… porque senão gostarmos do que fazemos, não há motivação que resista.
Esta semana fiz um directo no Instagram (live que ficou no feed) sobre este confinamento 2.0 e dedicado a #workfromhome (em bom) porque há tantas pessoas para quem esta situação de teletrabalho é inédita que achei que poderia dar um contributo com base na minha experiência. Na verdade, tirando três excepções, nunca trabalhei 8h/dia num escritório e, à terceira, jurei para nunca mais. Por isso, fui acumulando a experiência de trabalhar em casa, separando a vida pessoal da profissional e tentando manter alguma sanidade mental.
Neste processo, e com base nas perguntas que vocês me enviaram, primeira resposta é uma pergunta porque, se não gostamos de trabalhar em casa (ou a partir de casa), é importante perceber a razão. Será falta da presença humana ou a procrastinação? Será a necessidade de sair à rua ou a ausência de um espaço de trabalho adequado? Todas juntas e sentir que tudo se mistura, num estilo e vida caótico que não permite desligar?
Procurando a resposta ao “porquê” talvez consigamos encontrar uma solução.
#workfromhome (em bom)
* Como evitar procrastinar?
* Como ultrapassar momentos de bloqueio?
* O que não pode faltar para começar a trabalhar?
* O que fazer no caso de termos um ambiente com pouca luz natural?
* Como separar a vida profissional e pessoal?
* Devemos alternar a rotina ou ter uma rotina fixa?
* Como estabelecer metas e como flexibilizar?
* Como direccionar a nossa atenção quando o meio de comunicação pessoal e profissional são o mesmo?
Vou começar pelas vantagens e desvantagens do teletrabalho porque, para cada vantagem, uma desvantagem (e vice-versa). A solidão que pode tornar-nos mais produtivos porque evita distracções, mas aumenta o individualismo, enquanto nos afasta de pessoas e relações tóxicas, permitindo trabalhar em qualquer lugar. Até no sofá, com uma manta nas pernas. A aparência? A pessoa tende a desleixar-se, mas por outro lado, perde-se menos tempo, poupa-se dinheiro e a pele agradece. Estejamos confortavelmente apresentáveis, nunca se sabe quando o carteiro toca à porta, se me faço entender. Aquela famosa reunião que poderia ter sido um email? Pode ser um momento duplamente produtivo, porque estamos na reunião e numa discreta multitarefa. Também podemos controlar melhor o nosso tempo e estabelecer limites às interacções de que somos alvo. Podemos, contudo, passar mais horas a trabalhar, daí ser tão importante definir uma hora para terminar e desconectar. Em relação ao FOMO, o fear of missing out, que também acontece quando não estamos no escritório, a minha sugestão é a conexão directa, um telefona que faz maravilhas e resolve muitos problemas de comunicação.
Neste processo, a música é a que nós queremos, o volume o que desejamos e, contra isto, batatas. É mesmo uma grande vantagem, da mesma forma que não há comentário, critica ou julgamento em relação a pormenores como a caneta de unicórnios ou estarmos sentados, durante horas, de pernas cruzadas.
Em relação à música, três grandes sugestões:
a playlist urbanista, com muitas horas de música e que representa 5 anos de urbanista
a playlist paula at work, no indieshuffle, um site independente de música
o site coffitivity, que simula uma coffeshop e nos faz sentir mais acompanhados
Sobre procrastinação,
a minha questão é simples: porque razão estás a adiar? Gostas do que tens para fazer?
Tenho duas sugestões, nenhuma perfeita, mas que funcionam comigo. Se for uma tarefa simples (por exemplo, compilar facturas para enviar à contabilista) adia até ao limite, faz tudo o resto e, sob pressão, trata do tema. Se for uma tarefa complexa ou mais longa, define um prazo e dá-te um prémio. Para te assegurares que cumpres, pede ajuda a um amigo para controlar o processo.
Isolamento e solidão…
É certo que qualquer uma destas ideias não permite o contacto humano, o toque ou o abraço, mas ajudam: trocar mensagens com amigos, telefonemas e videochamadas, clubes de leitura ou, simplesmente, aquela tarefa de que tanto gostas e à qual não te dedicas porque estás… a trabalhar.
Momentos de bloqueio?
É parar, interromper o que estamos a fazer. Fazer uma caminhada (agora é melhor não…), tomar um duche deixar a água escorrer na cabeça, lavar a loiça, arrumar a casa… A ideia é “mudar de ares”.
Sobre o espaço de trabalho, milagres não há e muitos de nós não têm uma casa pensada para este efeito por isso, é perder um fim de semana e reorganizar o espaço. Ideias não faltam e, muitas vezes, basta pintar uma parede ou o tampo de uma secretária para criar toda uma ilusão de novo, motivando-nos a trabalhar. Para quem tem apenas o quarto, é tentar criar uma área de trabalho e descanso. Mesmo que estejam, literalmente, em cima uma da outra, o importante que seja possível, no mesmo espaço, ter momentos de trabalho e de lazer. Criei um board no Pinterest a pensar nisto mesmo e espero que possam tirar daqui algumas ideias.
As restantes questões ficam para outra semana ou, caso não queiram esperar, podem rever o directo, disponível aqui
Se precisarem de ajuda, inspiração ou motivação, escrevam ♡
Na sábado escrevi sobre “ensinar” e gostava muito que lessem:
Vamos continuar a falar de escolas fechadas ou do que realmente importa: ensinar?
Até para a semana, Paula
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