Olá, bem vindos.
Esta semana, nem sei por onde começar.
Comecei assim esta mensagem e hoje, antes de vos enviar pensei que não sei mesmo por onde começar. Esta não é uma reviravolta é apenas o avançar de uma história com princípio, um péssimo meio e um fim imprevísivel. Os tempos são asustadores mas prefiro não ter medo, prefiro entregar, confiar e acreditar, aceitar que tudo o que teremos de viver será para nos transformar porque, todos sabemos, mesmo os que preferem fazer que não, que precisamos de uma enorme e urgente transformação.
E o texto desta semana apesar de parecer completamente ao lado, está intimamente relacionado com o momento crítico que estamos a viver, porque tudo se resume a duas coisas: o medo de perder e a sede de vencer. Se de um lado temos um líder que quer, a todo o custo, recuperar as glórias passadas num mundo que avançou e evoluiu num sentido muito diferente daquele que este líder preconiza, por outro temos - os sempre - predicados económicos na intenção e a liderar a acção. O mesmo se aplica ao trabalho e à relação de muitos de com o trabalho, pela forma como a liderança, tantas vezes ainda se baseia numa lógica d epoder pela força, forçando sem exercer força, dominando pelo medo e convencendo pela suposta necessidade. Como numa relação tóxica, somos levados a acreditar que aquilo é o melhor para nós, que não somos merecedores de outra coisa e que não há nada melhor. Na política chama-se propaganda, no trabalho, à falta de melhor, lavagem cerebral.
Escrevi do coração e enviei para a sábado. Partilhei no instagram e recebi relatos duros, muito duros, e muito extensos, que me fazem acreditar que poderei ter realmente algo a acrescentar à vida de pessoas que estão, como eu já (lá) estive. Olhando para trás, parece tão longe e por vezes nem sei como sai daquele buraco em que me encontrava. Sobre as mensagens que recebi, quero apenas partilhar uma coisa: se aquelas pessoas dedicaram uma parte do seu tempo a escrever duas, por vezes três mensagens de instagram seguidas, para conseguirem partilhar um pouco da sua situação comigo, imaginem como estão a sentir-se e imaginem todas as outras que, por não terem visto, por falta de vontade ou coragem, não me escreveram.
Qual o tema?
Morrer de trabalhar, uma expressão que isolada pode parecer que não sei falar mas que, no contexto faz sentido, porque a comparei ao morrer de amor. E no dia que vos comecei a escrever, publiquei no instagram um texto que complementa o que escrevi na Sábado.
Se não gostarmos, se não cuidarmos, se não nos respeitarmos em PRIMEIRO lugar, como podemos esperar que outros nos respeitem?Recebi muitas mensagens que falam sobre o contexto profissional que vivemos, em que muitas vezes há um volume de trabalho excessivo, numa cultura voltada (ainda!) para o sucesso medido pelo tamanho (ou preço) do carro que podemos comprar. De todas, apenas UMA mensagem contava o oposto, de um ambiente de respeito e incentivo, de protecção e cuidado com quem trabalha. Isto quer dizer muito sobre a sociedade em que vivemos, sobre o que toleramos e sobre o estado em que nos encontramos.Acredito que tudo começa em nós. Tal como numa relação a dois, também no trabalho temos de colocar os nossos limites, definir fronteiras e “educar” chefias em relação à forma de trabalhar sem medo das repercussões. Pior do que perder um emprego é perder a nossa sanidade mental, não acham?
Agora pensemos nisto do auto-respeito, da auto-determinação e na lavagem cerebral para olharmos para o que está a acontecer na Europa a partir de um outro prisma. Visto assim, continua a ser aterrador, mas talvez nos ajude a perceber muito do que está a acontecer no mundo e na vida. Obrigada por estarem desse lado!
💋💋
Volto para a semana, ou talvez não por ser Carnaval.
Fiquem desse lado porque prometo coisas boas!
Paula
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