Nos últimos dias não faltaram reflexões sobre a maternidade. Várias coisas apareceram: admiração e afeto, pedidos para que mães valorizem seu próprios esforço, mas também muito perrengue, culpa materna e carga mental pesadíssima. Todas pautas fundamentais. E ficamos pensando em como encontrar o riso no meio de tudo isso é complexo.

Por isso, nesse episódio convidamos a humorista Andressa Bragatto. Ela é mãe solo de três crianças, faz produção de espetáculos culturais e não desistiu do seu maior sonho: trabalhar com stand up comedy apoiando outras mulheres.

Além de trazer a nossa perpectiva sobre diversos temas que só eram abordados por homens na comédia, a Andressa tem um material riquíssimo no palco que é a convivência com três crianças em idades diferentes. Temos certeza de como eles se orgulham desde já da mãe que tem.

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Produção, roteiro e apresentação: Larissa Guerra e Marina Melz.
Edição e tratamento de áudio: Bruno Stolf.
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Vamos conversar?

Larissa Guerra: @larissavguerra
Marina Melz: @marinamelz
Bruno Stolf: @brunostolf

A busca por equilibrar todos os pratinhos é quase incontrolável. Mas eles precisam ser tão grandes? Tão pesados? Precisam rodar perfeitamente? Qual é a régua que define o que é suficientemente bom pra cada uma de nós? No mundo do trabalho, ela é a mesma para todas as pessoas? A gente dá conta de assumir que faremos alguma coisa sem toda energia possível? Bem meia boa mesmo?

Várias coisas levaram a esse episódio. A tal da moda do quiet quitting, que despertou a discussão sobre a diferença entre fazer o suficiente ou constantemente entregar mais do que você é pago para fazer. O papo cada vez mais comum entre as nossas amigas de "hoje eu trabalhei como um homem branco medíocre". A nossa busca de sermos mais generosas conosco.

E aí chegou a Mary Bonfim, nossa querida ouvinte, com uma sugestão certeira: a Mari G. Comunicadora e palestrante, ela entrou com tudo na nossa grande brisa sobre o direito que precisamos exercer mais de ser meia boca sem culpa.

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A nossa necessidade de controle nem sempre tem esse nome, mas está sempre presente nas nossas vidas. Bem que a gente queria zeca-pagodear e só "deixar a vida nos levar". Só que, no fim das contas, a ilusão sobre ter alguma gerência sobre todos os pontos da vida nos acompanha em todos os momentos.

Depois de tentarmos marcar um papo sobre isso quatro vezes, perdemos completamente o controle sobre as nossas agendas e decidimos que seria só um desabafo entre amigas: nós e vocês.

Conversamos sobre a relação de controle com carga mental, com julgamento alheio, com medo da rejeição e sobre nossas ilusões em manter a gestão de coisas que só acontecem.

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No Brasil, de acordo com o Censo Demográfico 2010, existem cerca de 200 milhões de habitantes com mais de 130 mil nomes diferentes. Apenas cerca de 7 mil pessoas se chamam Irineu - os dados são antigos porque a gente sabe que o Censo atrasou e é possível que esse número tenha oscilado e provavelmente pra baixo. Mas, fato é que ele, que se chama Irineu, faz piada com o próprio nome, com as brigas da família no Whats App, os perrengues da vida cotidiana e muito mais.

Por isso, abrimos nossas cotas para receber o nosso querido amigo e humorista Irineu Nicoletti para um papo sobre ver humor na rotina, tempo de comédia, treinar o olhar para enxergar os vieses engraçados do perrengue.

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Certamente você já ouviu frases como “esse aqui é o filho do fulano, lembra?” ou então “pode confiar, ele é sobrinho do cicrano”. E isso é até comum no dia a dia: a mercearia do bairro, num churrasco da família estendida. Mas quando chega ao mercado de trabalho, a valorização das relações familiares como atestado de credibilidade ou o bom e velho “quem indica” para furar a fila de um processo seletivo ou contratação de fornecedores se tornam um problemão.

Sabe qual é outro indicativo sobre como esses contatos impactam o mercado? Quando você fica um tempão vendo a ascensão ou a visibilidade de alguém se questionando se as entregas dessa pessoa fazem jus a todo esse reconhecimento. Um belo dia, do nada, você descobre: é só mais uma pessoa medíocre que tem uma relação com alguém importante dentro daquela organização.

Pra falar um pouco sobre as estratégias que os não-herdeiros dessa rede de contatos podem criar, estamos recebendo aqui as incríveis fundadoras do Indique uma Preta, Amanda Abreu, Dani Matos e Verônica Dudiman.

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"Todo mês choro muito por alguma situação, cogito voltar para a terapia. Menstruo dois dias depois e passa. Essa distinção hormonal versus saúde mental é muito complicada". "Sempre sofri com cólicas tenebrosas, idas a Pronto Atendimentos para tomar remédio na veia. Em uma dessas idas, o médico não queria me dar atestado. Insinuou que eu estava ali para matar o dia de trabalho". "Dependendo da fase do meu ciclo, minha criatividade é influenciada". "Eu fico extremamente sensível, sensorialmente falando". "Sofri por anos com o combo cólica e enxaqueca todo maldito mês. Ainda odeio o sagrado feminino".

Já deu pra sacar que, mesmo que a maioria das mulheres vá passar três décadas perdendo 80ml de sangue todos os meses, cada uma vive uma experiência muito única sobre menstruar, né? Por mais que a gente entenda o que acontece fisicamente - quando muito rola essa compreensão - ainda há muitas coisas que não acessamos sobre isso. Especialmente porque a nossa relação com a menstruação também muda de acordo com a vida. Ou seja: por mais que a gente sinta que "venceu" esse assunto, ele sempre vai voltar.

Por isso convidamos a biomédica e educadora menstrual, Lizandra dos Santos, para um papo que foi do básico a aspectos comportamentais inerentes a menstruação, passando por métodos contraceptivos e questões comportamentais. Um papo íntimo, necessário e que precisa rolar mesmo que a gente às vezes sinta que não.

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Se as nossas rotinas são compostas pelo conjunto de casa + trabalho + trânsito + cuidados com as pessoas, não é nenhum exagero dizer que nós estamos (o tempo todo) muito cansadas. Exaustas. Xoxas, anêmicas, frágeis, capengas... e tudo o que o meme já nos ensinou.

Mas e o descanso? Melhor: e o direito ao descanso? Estruturalmente, esse tempo é escasso pra todas as mulheres. Individualmente, sentimos um peso enorme de "ter que" descansar quando essa brecha na agenda - por um milagre - surge. E isso faz com que a gente tenha dificuldades de alcançar esse relaxamento tão necessário.

Por tudo isso, não é coincidência que duas pesquisadoras do universo do trabalho tenham se debruçado em estudar e entender por que precisamos brigar pelo direito de descansar. A Maíra Blasi e a Thaís Fabris são autoras de um relatório sobre o tema e elaboraram a Declaração dos Direitos Descansistas.

Neste episódio, recebemos a Thaís para conversar sobre descanso. Todos os "ter que", as análises sociais e individuais sobre o tema, o que significa descansar, a dicotomia inventada entre o corpo e a mente e várias outras questões.

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Muito se falou em FOMO (Fear of Missing Out) nos últimos anos. A hiperexposição fez com que a gente aprendesse a lidar - ou pelo menos tentasse - com o sentimento de frustração de estar perdendo acontecimentos incríveis: shows, festivais, carnaval, filmes que todo mundo viu, exposições que ficam muito longe e a muito dinheiro de casa. É “estar por fora” querendo “estar por dentro”.

Mais recentemente, ouvimos falar sobre JOMO (Joy of Missing Out), que é encararmos com tranquilidade que não vamos consumir determinado conteúdo e isso não gerar ansiedade. É "estar por fora" querendo "estar por fora".

Decidimos trazer esse papo entre amigas - daqueles cheios de discordâncias e concordâncias - sobre JOMO porque entendemos que tem mais camadas nesse assunto: autoconhecimento, julgamento de valor sobre conteúdo, conexão com redes sociais e a necessidade de presença, de fato.

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Imagine um canivete suíço. Uma base que vai se abrindo em múltiplas possibilidades. É abridor de latas, chave de fenda, saca rolhas, punção e tinha duas lâminas. Talvez nenhum deles seja o melhor, mas ele pode ser várias coisas.


Agora imagine uma faca. A melhor faca. Uma excelente faca. Ela serve muito bem a um propósito. Mas apenas a um. Essa é a analogia que a Rafa Cappai, uma artista multipotencial, usa na sua fala no @tedxblumenau para contar sobre como o mercado às vezes nos empurra para esconder as nossas habilidades e nos empurra a sermos apenas facas.


E não é que um dos lados seja certo e o outro errado. Mas, por muito tempo, se acreditou que ser o melhor em uma coisa muito específica era a melhor característica que um profissional poderia ter. Essa lógica de verticalidade já mudou nas teorias, que falam sobre as pessoas terem vários interesses e mudarem de profissão durante a vida.


Para falar sobre isso, não veio outra pessoa na nossa cabeça. A @gabiberri é quase o canivete suíço de 100 funções. É modelo plus size, publicitária, cria conteúdo para redes sociais, tem uma marca de acessórios, apresenta eventos de lives e canta muito bem - inclusive, até pouco tempo atrás fazia parte de um grupo vocal que homenageava a cultura dos imigrantes italianos.

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Quantas vezes você já viu um homem falar sobre truques e dicas de limpeza doméstica? E quantas vezes você já trocou ideias sobre faxina com sua mãe, familiares e amigas? Também pudera: uma pesquisa desenvolvida pela ONG Think Olga aponta que as mulheres são as principais responsáveis pelo cuidado doméstico, gastando em média 21 horas semanais, o que soma sete anos de suas vidas inteiras. Além disso, a pesquisa constatou, por exemplo, que a cada 100 homens que casam, 12 já não lavavam roupa antes do casamento e outros 38 deixam de lavar. Já as mulheres, a cada 100 que casam, 93 já lavavam roupa antes e uma delas passou a lavar.

Aprender a cuidar da casa talvez seja uma das lições que a gente começa a ter desde pequenas. E mais: que a casa precisa estar sempre bri-lhan-do. Aprende-se a dizer “não repara a bagunça” sempre que uma visita pega a gente desprevenida - e mesmo quando acabamos de limpar tudo.

Existe toda uma desconstrução e um papo sério rolando sobre divisão de tarefas e o peso dessa carga - que é física e mental - em nossas vidas. E tem gente, como o Tiago Haka, o @homemdiarista, criando conteúdo e mostrando de uma forma bem didática e leve, que cuidados com a casa deveriam ser uma tarefa de todo mundo. É por isso que ele ocupa uma das nossas cotas.

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