Os partidos de esquerda foram, fortemente, penalizados nas últimas eleições legislativas e autárquicas. O PS passou a ser o terceiro partido em número de deputados no parlamento, pela primeira vez na sua história, o que esteve na origem da demissão do secretário-geral Pedro Nuno Santos.
Nas eleições locais, os socialistas não venceram em nenhuma das principais cidades do país, apesar de terem concorrido em Lisboa coligados com outros partidos de esquerda, e perderam, inclusive, a Associação Nacional de Municípios.
O Bloco de Esquerda foi quem mais recuou na votação nacional em ambas as eleições: desceu de 274 mil votos para 119 mil e ficou confinado a uma deputada.
Nas eleições locais, o BE só obteve 30 mil votos e elegeu um vereador e a sua coordenadora, Mariana Mortágua, demitiu-se. O PCP perdeu sete câmaras, mas manteve-se como terceiro partido autárquico.
Que reflexões deve a esquerda retirar desses resultados e o que é que deve fazer para recuperar o seu peso político? Como contrariar uma hegemonia cultural da direita no espaço público?
Augusto Santos Silva, ex-presidente da Assembleia da República, ministro em vários governos socialistas e professor da Faculdade de Economia do Porto, é o convidado deste episódio, no qual defende a necessidade da esquerda em retomar “a clássica agenda da social-democracia”.
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