Abrimos esta Imprensa semanal com L'OBS, que dedica a sua capa a Kamala Harris e o título eles vão desconfinar em 2021. Um especial no qual colabora grandes assinaturas da intelectualidade cultural e política francesas.
A antiga ministra da Justiça, Christiane Taubira, escreve que Kamala Harris, é jamaicana e índia de origem, a primeira mulher a ocupar as funções de vice-presidente dos Estados Unidos e encarna a esperança da América e do mundo pós-Trump.
Kamala Harris é bela, é elegante, é ágil e mesmo felina como Obama, mas é também desconcertante, numa América desconcertante. Todos os americanos são descendentes de imigrantes, sublinha, Christiane Taubira.
Por seu lado, L'EXPRESS, faz a sua capa com Emmanuel Macron, que nunca disse tudo aos franceses. Numa grande entrevista ele faz a sua confissão e fala da crise sanitária, da conspiração e da identidade. "Fui mal entendido quando eu disse que somos um povo gaulês de refractários, mas eu também sou refractário."
Somos um país que pode fabricar os coletes azuis, podemos ser um povo extremamente duro verbalmente, mas ao mesmo tempo somos um dos países da Europa onde o confinamento foi mais bem repeitado, afirma, Macron.
Sobre o racismo, Macron afirma sem papas na língua que ser branco em França é um privilégio, não é sua escolha, mas "é um facto que um homem branco tem mais facilidades de ser Presidente, de ter uma casa, um emprego que um asiático, um árabe ou um negro, uma mulher asiática ou uma mulher negra, sublinha, Macron.
Os franceses partilham uma língua, uma história, uma geografia ou uma cultura. Mas ser francês é também um espírito e uma ideia a defender.
Impossível dois franceses na mesma sala com a mesma opinião
"Identidade francesa é uma questão de todos os franceses," dizia o historiador, Fernand Braudel. Porque se existem mesmo 67 milhões maneiras de ser francês, só há uma França. Plural, sem dúvidas nenhumas pois estamos no país de 365 queijos diferentes, de um número igual ou maior de opiniões e assuntos de divisão, onde se berra sobre Colbert ou Voltaire, onde querelas e polémicas estão acima do diálogo e da concórdia.
Mas França é também esta nação onde se manifesta em defesa de batatas fritas e maionese francesas ou se defende enfermeiras e se cante a Marselhesa, hino nacional francês. É impossível haver dois franceses numa mesma sala que tenham a mesma opinião sobre o que quer que seja. A França fez os franceses assim, escreveu, Paul Valéry, acrescenta, L'EXPRESS.
As viagens que fizeram a França fazem a capa do semanário LE POINT. "A nossa História só se explica através do mundo", escreveu o historiador, Michelet. O historiador tinha razão porque a França construiu-se viajando pelo mundo. A França dos navegadores de Luis XIV, a França da expansão por terras americanas, como Luisiana e Mississipi, dos irmãos normandos de Sumatra, a Françafrica do Gabão, do Congo Brazaville, do Zaire, da colonização da África negra, ou a África equatorial francesa.
Porque todos os caminhos vão dar a Roma, grandes escritores como Stendhal, foram inspirar-se na Itália, ou porque a França é aventureira, Napoleão, esteve no Egito das Pirâmides, na Alemanha, em Áustria e em toda a Europa e o filósofo Tocqueville, atravessou o Atlântico, para ir escrever seu clássico Da Democracia na América, acrescenta, LE POINT.
Enfim, a JEUNE AFRIQUE online, refere-se ao Uganda, o que se tem de saber sobre Yoweri Museveni, bem posicionado para ser presidente vitalício. Aos 76 anos, dos quais 34 anos no poder, o chefe de Estado ugandês, concorrerá para um sexto mandato a 14 de janeiro. Para já fez tudo para não dar chance nenhuma aos seus adversários. Pouco inclinado à reforma, Museveni, fez saltar o imperativo constitucional de dois mandatos presidenciais, logo em 2005, e em 2017, suprimiu a idade limite que era de 75 anos, para se concorrer à magistratura suprema, nota, JEUNE AFRIQUE.