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Chegam pelo sol, pela qualidade de vida e por uma perspectiva de futuro sorridente a investidores aventureiros. Chamam-lhe a "Califórnia da Europa" e são cada vez mais os que atravessam o Atlântico para fazer de Portugal casa. Donald Trump venceu as presenciais dos Estados Unidos da América e o número de pesquisas no Google com a frase "Mudar para Portugal" aumentou de imediato.
Quem parece estar mais interessado nesta mudança são os habitantes dos Estados do Colorado, Oregon e Washington, onde Kamala Harris foi a candidata vencedora. O que os norte-americanos procuram em Portugal é a qualidade de vida, segurança e tranquilidade. Escolha as principais cidades, as suas periferias mais qualificadas, e zonas turísticas como o Algarve ou a Madeira. No primeiro semestre deste ano, Portugal recebeu mais de um milhão de turistas daquele país, o que representa o acréscimo de 15% face a 2023.
Segundo o relatório de migração em exílio do ano passado, residem cá mais de 14 mil cidadãos dos Estados Unidos. A vitória de Trump pode ter efeitos no sector imobiliário português? Alfredo Valente, director-geral da iad Portugal, uma imobiliária com actividade nos Estados Unidos, ajuda-nos a perceber porque é que os norte-americanos procuram Portugal como local alternativo para viver.
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O Brasil conseguiu introduzir a taxação dos super-ricos na declaração final da cimeira do G20 que acabou esta terça-feira no Rio de Janeiro. O Governo de Lula da Silva não teve força para convencer os parceiros do clube para lhes impor uma taxa de 2% sobre as suas riquezas, o que poderia gerar uma receita anual de 230 mil milhões de euros para o combate da pobreza ou os efeitos da crise climática.
Os Estados Unidos colocaram reservas à iniciativa. Javier Milei, o presidente ultraliberal da Argentina estava radicalmente contra. Na declaração final, o máximo que se conseguiu foi uma declaração lacónica e vaga: "Com total respeito à soberania tributária, procuraremos envolver-nos cooperativamente para garantir que indivíduos de património líquido elevado sejam efectivamente tributados", diz o texto final.
O que significa esta declaração está por saber. Sabe-se sim que a proposta do Brasil tem o poder de acelerar um debate que dura há anos: como viver num mundo em que a pobreza persiste, em que os rendimentos das classes médias dos países desenvolvidos estão em queda, ao mesmo tempo que existem cerca de 3000 pessoas controlam um património estimado em mais de 14 biliões de dólares? Ou seja, a soma das riquezas do Japão, da Alemanha, da Índia e do Reino Unido.
Que importância tem, por isso, a declaração final do G20 do Rio de Janeiro? Até onde pode ir esta tentativa de aumentar os impostos sobre os mais ricos como forma de reduzir os índices de desigualdade nos países desenvolvidos?
Para nos falar sobre estas questões, convidámos Francisco Louçã. Doutorado em Economia, com uma longa carreira política na área da esquerda, as suas posições sobre este tema são há muito conhecidas.
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Poucas horas depois de se saber que a administração Biden autorizara o uso de mísseis de médio alcance conhecidos como ATACMS em território da Rússia, o porta-voz do Kremlin veio esclarecer as consequências. Os Estados Unidos, disse, estão a regar o fogo com gasolina.
É inevitável que aconteça uma escalada de tensões em torno do conflito. Como o presidente Putin já havia referido, ataques com essas armas serão atribuídos aos países que as fornecem. Depois do envolvimento de mais de 10 mil soldados norte-coreanos na frente de Kursk, ocupada pelos ucranianos desde Agosto, Joe Biden já não associa o uso dos ATACMS ao perigo de uma Terceira Guerra Mundial. Mas, ninguém duvida, a guerra na Ucrânia ficou muito mais perigosa.
Para percebermos melhor o significado destas mudanças, o P24 convidou para este episódio António Paulo Duarte, doutorado em História Institucional e Política Contemporânea, professor auxiliar da Academia Militar e especialista em matérias de Defesa.
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No dia 21 de Janeiro de 2021, o primeiro-ministro António Costa anunciava o confinamento geral do país. A covid-19 estava a atingir proporções alarmantes. Tinha passado um ano depois dos primeiros sinais de alerta. Onde iria o país, e o mundo, parar com a nova ameaça?
No dia 17 de Dezembro de 2019, um homem de 55 anos foi diagnosticado na província de Wuhan, na China. Durante o primeiro mês, foram registados em média cinco novos casos por dia. Em Dezembro, o primeiro caso de covid-19 foi diagnosticado em França. A 18 de Janeiro, tinha chegado aos Estados Unidos. Em Março, Portugal assistia a um aumento exponencial de casos e o país entrou em confinamento.
Cinco anos depois, a OMS calcula que tenham acontecido 777 milhões de infecções em todo o mundo, sendo registados pelo menos 7,7 milhões de mortos. Recordar a covid, como hoje o PÚBLICO faz nas suas edições digital e impressa, é como que regressar a um pesadelo. É voltar ao medo colectivo face a uma doença nova de consequências imprevisíveis. É recordar as semanas em que milhões de portugueses tiveram de se isolar nas suas casas.
O que aprendemos nestes cinco anos? Estamos mais preparados para uma nova pandemia? Será que faz sentido dizer que a covid-19 deixou de ser em definitivo uma ameaça e se transformou em mais uma doença comum, como a gripe? Neste P24, ouvimos Manuel Carmo Gomes, professor de epidemiologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
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Já morreram dezenas de pessoas em Moçambique, desde o começo da contestação após os indícios de fraude nas últimas eleições. Esta segunda vaga de protestos, convocada pelo candidato presidencial da oposição, Venâncio Mondlane, teve mais consequências desta vez nas províncias de Zambézia e de Nampula, onde um posto administrativo foi incendiado em retaliação pela morte de manifestantes. Por outro lado, os protestos terão descido de intensidade em Maputo por cansaço de quem protesta e por necessidade de quem precisa de se sustentar.
A população ficou com que órfã de um Messias e precisa de esperança e de alguém com discurso, diz João Feijó. Este sociólogo e investigador moçambicano considera que a geografia eleitoral mudou em torno de um sentimento anti-Frelimo. Neste episódio, João Feijó observa que a Frelimo vive numa realidade paralela. Qual é a solução? Ninguém sabe.
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Donald Trump regressou, ontem, à Casa Branca, a convite do Presidente Joe Biden, para acertar os pormenores da transferência de poder nos EUA. Há quatro anos, este encontro não teve lugar, porque Trump recusou-se a aceitar os resultados eleitorais e não assistiu à tomada de possa do seu sucessor.
Elon Musk, que acompanhou Trump nesta viagem a Washington, vai ter um lugar de destaque na nova administração. O multimilionário e Vivek Ramaswamy, dois dos apoiantes mais ricos do novo presidente, vão liderar o futuro Departamento de Eficiência Governamental.
Musk participou na maior parte das escolhas de Trump e, dizia ontem o The New York Times, está a tentar instalar os seus amigos de Silicon Valley em lugares de destaque nas instituições federais.
O que é que se pode concluir das escolhas anunciadas para os lugares-chave da administração? O perfil dos membros deste segundo mandato será muito diferente daquele que foi o perfil na primeira passagem de Trump pela sala oval? Tudo indica que sim.
Neste episódio, Tiago André Lopes, professor de Estudos Asiáticos e Diplomacia na Universidade Portucalense, ajuda-nos a perceber as escolhas para a nova administração Trump.
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Ana Paula Martins esteve ontem no parlamento para assumir a "total responsabilidade pelo que correu menos bem" no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
O que era para ser uma discussão sobre a proposta de Orçamento do Estado da Saúde de 2025, acabou por ser um exame ao papel de Ana Paula Martins no caso do INEM.
A greve às horas extraordinárias expôs a grande falta de recursos humanos nesta área. Há, pelo menos, uma dezena de casos de doentes, cujas mortes estarão, alegadamente, relacionadas com os atrasos no atendimento das chamadas.
O PS e o Chega, a Federação Nacional dos Médicos o Sindicato dos Médicos Dentistas, pediram a demissão de Ana Paula Martins, que está cada vez mais sob pressão.
Após a audição, a ministra visitou o instituto de emergência médica, onde afirmou que dedicava 70% do seu tempo a resolver problemas do INEM.
Neste episódio, Francisco Goiana da Silva, médico, professor universitário e ex-membro da Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde analisa a audição parlamentar da ministra e comenta estes últimos casos.
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Provavelmente, nunca ouviu falar da Connected, uma startup do Porto que angariou dois milhões de euros para desenvolver a sua tecnologia de internet das coisas aplicada a modelos financeiros. Nem da Ethiack, de Coimbra, que identifica vulnerabilidades de cibersegurança usando hackers éticos. Nem da Glooma, que desenvolveu uma aplicação para ajudar no rastreio e acompanhamento do cancro da mama. Nem sequer da Anchorage Digital, uma startup portuguesa avaliada nos Estados Unidos em mais de três mil milhões de euros.
Quando se fala de Web Summit, tende-se a pensar num festival de empresas e empresários estratosféricos sem ligação à terra. De um outro planeta onde o trabalho e o investimento não parecem fazer grande sentido. Mas é bom que esses conceitos se alterem. As startups e a religião sagrada do empreendedorismo, como em tempos foi designada em tom de crítica, apontam para o futuro da economia portuguesa. Por cá há umas quatro mil empresas, de Lisboa a Bragança. Feitas por jovens ousados e financiadas por gestores de risco. Muitas morrem no caminho. Outras chegam ao estatuto de unicórnio, quando valem mais de mil milhões de dólares. Portugal tem seis unicórnios gerados pelo talento nacional. Mais do que a Espanha, mais do que a Itália.
Entre o dia de ontem e quarta-feira, umas 125 dessas empresas estarão na Web Summit ao lado de muitas outras de todas as geografias. Por lá estarão também investidores. A Web Summit não gera talento nem capital, mas serve de montra para um país que precisa de vencer a armadilha do rendimento médio. É uma ferramenta, que se junta aos apoios do estado e a um ecossistema que coloca Lisboa, o Porto ou Braga numa rede internacional voltada para o futuro. Será que, neste Campeonato, Portugal já está ao lado dos melhores? O que falta fazer para que a nova geração mais qualificada de sempre brilhe ainda mais?
Neste episódio, temos entre nós Ricardo Luz, fundador da Gestluz, entretanto vendida ao grupo báltico Civitta. A Gestluz é uma consultora especializada com uma longa experiência em projectos de criação e de escalação de startups em Portugal. Ricardo Luz é o seu líder em Portugal.
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A COP29, que começa hoje, em Baku, no Azerbeijão, tem alguns objectivos cruciais para o nosso futuro: o apoio financeiro à acção climática global, a criação de planos nacionais de adaptação climática até 2025 ou a redução de emissões até 2030.
A Conferência das Nações Unidas ocorre após o desastre de Valência, em Espanha, que significa que fenómenos como este não acontecem apenas nos países em desenvolvimento. Portugal, por exemplo, tem mais de 60 áreas com risco significativo de inundação.
E ocorre, também, após a eleição de Donald Trump. O futuro presidente dos EUA não acredita no “aquecimento global”. Neste segundo mandato, a indústria dos combustíveis fósseis terá um incentivo. É o famoso “Drill, baby drill”, as declarações do som de abertura deste episódio.
A crise climática afecta a biodiversidade e a saúde global, a inacção climática é uma ameaça crescente, a saída dos EUA do Acordo de Paris é preocupante, porque o seu exemplo pode ser seguido por outros países.
Francisco Ferreira, presidente da Associação Zero e professor na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, destaca, neste P24 a necessidade de um novo objectivo global para apoiar a acção climática e fala das suas expectativas para esta conferência na qual irá participar.
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Após notícias que davam conta de sete mortes em contexto de atrasos no atendimento de chamadas de emergência médica, a ministra da Saúde anunciou que se ia reunir esta quinta-feira com os dirigentes do STEPH, que decretou uma greve às horas extraordinárias, que começou na quarta-feira da semana passada e não tinha data para terminar. Foi a primeira reunião com o Governo desde que a greve foi convocada, em Outubro, e a primeira com a ministra, já que a única que existiu, em Junho, foi com a secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé.
Numa profissão com elevado nível de stress, que implica trabalhar fins-de-semana, feriados e até festividades como o Natal, o salário bruto dos técnicos de emergência começa nos 922 euros. A progressão para o nível remuneratório seguinte, em que se recebe mais 50 euros, demora entre dez e 13 anos, segundo o sindicato. Isto está relacionado com a forma como a carreira está organizada, já que só possui três categorias: coordenador-geral, coordenador operacional e técnico de emergência pré-hospitalar.
Neste P24, ouvimos Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Tripulantes de Emergência pré-hospitalar, que decretou (e entretanto já suspendeu) a greve às horas extraordinárias.
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