A administração Trump está a prestes a concluir, na próxima quarta-feira, os primeiros cem dias deste segundo mandato. Neste período aconteceu de tudo. Os EUA saíram da Organização Mundial de Saúde e os invasores do Capitólio foram perdoados.
Donald Trump propôs tomar conta de Gaza e transformar o território numa Riviera francesa, apadrinhou os cortes de Elon Musk nas instituições federais, nomeadamente o fim da assistência humanitária, e transformou a Casa Branca num stand da Tesla.
Acabou com o isolamento de Vladimir Putin, chamou ditador a Vlodymyr Zelensky e exerceu pressão para que a Ucrânia aceitasse uma proposta com concessões à Rússia.
JD Vance foi a Munique dar um sermão à União Europeia, instou os europeus a aumentar o investimento em defesa e criticou-os pela atitude perante a imigração.
As universidades foram acusadas de tolerância para com o anti-semitismo e perderam financiamento. Alguns estudantes foram detidos por activismo pró-palestiniano e os seus diplomas foram revogados.
Supostos membros de gangues foram enviados para uma prisão de segurança máxima, em El Salvador, à revelia do Supremo Tribunal Federal e sem culpa formada.
Canadá e Gronelândia foram objecto de cobiça e está em curso uma guerra tarifária, que provoca receios de uma recessão global. Como ouvimos no som de abertura, o Nobel da Economia, Paul Krugam previu, em entrevista à RTP, que os EUA entrem em recessão já este ano.
De facto, o mundo mudou bastante nestes cem dias. E os EUA? Pretexto para esta conversa com Daniela Melo, cientista política e professora da Universidade de Boston.
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