A delegação portuguesa conquistou três medalhas neste domingo, 1 de Setembro, nos Jogos Paralímpicos. Miguel Monteiro no atletismo, e Cristina Gonçalves no boccia, ambos com medalhas de ouro, e Diogo Cancela na natação com o bronze.
A primeira medalha de ouro foi conquistada ao início do dia por Miguel Monteiro no Stade de France, perante cerca de 50 mil espectadores, na prova de lançamento do peso F40, para pessoas de baixa estatura.
O atleta português até entrou mal no concurso com um nulo, mas depois conseguiu quatro ensaios acima dos 11 metros, sendo que o terceiro lançamento atingiu a marca de 11 metros e 21 centímetros, recorde paralímpico para Miguel Monteiro, ele que já detém o recorde mundial com 11 metros e 60 centímetros.
Miguel Monteiro venceu a prova à frente de Battulga Tsegmid da Mongólia e de Garrah Tnaiash do Iraque, respectivamente segundo e terceiro.
Em entrevista à RFI, Miguel Monteiro mostrou-se feliz pelo triunfo mas lembrou que o caminho até esta conquista não foi fácil.
Primeira medalha do dia para Portugal e primeiro ouro para Miguel Monteiro que tinha arrecadado a medalha de bronze em 2021 em Tóquio, no Japão, na edição anterior dos Jogos Paralímpicos.
A segunda medalha de ouro veio no fim do dia na prova de boccia na categoria de BC 2 com Cristina Gonçalves.
Na Arena Sul de Paris, Cristina Gonçalves triunfou na final por 4-1 frente à sul-coreana Soyeong Jeong na primeira presença da atleta lusa nesta fase da prova.
Cristina Gonçalves juntou este primeiro ouro individual, aos 46 anos, às três medalhas por equipas: ouro em 2004 em Atenas, prata em 2008 em Pequim e bronze em 2016 no Rio de Janeiro.
Em declarações recolhidas por Lígia Anjos, Cristina Gonçalves nem queria acreditar que tinha alcançado o ouro paralímpico.
A participação de Cristina Gonçalves nestes Jogos Paralímpicos ainda não acabou visto que integra a prova por equipas com David Araújo e André Ramos.
A terceira medalha de Portugal ocorreu durante a tarde de domingo. Na natação, na prova dos 200 metros estilos SM8, Diogo Cancela conquistou a medalha de bronze, terminando no terceiro lugar, atrás do vencedor o chinês Haijiao Xu e do também chinês Guanglong Yang, segundo.
Em declarações à imprensa, Diogo Cancela admitiu que foi uma prova complicada, visto que estava sob pressão por ter sido vice-campeão mundial, mas ainda assim mostrou-se satisfeito por ter alcançado uma medalha.
Diogo Cancela, porta-estandarte de Portugal, arrecadou a primeira medalha nos Jogos Paralímpicos com apenas 22 anos, ele que ainda tem pela frente os 400 metros livres e os 100 metros mariposa na Arena Paris La Défense.
Portugal concluiu o seu quarto dia de provas com três medalhas, tendo já ultrapassado Tóquio em 2021 e Londres em 2012, mas ainda longe das 15 conquistadas em 2000 em Sydney.
Já nesta segunda-feira, no que diz respeito aos países da África Lusófona, duas atletas entraram em acção nos 100 metros T11, para pessoas com deficiência visual.
A angolana Juliana Ngleya Moko e a guineense Na Brinbamde Domingas estiveram na mesma série. A chinesa Guohua venceu a prova à frente da angolana que realizou um tempo de 12 segundos e 51 centésimos, batendo assim o seu recorde pessoal e apurando-se para as meias. Quanto a Na Brinbamde Domingas acabou por ser desqualificada devido ao facto do seu guia ter ultrapassado a linha em primeiro, o que é proibido nestas provas.
Em entrevista à RFI, Juliana Ngleya Moko estava muito entusiasmada por bater o recorde pessoal.
Juliana Ngleya Moko, atleta angolana, alcançou o apuramento para as meias-finais, enquanto Na Brinbamde Domingas foi eliminada.
Chegamos assim ao fim deste Magazine Desporto. Até breve.