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Numa entrevista na semana passada a Vítor Gonçalves na RTP3, o ministro de Estado e das Finanças tratou de esvaziar um balão de preocupações sobre a situação económica e financeira do país que cresce a cada dia que passa. Ao dizer que estamos longe desse cenário, o ministro responde a um aviso que o governador do banco de Portugal, Mário Centeno, fizera poucos dias antes. Assinalando que o contexto global pode levar a desequilíbrios na actividade económica, Centeno pediu que se evitem que obriguem o país a ter de fazer um ajustamento doloroso, como o da "troika". “Foi essa a história no passado. Não queremos voltar a ver isso em Portugal”, disse o governador.
Talvez seja demasiado alarido admitir sequer que o país enfrenta esse risco. O nosso convidado deste episódio, Pedro Brinca, explica bem porquê. É bom dizê-lo, todos os indicadores da economia e das contas públicas são saudáveis. Em 2024, o país cresceu novamente acima da média europeia e o estado teve um saldo positivo entre o que recebeu e o que gastou.
Mas então, o que é que se está a passar para se voltarem a levantar, ainda que ao longe, os fantasmas terríveis do passado? Aconteceram várias coisas: no primeiro trimestre a economia desacelerou. O Conselho de Finanças Públicas avisou em Abril que o aumento de salários e o corte de impostos vai fazer regressar o défice em 2026. Na semana passada a Comissão Europeia reviu em baixa o crescimento e deu razão ao Conselho de Finanças Públicas. Já esta segunda-feira, o Público revelava um trabalho do jornalista Sérgio Aníbal onde se mostravam as inquietações de Bruxelas com os desvios de Portugal aos gastos apresentados à Comissão Europeia.
Mesmo que não haja razões para alarmes, há a certeza de que a festa de 2024, ano em que a despesa primária do estado cresceu 12%, acabou. Faz sentido cortar mais 500 milhões de euros de impostos e prometer aumentos quando a conjuntura se agrava? O Conselho de Finanças Públicas diz que não, Mário Centeno diz que não e Bruxelas junta-se às críticas ao mostrar que a bonança acabou para Portugal. O Governo contraria este pessimismo e promete cumprir todas as suas previsões. O que pensar no meio do pingue-pongue? Onde está a razão e a propaganda? Para ajudar a esclarecer este tema, pedimos a ajuda de Pedro Brinca, licenciado e doutorado em economia pela universidade de Estocolmo e professor associado com agregação da Nova SBE, em Lisboa.
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Numa entrevista na semana passada a Vítor Gonçalves na RTP3, o ministro de Estado e das Finanças tratou de esvaziar um balão de preocupações sobre a situação económica e financeira do país que cresce a cada dia que passa. Ao dizer que estamos longe desse cenário, o ministro responde a um aviso que o governador do banco de Portugal, Mário Centeno, fizera poucos dias antes. Assinalando que o contexto global pode levar a desequilíbrios na actividade económica, Centeno pediu que se evitem que obriguem o país a ter de fazer um ajustamento doloroso, como o da "troika". “Foi essa a história no passado. Não queremos voltar a ver isso em Portugal”, disse o governador.
Talvez seja demasiado alarido admitir sequer que o país enfrenta esse risco. O nosso convidado deste episódio, Pedro Brinca, explica bem porquê. É bom dizê-lo, todos os indicadores da economia e das contas públicas são saudáveis. Em 2024, o país cresceu novamente acima da média europeia e o estado teve um saldo positivo entre o que recebeu e o que gastou.
Mas então, o que é que se está a passar para se voltarem a levantar, ainda que ao longe, os fantasmas terríveis do passado? Aconteceram várias coisas: no primeiro trimestre a economia desacelerou. O Conselho de Finanças Públicas avisou em Abril que o aumento de salários e o corte de impostos vai fazer regressar o défice em 2026. Na semana passada a Comissão Europeia reviu em baixa o crescimento e deu razão ao Conselho de Finanças Públicas. Já esta segunda-feira, o Público revelava um trabalho do jornalista Sérgio Aníbal onde se mostravam as inquietações de Bruxelas com os desvios de Portugal aos gastos apresentados à Comissão Europeia.
Mesmo que não haja razões para alarmes, há a certeza de que a festa de 2024, ano em que a despesa primária do estado cresceu 12%, acabou. Faz sentido cortar mais 500 milhões de euros de impostos e prometer aumentos quando a conjuntura se agrava? O Conselho de Finanças Públicas diz que não, Mário Centeno diz que não e Bruxelas junta-se às críticas ao mostrar que a bonança acabou para Portugal. O Governo contraria este pessimismo e promete cumprir todas as suas previsões. O que pensar no meio do pingue-pongue? Onde está a razão e a propaganda? Para ajudar a esclarecer este tema, pedimos a ajuda de Pedro Brinca, licenciado e doutorado em economia pela universidade de Estocolmo e professor associado com agregação da Nova SBE, em Lisboa.
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