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Depois de vários meses de atraso, a França lançou a semana passada o seu terceiro plano nacional de adaptação às alterações climáticas, traçando um cenário que pode atingir os mais 4°C em 2100. As consequências do aquecimento global do planeta são "a nova norma" de uma "realidade trágica" segundo Agnès Pannier-Runacher, ministra francesa da Transição Ecológica.
Como adaptar a França a um aquecimento planetário que pode atingir mais quatro graus? Após inúmeros atrasos, o Governo francês lançou o seu terceiro Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas (PNACC-3 - Plan National d'Adaptation au Changement Climatique). São cerca de cinquenta medidas que visam preparar o país para uma trajectória de aquecimento de referência de +2,7°C até 2050 e +4°C até 2100.
Recordes de calor, inundações, erosão costeira… numa França já 1,7° graus mais quente desde 1900, as consequências do aquecimento global do planeta já "não são uma excepção", mas "a nova norma" e uma "realidade trágica", as palavras são Agnès Pannier-Runacher, ministra francesa da Transição Ecológica.
Carmen Bessa Gomes, especialista em Ecologia na Universidade Agro Paris Tech, sublinha a importância deste documento num mundo cada vez mais céptico em relação ao clima.
Este plano tem o grande mérito de existir. Era urgente ter-se feito a revisão dos planos precedentes. Esta é a terceira versão. Desde Junho que se esperava a publicação. É importante ter sido, também, o produto de um trabalho de concertação com vários parceiros.
Actualmente, sobretudo dado a existência de tantos países com políticas cépticas, acho que é uma boa notícia, é um bom sinal a França ter publicado o seu plano de adaptação às alterações climáticas.
Um ponto positivo do plano é de prever, por exemplo, a existência de uma ferramenta que é uma trajetória de aquecimento, de referência, que é algo que à partida vai permitir revisitar essa trajetória e questionar o quão bem ou mal ou o quanto nos estamos a afastar do esperado. Mas, de qualquer maneira, como se está face a uma situação desconhecida, vai ser sempre necessário fazermos uma gestão que vai se adaptar às evoluções da situação e à evolução também do conhecimento.
O PNACC-3 inclui 52 medidas destinadas a proteger melhor as populações, antecipar os riscos, garantir a resiliência dos territórios e adaptar as actividades humanas a condições climáticas extremas.
Entre as medidas apresentadas, encontra-se o reforço das protecções para os trabalhadores expostos a vagas de calor, vários estudos para melhor adaptar os transportes e as explorações agrícolas, planos para adaptar cada sector económico, a evolução das regras de renovação das habitações e ainda a protecção dos principais locais culturais franceses.
A investigadora da Universidade Paris-Saclay acrescenta, igualmente, a importância de se incluir a questão da saúde humana no contexto ambiental, uma vez que alterações climáticas aumentam o risco de doença:
O plano reconhece a existência de populações mais vulneráveis e, tem um ponto positivo também, que é integrar a noção de que a qualidade de vida e a saúde das populações humanas estão intrinsecamente ligadas ao ambiente e ao contexto e, portanto, que, na realidade, nos programas de desenvolvimento, gestão do território, etc. tem que se integrar também a dimensão saúde humana.
É um ponto que, à partida, será positivo para a protecção das populações mais vulneráveis.
A questão do financiamento das medidas é uma das principais críticas levantadas ao plano. Além do reforço do fundo Barnier – criado em 1995 para ajudar autarquias, pequenas empresas e particulares a financiar as obras necessárias para reduzir a vulnerabilidade a catástrofes naturais – Agnès Pannier-Runacher anunciou também uma "mobilização inédita do Fundo Verde no valor de 260 milhões de euros".
Depois de vários meses de atraso, a França lançou a semana passada o seu terceiro plano nacional de adaptação às alterações climáticas, traçando um cenário que pode atingir os mais 4°C em 2100. As consequências do aquecimento global do planeta são "a nova norma" de uma "realidade trágica" segundo Agnès Pannier-Runacher, ministra francesa da Transição Ecológica.
Como adaptar a França a um aquecimento planetário que pode atingir mais quatro graus? Após inúmeros atrasos, o Governo francês lançou o seu terceiro Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas (PNACC-3 - Plan National d'Adaptation au Changement Climatique). São cerca de cinquenta medidas que visam preparar o país para uma trajectória de aquecimento de referência de +2,7°C até 2050 e +4°C até 2100.
Recordes de calor, inundações, erosão costeira… numa França já 1,7° graus mais quente desde 1900, as consequências do aquecimento global do planeta já "não são uma excepção", mas "a nova norma" e uma "realidade trágica", as palavras são Agnès Pannier-Runacher, ministra francesa da Transição Ecológica.
Carmen Bessa Gomes, especialista em Ecologia na Universidade Agro Paris Tech, sublinha a importância deste documento num mundo cada vez mais céptico em relação ao clima.
Este plano tem o grande mérito de existir. Era urgente ter-se feito a revisão dos planos precedentes. Esta é a terceira versão. Desde Junho que se esperava a publicação. É importante ter sido, também, o produto de um trabalho de concertação com vários parceiros.
Actualmente, sobretudo dado a existência de tantos países com políticas cépticas, acho que é uma boa notícia, é um bom sinal a França ter publicado o seu plano de adaptação às alterações climáticas.
Um ponto positivo do plano é de prever, por exemplo, a existência de uma ferramenta que é uma trajetória de aquecimento, de referência, que é algo que à partida vai permitir revisitar essa trajetória e questionar o quão bem ou mal ou o quanto nos estamos a afastar do esperado. Mas, de qualquer maneira, como se está face a uma situação desconhecida, vai ser sempre necessário fazermos uma gestão que vai se adaptar às evoluções da situação e à evolução também do conhecimento.
O PNACC-3 inclui 52 medidas destinadas a proteger melhor as populações, antecipar os riscos, garantir a resiliência dos territórios e adaptar as actividades humanas a condições climáticas extremas.
Entre as medidas apresentadas, encontra-se o reforço das protecções para os trabalhadores expostos a vagas de calor, vários estudos para melhor adaptar os transportes e as explorações agrícolas, planos para adaptar cada sector económico, a evolução das regras de renovação das habitações e ainda a protecção dos principais locais culturais franceses.
A investigadora da Universidade Paris-Saclay acrescenta, igualmente, a importância de se incluir a questão da saúde humana no contexto ambiental, uma vez que alterações climáticas aumentam o risco de doença:
O plano reconhece a existência de populações mais vulneráveis e, tem um ponto positivo também, que é integrar a noção de que a qualidade de vida e a saúde das populações humanas estão intrinsecamente ligadas ao ambiente e ao contexto e, portanto, que, na realidade, nos programas de desenvolvimento, gestão do território, etc. tem que se integrar também a dimensão saúde humana.
É um ponto que, à partida, será positivo para a protecção das populações mais vulneráveis.
A questão do financiamento das medidas é uma das principais críticas levantadas ao plano. Além do reforço do fundo Barnier – criado em 1995 para ajudar autarquias, pequenas empresas e particulares a financiar as obras necessárias para reduzir a vulnerabilidade a catástrofes naturais – Agnès Pannier-Runacher anunciou também uma "mobilização inédita do Fundo Verde no valor de 260 milhões de euros".
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