De segunda a sexta-feira, os principais temas da actualidade francesa, internacional e africana tratados na imprensa diária francesa.
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By RFI Português
De segunda a sexta-feira, os principais temas da actualidade francesa, internacional e africana tratados na imprensa diária francesa.
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O Jornal Le Figaro destaca a entrevista do chefe de Estado Emmanuel Macon, amanhã, à imprensa regional para detalhar o plano de desconfinamento no país.
Desconfinamento: Macron à procura do momento certo escreve em letras garrafais o Le Figaro. O jornal refere que o chefe de Estado vai detalhar amanhã, à imprensa regional, o seu plano de desconfinamento, lento e progressivo, a ser aplicado a partir do mês de Maio. Numa altura em que a ameaça de uma quarta vaga paira sobre o país.
Igualmente no Le Figaro, chamada de atenção para um artigo que fala de uma investigação policial que desmantelou uma rede criminosa que ensinava menores delinquentes a roubar. E no Reino Unido, Boris Johnson está em maus lençóis após a descoberta de que teria usado doações privadas para renovar o seu apartamento.
O jornal Le Monde titula: "Joe Biden implicado na batalha contra as desigualdades". O jornal escreve que, diante do Congresso, o Presidente dos Estados Unidos fez da luta contra as desigualdades, que quer financiar através dos mais ricos, a prioridade do seu mandato.
Covid e os receios de uma nova vaga estival é outro dos destaques na primeira página do jornal. Especialistas do Instituto Pasteur falam que uma nova vaga poderá surgir no mês de junho e que só um plano de vacinação acelerado poderá limitar o impacto no país.
O Le Monde chama ainda atenção para a desordem militar que se vive na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia.
"Vacinas: e se déssemos as sobras aos professores?". Questiona esta quinta-feira o Libération. O jornal escreve que após meses de atraso para o arranque da vacinação há muitos centros têm dificuldades em escoar a vacina que poderia ser administrada aos professores e a outros profissionais expostos à Covid-19.
"Covid-19: Uma Vida sem Sabor" é a manchete do La Croix. A perda do paladar e do olfacto pode levar a estados de depressão, no entanto, o jornal lembra que já há tratamentos que estimulam a memória desses sentidos.
O La Croix explica ainda o que é que acontece às pessoas que não estão aptas para serem julgadas. Nestes casos, as pessoas são geralmente hospitalizadas sob coação em unidades para pacientes difíceis.
"Desigualdades do plano de vacinação", em destaque no L'Humanité. O diário comunista sublinha que as desigualdades sociais e pessoas que se encontram em situação precária são as grandes esquecidas da campanha de vacinação. As regiões mais afectadas pela pandemia não são as que recebem mais vacinas, lê-se no L’Humanité.
Ainda no no jornal a escalada de tensão com os judeus ortodoxos a pedirem a morte dos árabes nas ruas de Jerusalém. Nos últimos dias aumentaram os ataques contra os palestinianos e os árabes israelitas. Crimes que se aceleram com a presença de formações racistas no Knesset, sulinha o diário.
No Aujourd’hui en France destaque para a entrevista ao chefe de Estado Maior das Forças Armadas, o General François Lecointre, que anuncia sanções para os militares que assinaram a tribuna controversa na revista Valores Actuais. Na tribuna, os militares denunciaram a "desintegração da França" e dizem estar disponíveis a intervir face ao “caos crescente “ que reina no país.
"Contra a Parede", titula o L’Equipe. O diário desportiva refere-se ao balde de água fria que foi o jogo, da primeira mão da Champions, entre o Paris Saint Germain e o Manchester City. Os franceses perderem em casa por dois a um.
A progressão da epidemia de Covid na Índia, o contencioso entre o laboratório AstraZeneca e a União Europeia, a aliança tácita entre a direita e a extrema-direita em França, o plano de recuperação económica da União Europeia, a batalha dos diplomatas entre de um lado a Europa e os Estados Unidos e do outro a Rússia, estão entre os focos de actualidade nas edições de terça-feira dos diários franceses.
Em foco,nas edições de segunda-feira, dos diários franceses, estão "a reabertura das escolas em França como primeira fase do desconfinamento do país, o debate sobre a relação entre terrorismo e imigração em França após o assassínio de uma agente da polícia no oeste da região parisiense por um indivíduo de origem tunisina, a esquerda francesa em busca de unidade para a presidencial francesa e a tribuna confidencial dos ex-generais do exército francês.
Hoje algumas manchetes estão viradas para o espaço, para onde foi o astronauta francês Thomas Pesquet que vai passar seis meses em órbita na estação espacial internacional.
Um feito que merece algumas manchetes, nomeadamente a do Libération que coloca em primeira pagina um retrato do astronauta com um jogo de palavras, "o mestre descola", o jornal adoptando um tom muito lírico no seu editorial ao escrever "podemos alegrar-nos de ver que a inventividade humana serve para outra coisa que fazer a guerra". Também pensativo, o editorialista do conservador Le Figaro escreve "lá em cima, já não há americanos, russos, japoneses, nem franceses. Há apenas um homem contemplando a sua infinita pequenez no universo".
Noutro aspecto, a situação do Myanmar, cerca de 3 meses depois do golpe militar, é também mencionada em alguns jornais, nomeadamente no Libération publicando um inquérito segundo o qual "Bruxelas formou e equipou milhares de agentes das forças da ordem birmanesas acusadas de exacções desde o golpe de Estado. A ambição do programa Mypol, entretanto suspenso, era de ensinar práticas que respeitassem melhor os Direitos Humanos", conta Libération que ao citar um defensor dos Direitos Humanos conclui que "a União Europeia acreditou num conto de fadas".
O Myanmar também é mencionado no L'Humanité."As operárias birmanesas pagam caro pelo golpe de Estado" escreve o jornal comunista referindo que "por estarem em primeira linha do movimento de desobediência civil, 200 mil trabalhadoras do sector têxtil foram despedidas desde o golpe do dia 1 de Fevereiro", o que leva um advogado e activista citado pelo jornal a considerar que "as pessoas vão doravante ter de lutar para sobreviver".
O diário católico La Croix, quanto a si, recorda que a situação no Myanmar vai ser abordada amanhã numa cimeira dos países da ASEAN com a participação do general Min Aung Hlaing, chefe dos golpistas, cuja presença provoca uma polémica. "Os militares birmaneses são terroristas e convidar o general Min, chefe dos terroristas, não faz sentido" diz um exilado politico birmanês baseado em Londres citado pelo jornal.
Na actualidade africana, Le Monde evoca o Chade, em dia de exéquias de Idriss Déby e em particular a posição da França que via no falecido Presidente o seu principal aliado na luta contra o terrorismo no Sahel. Ao constatar "a preeminência do aspecto securitário na relação entre Paris e N'Djamena", o vespertino considera que "a política da França, reduzida a esta componente, faz-lhe correr o risco de afastá-la das populações e em particular das jovens gerações".
Mais abaixo, na mesma página, o vespertino evoca desta vez o relatório no final do mês passado dando conta da responsabilidade francesa no genocídio ruandês há 27 anos. Ao indicar que "os advogados das vítimas estão a esmiuçar o relatório Duclert", Le monde dá conta das dificuldades atravessadas nestes últimos anos pelos representantes das vítimas e evoca em particular uma carta enviada em 2019 aos juízes questionando "a sua recusa em procurar a verdade junto dos próximos colaboradores do Presidente francês da época". A este respeito, o vespertino recorda que tem sido "difícil chegar a conclusões definitivas, nomeadamente devido ao aspecto informal da tomada de decisões e também por causa da destruição voluntária de determinados arquivos".
Noutro aspecto, Le Figaro entrevista o especialista de questões africanas Antoine Glaser sobre a política do actual Presidente francês no continente. Segundo este analista, "Macron quer apagar a Françafrica", mas ele não está a conseguir: "não se muda facilmente um sistema político, militar e financeiro que existiu durante cinquenta anos". Ao referir que a "Françafrica se concentra agora na África do Oeste", Antoine Glaser considera que "Emmanuel Macron é obrigado a fazer realpolitik porque o continente se mundializou", referindo-se nomeadamente à concorrência de outras potências como a China ou a Rússia em África.
E precisamente a propósito da Françafrica, Libération foca o seu olhar sobre o cinema africano e a mudança dos critérios de atribuição de subsídios da Organização Internacional da Francofonia (OIF). "Diminuição dos valores, impossibilidade de recorrer a eles mais do que 5 vezes, estas mudanças fizeram reagir um colectivo de realizadores africanos que denunciam a subsistência da Françafrica, enquanto o organismo financiador usa como pretexto a crise a sanitária", conta Libération antes de citar Alain Gomis, cineasta franco-senegalês, para quem "seria necessário conseguir criar soluções de financiamento em África".
Entre os focos de actualidade nas edições de quinta-feira, estão "a cimeira virtual sobre o clima proposta por Joe Biden, o rescaldo da morte de Idriss Déby no Chade e as repercussões na política africana da França, o veredicto do julgamento sobre a morte de George Floyd, a hipótese de uma vitória da extrema-direita na eleição presidencial francesa de 2022, discriminações em França e as preparações para o desconfinamento progressivo em França.
Em destaque nas edições de quarta-feira," a morte do Presidente chadiano, Idriss Déby Itno e a incerteza sobre o futuro do Chade, a vacinação anti-Covid na Europa e na França, a preparação do executivo francês para o desconfinamento do país a partir de 3 de Maio, o veredicto do julgamento de Derek Chauvin em Minneapolis e o fiasco da superliga de futebol europeia.
Entre os focos de actualidade, nas edições de terça-feira dos diários nacionais franceses estão, a "polémica superliga de futebol europeia, o novo relatório sobre o genocídio no Ruanda, a campanha vacinal em França e a desconfiança em relação à AstraZeneca, Emmanuel Macron e a questão da segurança pública em França".
Abrimos esta revista de imprensa com LE MONDE a titular, vacinas, a indústria francesa na cauda. A França lançou a produção de vacinas mas concebidas noutros países e tem dificuldades em ter a sua própria concepção da vascina depois dos fracassos de Sanofi e do Instituto Pasteur.
O centro de biotecnologia de Valneva de Nantes cujo candidato é promissor preferiu virar-se para o Reino Unido que lhe deu garantias de encomendar mais vacinas. Perante os alertas sobre a sua indústria sanitária, Paris esboçou um plano para relocalizar a fabricação de medicamentos essenciais no território.
Entrevistado pelo canal televisivo CBS, Emmanuel Macron, afirmou que o aumento da produção, nomeadamente, na Europa, permitirá garantir os objectivos. O Presidente francês, fechou as portas à vacina russa, Sputnik V e garantiu que aquela produzida pela Sanofi será disponível, brevemente, acrescenta, LE MONDE.
Por seu lado, LE FIGARO, titula, citando o presidente Macron, bato-me por um direito tranquilo à vida. Numa entrevista exclusiva ao jornal, o chefe de Estado, defende o seu balanço sobre a segurança e face ao aumento da violência quotidiana, defende a sua vontade de combater qualquer forma de impunidade.
O Presidente afirmou estar determinado a fazer recuar a delinquência em todo o território. Macron, acrescentou ainda não validar o conceito de violência da polícia, não validar aquele de privilégio branco e não validar o conceito de racismo sistémico, acrescenta, LE FIGARO.
L'HUMANITÉ, titula, acordos e um entorse sobre a reunião da esquerda. Um pacto de respeito mútuo foi assinado no sábado, mas subsistem tensões entre uma parte da família de esquerda, nota, L'HUMAITÉ.
Desprogramações, a Covid deve ser curada, mas eu também preciso de ajuda, titula, LIBÉRATION, citando, uma paciente à espera duma intervenção cirúrgica.
Desde o mês de março e com o aumento dos casos com a terceira vaga da Covid, vários hospitais preveniram os seus pacientes que terão de esperar que baixe a pressão da Covid para poderem ser operados, nota, LIBÉRATION.
As últimas horas do ditador cubano Raul Castro
No internacional, LE FIGARO, destaca Cuba, as últimas horas do castrismo. O 8° Congresso do Partido comunista cubano que decorre desde sexta-feira, até hoje, deve consagrar a saída de Raúl Castro para a reforma, nas vésperas dos seus 90 anos.
Após 68 anos ao serviço do castrismo, o primeiro secretário do Partido comunista cubano deve deixar o seu lugar ao Presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez. Um acontecimento que marcará o fim da era Castro, porque pela primeira vez desde 1959, nem Fidel, morto em 2016, nem o irmão Raúl, presidirão os destinos da ilha de Cuba, acrescenta, LE FIGARO.
Por seu lado, LA CROIX, titula, nuclear iraniano ainda é possível um acordo? Os negociadores tentam chegar em Viena a um compromisso sobre um levantamento das sanções americanas e uma reintegração do Irão nos acordos de 2015.
Enfim, em relação à África, LA CROIX, destaca, genocídio no Ruanda, um padre que estava refugiado em França foi preso. O padre Marcel Hitayezu, que chegou em França en fins dos anos 90, foi acusado de genocídio e de cumplicidade em crimes contra a humanidade no Ruanda, acrescenta, LA CROIX.
Entre os destaques nas edições de sexta-feira dos diários nacionais franceses, estão "as interrogações sobre o desconfinamento da França previsto para meados de Maio, a campanha vacinal anti-covid e a evolução da pandemia, os islamistas paquistaneses que voltam a manifestar contra a França, a esquerda francesa desunida na perspectiva das eleições presidenciais de 2022.
Abrimos esta revista de imprensa com LE MONDE a titular, recuperação económica, o efeito Biden em debate em França. O presidente americano tornou-se uma referência para uma parte dos políticos e económicos franceses inspirados pela dimensão do seu plano de relançamento económico.
Os Estados Unides desbloquearam 3 biliões de dólares para apoiar a economia e equacionaram ainda 2 biliões de dólares para investimentos nas infraestruturas.
Em França, enquanto o custo da crise representa para as finanças públicas cerca de 425 mil milhões de euros nos próximos 3 anos, o executivo recusa aumentar qualquer tipo de impostos.
Em Bruxelas, a comissão europeia apresentou a sua estratégia para relançar o plano europeu de 806 mil milhões de euros mas persistem bloqueios. Coloca-se a questão de anular uma parte da dívida das empresas francesas que estão com problemas de solvabilidade, acrescenta, LE MONDE.
O mesmo vespertino refere-se ainda à suspensão de voos provenientes do Brasil, com medo da propagação da estirpe brasileira da Covid, é considerada tardia e insuficiente tendo em conta que não há medidas estritas de quarentena até ao momento.
Por seu lado, LIBÉRATION, titula, Covid, a tragédia brasileira. Em média 3 000 mortos por dia, uma gestão caótica da crise feita pelo presidente Bolsonaro, o país perdeu o controlo da pandemia e está atingido por uma virulenta estirpe do vírus que causa alarme em todo o mundo, nota, LIBÉRATION.
LE FIGARO, titula, vacinação, será que a França vai cumprir os seus objectivos? As dificuldades acumulam-se mas graças ao aumento das vacinas de raíz ácido ribonucleico mensageiro permanece a esperança de até ao fim de verão se conseguir uma imunidade colectiva, nota, LE FIGARO.
100 000 mortos, balanço assustador, titula, L'HUMANITÉ. A França é o oitavo país no mundo a ter este número de mortos da Covid. Um drama que questiona as escolhas feitas ao mais alto nível do Estado. Esta cifra simbólica poderia ter sido muito mais tarde se certas decisões políticas não fossem tomadas sem debate por Macron que decidiu não adoptar o recofinamento de janeiro apesar dos alertas, nota, L'HUMNAITÉ.
Mudando de assunto, LA CROIX, titula, dois anos depois, o fervor continua intacto, encimando uma foto da catedral de Nossa Senhora em Paris. Desde o incêndio de 15 de abril de 2019 que quase destruiu Notre Dame de Paris a emoção transformou-se num movimento de fundo para este símbolo universal.
A câmara municipal de Paris vai lançar um programa de ordenamento nas imediações da catedral e a Igreja católica, finaliza o seu projecto litúrgico de acolhimento de fiéis e visitantes.
"A Catedral cria-nos quer sejamos crentes ou não", afirma, a presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, em entrevista ao jornal LA CROIX.
Em relação ao continente africano, LE MONDE dá relevo à libertação simbólica de presos políticos no Egipto. Para os defensores dos direitos humanos, estas aberturas não marcam uma verdadeira mudança de política com a chegada de Joe Biden à Casa Branca.
Mas a libertação de Khaled Daoud, figura da dissidência egípicia e de dois jornalistas, Hossam el-Sayed e Solafa Magdy, apanhou a opinião pública no Egipto, acrescenta, LE MONDE.
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