Considerado por muitos como o melhor romance de Charles Dickens, "Grandes Esperanças" é um peso pesado da literatura universal, mais que não seja porque pesa uma tonelada!

A história de Pip e de como uma visita a Miss Havisham mudou a sua vida foi a escolha do Clube Livrólicos Anónimos para fechar o ano de 2024. Mas terá sido um fechar com chave de ouro, ou a chave terá sido mesmo de ferro?

Fiquem a saber a resposta neste episódio, em que discuto o livro com a Diana do perfil Papéis e Letras.

Novo ano, novos objetivos literários. E por objetivos não falamos em número de livros que queremos ler, mas sim em pontos que achamos importantes na nossa relação com os livros em 2025, assim como alguns livros cuja leitura não queremos mesmo que passe deste ano.

As escolhas da Silvéria:

"A tua melanina" de Stephanie Vasconcelos (Suma de Letras)

"Fortuna, caso, tempo e sorte" de Isabel Rio Novo (Contraponto)

"Solitária" de Eliana Alves Cruz (À/Parte)

"A uma hora tão tardia" de Claire Keegan (Relógio D'Água)

"Despedidas impossíveis" de Han Kang (Dom Quixote)

As escolhas do João:

"Catarina e a beleza de matar fascistas" de Tiago Rodrigues (Tinta da China)

"Olhos d'água" de Conceição Evaristo (Orfeu Negro)

"Emigrantes" de Ferreira de Castro (Cavalo de Ferro)

"Bairro distante" de Jiro Taniguchi (Devir)

"A pequena comunista que não sorria" de Lola Lafon (Antígona)

E as vossas resoluções literárias para 2025, quais são? Contem-nos tudo nos comentários.

Aguentem as passas que 2024 ainda não acabou! Não enquanto não partilharmos as nossas piores e melhores leituras do ano que, diga-se de passagem, primam pela diversidade.

Ouçam as nossas escolhas e digam-nos nos comentários (ou por email e por mensagem no Instagram) o que acharam dos nossos tops, para além de nos contarem como foi o vosso ano.

Piores leituras de 2024 da Silvéria:

"Tivemos de remover este post" de Hanna Bervoets (D. Quixote)

"Dia de folga" de Dailygreens (ASA)

"O gato que nos visitou" de Takashi Hiraide (Editorial Presença)

"Os meus homens" de Victoria Kielland (D. Quixote)

"A cicatriz" de Maria Francisca Gama (Suma de Letras)

Piores leituras de 2024 do João:

"Quero voar" de Kachisou (A Seita)

"A saga de Gösta Berling" de Selma Lagerlöf (Cavalo de Ferro)

"Oração para desaparecer" de Socorro Acioli (Particular)

"Fahrenheit 451" de Ray Bradbury (Saída de Emergência)

"Kyoto" de Yasunari Kawabata (D. Quixote)

Melhores leituras ilustrados/bd de 2024 da Silvéria:

"Como criar uma biblioteca" de Inês Fonseca Santos e André Letria (Pato Lógico)

"Os avós são as pessoas preferidas dos pássaros" de Raquel Patriarca e Sérgio Condeço (Nuvem de Letras)

"25 mulheres" de Raquel Costa (Oficina do Livro)

"Aqui" de Richard McGuire (Cavalo de Ferro)

"Erva" Keum Suk Gendry-Kim (Iguana)

Melhores leituras ilustrados/bd de 2024 do João:

"O menino maluquinho" de Ziraldo (Tinta da China)

"A estrada" de Manu Larcenet (Ala dos Livros)

"Quarto escuro" de Inês Barata Raposo e Pedro Pousada (Bruaá)

"Erva" Keum Suk Gendry-Kim (Iguana)

"Aqui" de Richard McGuire (Cavalo de Ferro)

Melhores leituras ficção/não ficção de 2024 da Silvéria:

"Misericórdia" de Lídia Jorge (D. Quixote)

"Maus hábitos" de Alana Portero (Alfaguara)

"Acolher" de Claire Keegan (Relógio D'Água)

"Melhor não contar" de Tatiana Salem Levy (Elsinore)

"A voz das mulheres" de Miriam Toews (Alfaguara)

Melhores leituras ficção/não ficção de 2024 do João:

"Depois a louca sou eu" de Tati Bernardi (Tinta da China)

"Augusta B. ou As jovens instruídas 80 anos depois" de Joana Bértholo (Caminho)

"Caruncho" de Layla Martínez (Antígona)

"O quarto de Giovanni" de James Baldwin (Alfaguara)

"Luanda, Lisboa, Paraíso" de Djaimilia Pereira de Almeida (Companhia das Letras)

Em novembro, o Clube Livrólicos Anónimos dedicou-se à leitura da polémica biografia de José Saramago escrita por Joaquim Vieira. Um monumental relato com mais de 700 páginas da vida do único escritor de língua portuguesa que venceu o Nobel da Literatura.

Mas corresponderá a figura endeusada de Saramago, que todos conhecemos depois da atribuição do Nobel, à verdade ou, enquanto homem, Saramago terá mais que se lhe diga? 

Uma das novidades que me deixou mais feliz em 2024 foi o início da publicação da coleção "Heroínas das Artes", um projeto que une a Tinta da China ao CAM - Centro de Arte Moderna Gulbenkian, em que se apresentam as biografias ilustradas de mulheres corajosas que marcaram o mundo das artes.

Com os 2 primeiros livros da coleção publicados - "Irrequieta, Madalena Perdição" e "A Mão e os Gestos da Ana Hatherly" - conversei com a Catarina Sobral, a hiper talentosa autora e ilustradora, que criou estes retratos de 2 figuras muito desafiantes. 

"Que livros vou oferecer a quem?" é a pergunta para queijinho que muitos livrólicos fazem a si próprios no Natal. E entre tantas opções, a cabeça prega-nos sempre partidas quando mais precisamos, e não nos conseguimos lembrar de nada. Mas nada temam, que estamos aqui para vos auxiliar.

Sugestões de presentes para que os vossos pais se entretenham e não vos chateiem:

"A Minha Avó Pede Desculpa" de Fredrik Backman (Porto Editora)

"Dona Flore Seus Dois Maridos" de Jorge Amado (Dom Quixote)

"Raízes Negras" de Lúcia Vicente & Gilda Barros (Nuvem de Tinta)

"Reinações de Narizinho" de Monteiro Lobato (Tinta da China)

"Aqui" de Richard McGuire (Cavalo de Ferro)

"Look Back" de Tatsuki Fujimoto (Devir)

"A Viagem" de Agustina Guerrero (Dom Quixote)

"Caruncho" de Layla Martínez (Antígona)

"Herstory" de María Bastarós, Nacho M. Segarra e Cristina Daura (Orfeu Negro)

"O Homem Que Plantava Árvores" de Jean Giono (várias editoras)

"Natureza Urbana" de Joana Bértholo (Relógio d'Água)

"Obra Reunida" de Carla Madeira (Particular)

"Toda a Mafalda" de Quino (Iguana)

E, como extra, ainda ficam com os nossos pedidos ao Pai Natal.

Ho! Ho! Ho! Boas festas!

Quando o famoso escritor Paul Sheldon sofre um acidente, quis o destino que fosse a aparentemente afável Annie Wilkes, uma super fã da sua série "Misery", a encontrá-lo. Annie, que trabalhara como enfermeira, assume a missão de cuidar de Paul, mas será esse ato altruísta ou Annie não será bem a pessoa dócil que aparenta ser?

É esse o mote para o livro de outubro do clube Livrólicos Anónimos, uma das obras mais conhecidas de Stephen King, que se tornou num clássico do terror psicológico (também com uma boa dose de cenas sangrentas para quem gosta de algo mais gore) e que transformou Annie Wilkes numa das personagens mais marcantes da literatura e cinema.

Não percam esta conversa com a Cátia Marques, do Instagram Shadow Frozen.

O #novembrobiográfico chegou à sua 3ª edição e para participarem apenas têm de ler um livro biográfico durante o mês de novembro e partilhar a experiência de leitura, usando a hashtag do desafio e identificando o Instagram Na Cama com os Livros.

E se precisam de sugestões, vieram ao lugar certo, porque o que não faltam neste episódio são livros marcantes.

As sugestões do João:

"Deriva" de Madalena Sá Fernandes

"Diário de um sem-abrigo" de Jorge Costa

"Encontrar-me" de Viola Davis

"Depois a louca sou eu" de Tati Bernardi

"Meus desacontecimentos" de Eliane Brum

As sugestões da Silvéria:

"Friends, amantes e aquela coisa terrível: um livro de memórias" de Matthew Perry

"O pugilista" de Reinhard Kleist

"Memórias de um homem em pijama" + "Andanças e confissões de um homem em pijama" de Paco Roca

"Patos: dois anos nas areias petrolíferas" de Kate Beaton

"O meu pai voava" de Tânia Ganho

"As pequenas chances" de Natalia Timerman

O João vai ler:

"Fortuna, caso, tempo e sorte" de Isabel Rio Novo

"O segredo da força sobre-humana" de Alison Bechdel

"A maior mulher moderna do mundo" de Susan Swan

"Irrequieta, Madalena Perdigão" de Catarina Sobral

"Maria Lamas: amor, paz e liberdade" de Mafalda Brito e Rui Pedro Lourenço

A Silvéria vai ler:

"O cheiro dele depois da chuva" de Cédric Sapin-Defour

"Cartas para a minha avó" de Djamila Ribeiro

"Como enfrentar o ódio" de Felipe Neto

"Faca: meditações na sequência de uma tentativa de homicídio" de Salman Rushdie

"Beautiful Boy" de David Sheff

Vencedora do Prémios Branquinho da Fonseca, na modalidade Juvenil, e do Prémio Literário Maria Rosa Colaço, o talento da Inês Barata Raposo tem sido reconhecido, apesar de apenas ter publicado 3 livros.

Mas mais do que reconhecimento, há nos seus livros a essência de ser adolescente, um sentido de humor apurado e o tratamento sensível de temas difíceis, em que não se eufemiza a realidade, mas também não se opta por soluções melodramáticas.

"Coisas Que Acontecem", "O Efeito Bola de Menta" e "Quarto Escuro", todos editados pela Bruaá, são clássicos imediatos da literatura infantojuvenil e uma prova do quanto os livros ilustrados podem deliciar os adultos. 

Nesta conversa falamos sobre os livros, as leituras e os prémios da Inês, uma autora que quero muito que tenham vontade de ler.

Não esqueceremos Pedrógão Grande, mesmo porque ano após ano as tragédias causadas pelos incêndios se repetem em Portugal. Mas uma tragédia também pode ser o ponto de partida para uma obra de ficção, como aconteceu com o recentemente publicado "O Ninho da Cotovia" de Raquel Ramos, que revisita os fatídicos acontecimentos de 17 de junho de 2017.

Partindo deste livro falo com Raquel Ramos sobre as motivações da sua escrita e o que fez uma escritora que se tem focado em livros para crianças decidir escrever um romance tão duro. Mas, aproveitando a sua experiência como professora e coordenadora interconcelhia da rede de bibliotecas escolares, falamos também sobre a relação dos jovens com os livros e de que forma a escola pode contribuir para fortalecer os hábitos de leitura.

Alguns dos livros publicados por Raquel Ramos:

"O Ninho da Cotovia" - romance

"Nadir Afonso: O Pintor de Cidades Geométricas" - biografia para jovens

"Episódios da Vida de um Jovem Gato" - livro ilustrado

"Segredos do Jardim da Casa Grande de Barras Amarelas" - livro ilustrado

"Volta ao Mundo na Mota do Meu Pai" - livro ilustrado