As primeiras páginas dos jornais franceses apresentam-se diversificadas tanto a nível nacional como a nível internacional.
Municipais: República em Marcha prepara uma frente republicana, titula, LE MONDE. Numa nota interna, o partido no poder, construiu um plano de batalha para conter o avanço da extrema direita nas municipais. O movimento macronista identificou uma centena de comunas em que a União nacional de Marine Le Pen, poderia ganhar, principalmente, em Herault, Norte e Moselle.
República em marcha, investirá um candidato nas cidades em risco se o cabeça de lista lhe parecer suficientemente forte como em Perpignant, Beaucaire ou Arlès. Em contrapartida, o movimento vai-se apoiar em personalidades melhor colocadas quer sejam do partido socialistas quer sejam do partido conservador Republicanos ou não apresentará nenhum candidato. Quanto a Macron, já está em campanha para 2022, nota, LE MONDE.
Também, LE FIGARO, titula, Municipais: a ameaça de lista comunitárias. As preocupações em muitos eleitos perante a vontade clara de certas listas comunitárias de estar presentes nas eleições de março em pelo menos 50 cidades.
A cinco meses das municipais, os responsáveis da União dos democratas muçulmanos de França com os seus cerca de 800 membros mostram-se activos para apresentar listas em 50 comunas de Marselha, Lyon ou Avinhão.
Mas é sobretudo em comunas da região peri-parisiense da Ilha de França de forte população de origem imigrante que as listas comunitárias esperam realizar resultados substanciais em março próximo em Garges-lès-Gonesses ou Mantes-la-Jolie por exemplo.
Isto preocupa a direita e a extrema-direita que reclamam a proíbição de listas comunitárias. Proposta incerta no plano jurídico. Prudente o governo propõe constituir frentes republicanas locais para fazer barreira a listas comunitárias, acrescenta, LE FIGARO.
Ainda em França, LIBÉRATION, titula, os mistérios de Rouen, fazendo uma reportagem sobre a cidade que respirou essa merda de Lubrizol, referência à fábrica devastada por um incêndio há um mês. Os habitantes preocupados organizam-se e esperam mais transparência das autoridades.
Por ora, os inquéritos abertos continuam a marcar passo sobre as causas do sinistro industrial e da avaliação dos riscos para a saúde, acrescenta, LIBÉRATION.
Que futuro para as pequenas linhas férreas?, pergunta, em título, LA CROIX. As linhas ferroviárias locais são vítimas há anos de falta de investimentos. A degradação da qualidade de serviço provoca uma baixa da frequentação.
Direitos conexos: face ao Google, a imprensa francesa contra ataca, destaca por sua vez LE FIGARO. No dia em que devia entrar em vigor um sistema de remuneração dos conteúdos editoriais exibidos por Google, o motor de bursca americano decidiu impor unilateralmente suas condições à imprensa.
Pagar os direitos conexos mas os jornais deixam de ter posições de destaque passando a ocupar os últimos lugares no motor de busca. A imprensa francesa recusa e processa Google junto da Autoridade da concorrência por abuso de de posição dominante, acrescenta, LE FIGARO.
Mudando de assunto, no internaiconal, L'HUMANITÉ, titula, chilenos revoltam-se contra a violência liberal. Após uma semana de mobilizações, mesmo com uma terrível repressão policial, continua a revolta social.
Os manifestantes exigem a demissão do presidente Sebastian Piñera e mudanças estruturais. O arsenal repressivo do executivo de Piñera provocou 18 mortos nomeadamente uma criança, centenas de feridos e mais de 2400 prisões, nota, L'HUMANITÉ.
Por seu lado, LE MONDE, destaca, Bolívia, Evo Morales reeleito oficialmente mas continua movimento de contestação. O Presidente cessante foi declarado vencedor das eleições presidenciais logo na primeira volta frente ao centrista Carlos Mesa, mas suspeições de fraude pairam sobre o processo eleitoral. A comunidade internacional tem dúvidas quanto à lisibilidade do escrutínio e a oposição apela à resistência civil.
O mesmo vespertino, refere-se ainda à NATO, desorientada perante Trump e Erdogan. A retirada unilateral dos Estados Unidos, no nordeste da Síria, provocou uma crise profunda no seio da aliança atlântica.
Enfim, sobre o continente africano, LE MONDE, a diáspora africana no cartaz de dois festivais, exibindo a criatividade e a realidade histórico-artística de afrodescendentes em França através de corpos negros e danças crioulas.
Sobre a radiodifusão, a RFI aposta em línguas africanas instalando a redacção mandinga e em fula, dois idiomas falados por cerca de 80 milhões de indivíduos. Cobrimos populações rurais, mais jovens, femininas e menos alfabetizadas, afirma ao jornal LE MONDE, a directora da RFI, Cécile Mégie.
Do seu lado a PCA, Marie-Christine Saragosse, defende a criação de novos serviços, deixando no ar a pergunta, porque a redacção é em Dacar, porque não um magazine em uolóf, num gesto de respeito?, nota, LE MONDE.