder a sua etnia diola ou felupe que abrange cerca de 10% da população, em detrimento da etnia mandinga maioritária no país com mais de 40% da população.
O investigador português Raúl Braga Pires recorda que "já depois de ter aceite a derrota [face a Adama Barrow, que depois contestou] Yahya Jammeh afirmou: mato pessoalmente todos os mandingas que façam parte das forças armadas".
O pesquisador aborda ainda a questão do silêncio da lusofonia e em particular da Guiné-Bissau e de Cabo Verde membros da CEDEAO sobre esta crise, que segundo ele vai "fragilisar o Presidente José Mário Vaz", defende que Adama Barrow poderá "usar a carta da Senegâmbia" para unir os gambianos, mas também refere o risco de "derrapagem regional desta crise, na qual a Nigéria pretende afirmar a sua soberania militar no seio da CEDEAO".