Coração acelerado, adrenalina descarregada, frio na barriga e até falta de ar. Não são poucos os estudos que mostram que os sintomas físicos de ansiedade são semelhantes aos que nos atravessam quando estamos apaixonadas. No entanto, ansiedade e paixão são duas emoções distintas que são desencadeadas por estímulos diferentes: a ansiedade é uma resposta natural ao estresse ou até ameaças percebidas pelo corpo, mas segundo minha convidada de hoje, a paixão é naturalmente ansiosa. Um tanto dessa emoção vem das incertezas de um início em que o desvendar o outro faz parte da construção de um futuro amor: devo mandar mensagem ou esperar? Será que ele ou ela gostou do nosso último date? Pensar demais nos acontecimentos faz parte do que alguns chamam de euforia romântica: pode sim ser empolgante viver nesse encantador desconhecido, e o psicanalista Jacques Lacan confirma quando diz que a paixão vive na falta. Só que o frio na barriga não deve durar para sempre: o amor saudável não convive com desvendar o outro, e sim, com o diálogo. O ciclo crônico de preocupação seguido de alívio não é benéfico a longo prazo, mas muitas de nós não conseguem mais diferenciar o estar apaixonada do viver em um ciclo crônico de preocupação seguido de alívio. Afinal, é paixão ou ansiedade? Bom Dia, Obvious! Hoje, a Marcela Ceribelli, CEO e diretora criativa da Obvious, conversa com a psicanalista e autora do livro mais recente “A gente mira no amor e acerta na solidão”, Ana Suy.