Rossandro Klinjey fala da necessidade exagerada de aceitação e de querer agradar a todos. Ele diz que muitas carências nascem do cansaço e da solidão. Ouça o comentário

O algoritmo não tem julgamento moral, nós é que temos, lembra Rossandro. O psicólogo ressalta a importância de buscar diálogo fora da nossa bolha. 'Se os algoritmos continuarem nos distanciando, criaremos um ambiente de alto grau de conflito que pode ser difícil de administrar', alerta.

Rossandro Klinjey responde pergunta de ouvinte e fala de como a descoberta da criança interior pode levar ao individualismo.

Muitas famílias lidam com as crianças como se elas fossem o centro do universo. Aí elas crescem, se tornam adolescentes, e passam a ser tratadas de outra forma. A nova relação com os pais ou outros responsáveis pode até ser confundida com perda de amor. Rossandro detalha a importância de promover a autonomia dos filhos sem deixar de prestar atenção à sua criação e, também, de respeitar a sua individualidade, sem tratá-los como objetos.

Parte da formação da nossa identidade está atrelada ao processo de amadurecer. No entanto, há pessoas que resistem a viver esse processo por inteiro. Rossandro Klinjey explica esse fenômeno, citando o arquétipo do menino eterno, conceito de Jung. 'A vida infantil é muito fantástica, mas existe o tempo de sair dela. Permanecer vai se tornar patológico', afirma.

A jovem tenista Naomi Osaka, de 23 anos, anunciou uma pausa na carreira por questões de saúde mental. Rossandro comenta a pressão que os atletas sofrem, por serem cercados de muitas pessoas que só incentivam o seu sucesso, em detrimento do autocuidado. O foco apenas nesse aspecto promove a unilateralidade do ego, explica o psicólogo. 'Nós somos fortes e fracos, vencemos e perdemos. E as vitórias são fruto do aprendizado que adquirimos com as derrotas', diz, sobre a importância de darmos voz ao 'todo'.

Na estreia de 'O divã de todos nós', o psicólogo Rossandro Klinjey fala sobre o movimento de muitos jovens, principalmente na Ásia, que abdicam de metas para ficarem simplesmente parados. Para ele, exigência de produtividade constante gera um sentimento de cansaço e incompetência. No entanto, ele destaca que o tempo pode e deve ser ocupado com o descanso, mas também com atividades que dão prazer e contribuem para a sociedade.