"Todos os caras legais já estão comprometidos", "Não ouse ficar solteira, amiga, só tem lixo por aqui", "A mulher hétero sofre", "Meu parceiro me dá mais trabalho que um filho, sobra tudo pra mim".. Você já ouviu alguma das frases? Ou, melhor, quantas vezes você ouviu essas frases nos últimos tempos? No final de 2019, Ana Seresin cunhou o termo “heteropessimismo” em um artigo para o The New Inquiry. O termo nomeia a expectativa de que a experiência heterossexual normativa será decepcionante, negativa ou lamentável. O debate é longo e não caberia em um monólogo, mas me adianto que não acredito que o problema seja a heterossexualidade em si, e sim, o patriarcado que coloca as mulheres nessa prateleira inferior à dos homens. A luta pela sobrevivência e pelo encontro de afeto nesse contexto, fez muitas se sentirem obrigadas a performar a mulher "de boa". Aquela que não fala sobre seus verdadeiros desejos sobre a relação, que dificilmente expressa sentimentos, que realmente está 'de boa' com as situações, mesmo que ultrapassem seus limites. Afinal, a mulher 'de boa' é uma nova prisão em que nossa liberdade conquistada está sendo jogada contra nós? Temos como sair do ciclo do heteropessimismo sem educação emocional e responsabilidade afetiva por todos os lados? Bora desvendar. Bom Dia, Obvious! Hoje, Marcela Ceribelli, CEO e diretora criativa na Obvious conversa com a cantora e compositora, Mariana Nolasco.