"Vá para fora cá dentro." Os mais velhos ainda se lembram desta campanha de 1997, em que as autoridades nacionais do turismo tentavam reanimar o sector convidando os portugueses a fazer férias cá dentro. Hoje, este anúncio seria dispensável. Com maior ou menor crescimento, o turismo português está forte. E como está a ser alvo de uma procura crescente de europeus, brasileiros ou norte-americanos com elevado poder de compra, a oferta turística nacional está cada vez mais cara. Tão cara que muitos portugueses estão a trocar o Douro, o Alentejo, Lisboa ou o Algarve por destinos mais distantes e mais baratos lá fora.

No ano passado as viagens de nacionais para férias no estrangeiro cresceram 6%. E este ano, os primeiros sinais indicavam que essa subida poderá atingir os 15%.

Esta evolução deixa no ar duas reflexões: felizmente, há famílias com recursos para viajar; mas, de acordo com alguns inquéritos, o aumento dos preços faz com que, infelizmente, o número de portugueses sem dinheiro para fazer férias aumente. Mas, uma nota importante: o convidado deste episódio do P24 diz-nos que as agências de viagens estão a registar também um aumento da procura interna por parte dos portugueses.

Será isto uma realidade conjuntural? Vamos ter de nos habituar à ideia de que as praias do Algarve ou as esplanadas da Ribeira do Porto, onde um café pode custar quatro euros, não são para nós? Oportunidade para medir a temperatura do sector com quem faz a ponte entre clientes e operadores, o presidente da Associação Nacional de Agências de Viagens, Miguel Quintas.

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