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Portugal caminha para as terceiras eleições legislativas em menos de quatro anos sem que o anúncio de uma nova dissolução da Assembleia e a convocação do país para ir a votos tenha causado grandes estados de alma. Quer isto dizer que os portugueses se começam a habituar à instabilidade? Que estão tão cansados da persistente crise política que a combatem com um encolher de ombros? Ou será que, no fundo, sentem que, com ou sem governo em plenas funções, a vida segue como sempre? O que está implícito nas perguntas parece banal, mas as respostas que implicam são sérias. Trata-se de saber se a sociedade portuguesa e a sua economia estão suficientemente robustas e autónomas do Estado para resistir às crises políticas. Um exemplo vem sempre à cabeça para suscitar discussões: entre Dezembro de 2018 e Outubro de 2020 a Bélgica esteve 652 dias sem governo e nem por isso o país parou ou o mundo acabou.
Saber se a economia ou a sociedade são hoje suficientemente autónomas do Estado para acomodar os impactes das crises políticas e seguir em frente tornou-se uma questão crucial. Ainda na edição de ontem do PÚBLICO, o economista e académico Ricardo Paes Mamede, insuspeito de ser um liberal clássico, dizia que a economia portuguesa “depende muitíssimo menos do Estado do que alguns parecem julgar”. Prova disso mesmo são os rankings da divida pública das principais agências mundiais: se a Moody's mantêm a perspectiva do país no “estável”, a Standard and Poor's manteve este mês, quando a crise estava no ar, uma perspectiva positiva. Outro sinal: no dia em que o Governo caía, a Volkswagen anunciava um investimento volumoso para construir um carro eléctrico em Portugal.
Claro que ter um governo é sempre garantia de que a administração administra e não há paragens nem compassos de espera nas decisões que impactam os cidadãos ou o tecido económico. Programas gigantes como o PRR, podem sofrer contratempos. Mas, no essencial, o governo em gestão corrente ou a transição de pastas e assuntos para outro governo não perturba as rotinas do SNS, das escolas, da Segurança Social nem inibe os gestores e os empresários de seguirem a sua vida. O que nos leva a uma questão muito importante para o país: estaremos hoje mais adultos e menos dependentes do poder do Estado central? Estaremos mais perto dos belgas, mesmo não tendo o seu estado mais flexível e descentralizado?
Para discutir estas perguntas, o P24 convidou André Pinção Lucas, e director-executivo do Instituto +Liberdade, criador e coordenador do Projecto +Factos e co-autor do livro "Milhões a Voar – As mentiras que nos contaram sobre a TAP". O Instituto + Liberdade foi fundado em 2020 por, entre outros, Carlos Guimarães Pinto, Adolfo Mesquita Nunes e o empresário Carlos Moreira da Silva para promover o liberalismo político, económico e social em Portugal.
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By PÚBLICO5
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Portugal caminha para as terceiras eleições legislativas em menos de quatro anos sem que o anúncio de uma nova dissolução da Assembleia e a convocação do país para ir a votos tenha causado grandes estados de alma. Quer isto dizer que os portugueses se começam a habituar à instabilidade? Que estão tão cansados da persistente crise política que a combatem com um encolher de ombros? Ou será que, no fundo, sentem que, com ou sem governo em plenas funções, a vida segue como sempre? O que está implícito nas perguntas parece banal, mas as respostas que implicam são sérias. Trata-se de saber se a sociedade portuguesa e a sua economia estão suficientemente robustas e autónomas do Estado para resistir às crises políticas. Um exemplo vem sempre à cabeça para suscitar discussões: entre Dezembro de 2018 e Outubro de 2020 a Bélgica esteve 652 dias sem governo e nem por isso o país parou ou o mundo acabou.
Saber se a economia ou a sociedade são hoje suficientemente autónomas do Estado para acomodar os impactes das crises políticas e seguir em frente tornou-se uma questão crucial. Ainda na edição de ontem do PÚBLICO, o economista e académico Ricardo Paes Mamede, insuspeito de ser um liberal clássico, dizia que a economia portuguesa “depende muitíssimo menos do Estado do que alguns parecem julgar”. Prova disso mesmo são os rankings da divida pública das principais agências mundiais: se a Moody's mantêm a perspectiva do país no “estável”, a Standard and Poor's manteve este mês, quando a crise estava no ar, uma perspectiva positiva. Outro sinal: no dia em que o Governo caía, a Volkswagen anunciava um investimento volumoso para construir um carro eléctrico em Portugal.
Claro que ter um governo é sempre garantia de que a administração administra e não há paragens nem compassos de espera nas decisões que impactam os cidadãos ou o tecido económico. Programas gigantes como o PRR, podem sofrer contratempos. Mas, no essencial, o governo em gestão corrente ou a transição de pastas e assuntos para outro governo não perturba as rotinas do SNS, das escolas, da Segurança Social nem inibe os gestores e os empresários de seguirem a sua vida. O que nos leva a uma questão muito importante para o país: estaremos hoje mais adultos e menos dependentes do poder do Estado central? Estaremos mais perto dos belgas, mesmo não tendo o seu estado mais flexível e descentralizado?
Para discutir estas perguntas, o P24 convidou André Pinção Lucas, e director-executivo do Instituto +Liberdade, criador e coordenador do Projecto +Factos e co-autor do livro "Milhões a Voar – As mentiras que nos contaram sobre a TAP". O Instituto + Liberdade foi fundado em 2020 por, entre outros, Carlos Guimarães Pinto, Adolfo Mesquita Nunes e o empresário Carlos Moreira da Silva para promover o liberalismo político, económico e social em Portugal.
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