A Mariana!

Todas as palavras que vá escrever serão mesmo poucas para a dimensão do coração e alma desta mulher incrível.

Rezou por mim muito tempo sem me conhecer e foi pensando em mim e como teria eu seguido a minha vida.

Cresceu com a certeza que um dia, quando os seus pais morrerem, seria ela a mãe do seu irmão que tem uma deficiência. E sempre por iniciativa dela, do amor que sente.

E nisto do amor a Mariana perdeu dois maridos.

E lidou de perto com a bipolaridade.

Mas acima de tudo é uma pessoa de fé, de olhar a vida de frente e ainda que difícil escolher ver o lado cor de rosa da vida!

Falámos disto e de muito mais!

Sou uma sortuda por me cruzar com almas tão bonitas e divertidas!

Espero que se inspirem!

A Maria do Céu!

Faltam-me as palavras para a conseguir descrever porque desde que preparei esta entrevista que o meu coração viajou para outra realidade.

Uma realidade que poucos de nossos conhecem e que é dura de tão surreal.

A Maria do Céu e as suas três irmãs viveram com um pai esquizofrénico.

Numa ditadura que lhes criou outra realidade, que lhes roubou a liberdade e até os sonhos controlava.

Cresceu noutro mundo e nesse mundo as irmãs foram o amor necessário para viverem aquela fantasia felizes.

Diz-me que foi criança até aos 30 anos mas que ainda hoje o é. Ansiosa, insegura, com marcas e pesadelos que a acompanham, a Maria do Céu seguiu a sua vida!

Fundou a Associação Meninos de Oiro onde ajuda famílias e crianças.

Partilhou connosco momentos marcantes que com amor e perdão têm sido ultrapassados.

Trago estas quatro irmãs comigo desde esta conversa.

Trago cada vez mais comigo que as doenças psíquicas existem e aparecem em qualquer casa!

Há que falar nelas por muito que às vezes nos pareçam irreais!

A minha prima Inês!

Somos primas mas pouco convivemos como tal.

São poucas as memórias que temos juntas mas sabemos que queremos construir agora as nossas com os nossos filhos.

Um dia por acaso bati à porta da casa de férias da Inês e estivemos uns minutos todos à conversa. Comentei que tinha entrevistado o nosso tio Tó. E a Inês lançou para o ar que um dia gostava de ser entrevistada.

E eu deixei pairar no ar mas registei.

E no dia em que se assinalava a Eliminação da Violência Doméstica sem sonhar de nada convido a Inês para ir ao meu cadeirão.

E para meu espanto a Inês diz-me que caso eu não saiba o maior trauma da vida é a violência doméstica. Não com ela mas com os seus.

E se eu já admirava o seu brilho nos olhos, o amor que tem pela vida - uma vida que teve durante tanto tempo tão sozinha - depois de ler isto o meu coração ficou pequeno e eu senti-me uma formiga.

Por não ter dado do meu tempo para a conhecer, para lhe dar colo.

E conversámos.

E sei que para a Inês foi libertador.

E acredito que inspirador para tantos que sejam também filhos de violência doméstica e vivem em silêncios duros.

Espero que se inspirem!

A Maria de nariz nas nuvens que surpreende tanto quando conhecemos.

É muito mais do que "A filha da Bibá Pitta".

A Maria é uma defensora da verdade no momento mesmo que esta não seja simpática para quem a ouve.

Uma mãe que cedo descobriu as dificuldades de uma gravidez, os medos que surgem quando um bebé nasce e depende da mãe.

O que enquanto mulher sofreu no processo de amamentação em que num filho correu bem e no segundo já não conseguiu. Que a fez entender e defender as mães que não conseguem dar de mamar e que está tudo bem.

A Maria que tem três pais e vai tentando gerir tudo no seu coração.

Espero que se inspirem!

A Constança é minha prima. A minha avó paterna é irmã da avó Paterna da Constança.

Conheci a Teresa enquanto minha noiva no Casar com Graça. Casamento que por causa das transferências do marido enquanto jogador futebol teve de ir sendo adiado.

E um dia conseguimos estar juntas e beber um café.

Conheci a Teresa.

Que me fez despir o estereotipo que tinha das mulheres dos jogadores de futebol.

Que me mostrou de uma forma tão bonita e sincera que nem sempre é fácil.

Que para um mulher e mãe com um sentido muito grande de Família estar longe e não ter A casa é muito difícil.

E a Teresa é muito mais do que a mulher de um jogador de futebol!

Representou-nos a todos com a sua voz na Finlândia!

E na nossa conversa defendeu todas as mulheres que dão muito de si para acompanhar um marido.

Enalteceu todas as mulheres que optam por estar em casa com os seus filhos!

Mostrou a pessoa bonita que é com valores muito certos.

Espero que se inspirem!

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A querida Iza Van é Estilista de roupa, principalmente de vestidos de noiva.

Há uns bons anos deixou o seu país, a Bulgária, onde ficou a sua família e veio viver para Portugal.

Na Bulgária deixou grande parte de si, a sua filha. E esses anos doeram.

Quando cá chegou trabalhou, de dia e de noite. A fazer o que era preciso para garantir que comida na mesa e conforto. E conseguiu.

Uma mulher boa, com um coração do tamanho do mundo que me inspira pela forma como dá colo aos outros.

Que me inspira pela arte com que cria vestidos e o sucesso que alcançou.

Que me faz acreditar que com resiliência e amor tudo se consegue.

Espero que se inspirem!

No fim das 12 conversas desta 1.ª Edição decidi também eu ser entrevistada.

Esta conversa foi gravada no dia 9 de Novembro de 2020 e por seguimento do calendário,  a data de saída é o dia 13 de Dezembro, dia em que faz 31 anos que os meus pais morreram.

E fez todo o sentido. 

Pois eles são a parte mais importante da minha vida. 

A sua vida e morte fazem parte de mim. 

O antes e depois fizeram-me muito valorizar as doenças psíquicas, defender a eliminação da violência doméstica.

Fizeram-me perceber que a verdade nem sempre é fácil para todos, mas é a verdade e tem de ser defendida.

Aprendi a perdoar. A amar. E o amor nem sempre é correspondido. E fazem-se lutos.

E tenho saudades!

Fica um bocadinho de mim neste dia que me diz tanto. 

Neste dia que fez de mim quem sou.

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Cruzei-me com a Rita duas ou três vezes antes de conversarmos. Confesso que tinha medo da conversa por tudo o que envolve. E talvez por isso o convite tenha demorado a ser feito. E ainda bem que o fiz! E ainda bem que a Rita aceitou! Pois é o exemplo vivo de que enquanto existe amor e fé há caminho! E há um caminho com momentos muito duros, e a Rita acredita que o dia seguinte vai ser leve leve. E faz por isso.  

Porque o luto de um filho ultrapassa o Cancro que teve. O luto de um filho é um caminho...onde as pegadas se vão fazendo dia a dia. Espero que se inspirem!  

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Não conhecia a Bibá, seguia-a e admirava a sua força de viver! E de repente os nossos anjos juntaram-nos e conheci uma mulher que ultrapassa tudo o que podemos ver nas redes sociais. A Bibá é um bicho carpinteiro e só o podia ser, afinal o amor move montanhas, e a Bibá é amor! E conversámos sobre muitas coisas mas principalmente sobre a Bibá! 

E mais tempo tivéssemos mais conversaríamos! Espero que se inspirem com este coração furacão!  

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