Por Carlos Roberto de Oliveira
O estudo da natureza tríplice do homem – o espírito, a alma e o corpo – é intrigante. É bastante fácil distinguir o corpo dos outros dois. Mas, às vezes, é difícil estabelecer a diferença entre o espírito e a alma. Não há outra fonte, senão a Bíblia, que possa fazer isso. As más interpretações a respeito desse assunto são abundantes. Muitos erros têm sido ensinados, até mesmo nos púlpitos. Alguns têm dito: “(...) o espírito e a alma são idênticos”.
Mas, está registrado que os dois não podem ser iguais. Se assim fossem, por que a Bíblia diria: “Porque a Palavra de Deus é viva, e eficaz, mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito (Hebreus 4.12)”? Se fossem a mesma coisa, não poderiam ser divididos. Se fossem iguais, Paulo não teria instruído: “E todo o vosso espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda do Senhor Jesus Cristo”. (I Tessalonicenses 5.23-b).
Toda a religião existente, objetiva desenvolver o sentimento de fraternidade entre os homens. Mas há, paradoxalmente, uma eterna luta entre os egos, de tal forma que, membros do mesmo ideal, digladiam-se uns contra os outros. Surgem, então, na linha do tempo da história humana, as sociedades secretas, com o escopo de refinar o sentimento de fraternidade entre os irmãos.
Entre os muitos tipos de sociedades secretas, a mais conhecida é a Franco-Maçonaria, sendo ela, mais antiga que qualquer das religiões existentes, pois que os sinais e símbolos maçônicos, hoje usados, se encontram esculpidos nos monumentos do Egito antigo.
O público pode ver, nas casas que vendem objetos maçônicos, os aventais e colares que os maçons usam em cerimônias, mas os Faraós são mostrados com seus colares e aventais. Há, inclusive, referências a alguns sinais maçônicos, no Livro dos Mortos, cujo nome original, era Livro de Sair Para a Luz ou Saída para a Luz do Dia, e é uma coletânea de fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias do Antigo Egito, escritos em rolos de papiro e colocados nos túmulos junto das múmias.
O objetivo destes textos era ajudar o morto em sua viagem para o outro mundo, afastando eventuais perigos que este poderia encontrar na viagem para o Além. O livro era posto sob a cabeça da múmia ou junto dela. A longevidade da Maçonaria, explica-se pela própria essência dos ideais: os irmãos estão ligados por fortes laços de fraternidade.
E não para por aí: o verdadeiro maçom deve praticar para com todo o mundo, as três grandes virtudes da Maçonaria, que são o amor fraternal, o socorro e a verdade. Mas fica uma questão esotérica, diante do exposto: que liame é esse, que a despeito de toda e qualquer idiossincrasia humana, mantém uma loja ou potência, unida?
Esta questão está intimamente relacionada, com o que foi descrito no início deste texto: a tríplice natureza do homem. De qualquer modo, através do ritual, a Maçonaria ilustra qual a conduta para um indivíduo que deseja cooperar com o Criador.
Namastê! Etimologicamente, namastê é uma palavra originária do sânscrito, que literalmente significa "curvo-me perante a ti" e é a forma mais digna de cumprimento de um ser humano para outro. Em um sentido mais amplo, o namastê significa “o Deus que habita no meu coração, saúda o Deus que habita no seu coração”.
O gesto expressa um grande sentimento de respeito, invoca a percepção de que todos os indivíduos compartilham da mesma essência, da mesma energia, do mesmo universo, portanto o termo e a ação possuem uma força pacificadora muito intensa.