#007 – Hemingway, em Paris é uma festa, afirma que o escritor deve buscar a sentença verdadeira. A todo custo. Nada além disso merece atenção. Na literatura de não-ficção – biografia, ensaio, jornalismo literário – o autor se vale de recursos literários para transmitir uma verdade, ou um recorte desta verdade.
A pergunta que podemos fazer é: mas qual verdade?
A verdade já não é mais a mesma. Nunca foi. A verdade tem uma história – e já se contaram muitas vezes as suas versões.
No começo do século XX, as pretensões positivistas de conhecer a verdade se mostraram insuficientes diante dos impulsos autoritários das grandes potências, que precisavam cavar um lugar na dinâmica do mundo pós-industrial. Nesse mundo, controlar narrativas de poder e domínio era uma condição para avançar na política.
Desde então, passamos por outras revoluções que colocaram em crise as nossas verdades, no plural. O mundo está dinamizado, e agora os discursos de poder penetram a nossa intimidade, os nossos sonhos, e cada um de nós precisa encarar um microcosmo próprio onde essas narrativas se infiltram.
O filósofo Michel Foucault (1926-1984) inaugura a crítica da verdade. A relação entre sujeito e objeto, antes tidos como unidades universais e necessárias, é subvertida. Assim, as formações discursivas se modificam para observar o poder sob nova luz: não como objeto, mas como prática social, capilarizada, espalhada em todos os tipos de relações.
Em uma sociedade saturada de controle e urgências, Prelo convida você a refletir sobre um novo movimento de escrita e pensamento, fruto da irrupção de verdades conflitantes pelo qual passamos coletivamente.
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