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A crise política anda no ar há um ano, empurrada por um governo com uma escassa maioria no parlamento e uma oposição crispada e tensa. A crise intensificou-se há pouco mais de duas semanas em torno de uma empresa da família Montenegro. A crise agravou-se até ao extremo este sábado à noite, quando o Governo avançou com um ultimato à oposição: ou os partidos lhe prometem que tem condições para governar, ou o Governo avança com uma moção de confiança.
Passando da linguagem cifrada dos bastidores parlamentares, o que ficou em cima da mesa é uma forte probabilidade de regressarmos a eleições antes de 9 de Setembro, a data limite para o Presidente em final de mandato poder dissolver a assembleia e convocar eleições.
Montenegro e os seus pares sabem que a oposição, a começar pelo PS, jamais dirá que sim, que apesar de toda a polémica em torno da empresa, o Governo pode governar. Como sabe que se avançar com uma moção de confiança, ela será chumbada. O que pretende então Montenegro? Sacudir a pressão e passá-la para os seus adversários? Tirar a polémica da empresa do radar e focar o debate nas responsabilidades da oposição? Seja o que for, a sua estratégia ficou baralhada com a decisão do PCP avançar com uma moção de censura. O PS diz que os comunistas morderam o isco.
Ainda na noite do sábado, alguns dos cinco ministros enviados para as televisões pelo governo aproveitaram a deixa: se a moção de censura do PCP for chumbada, o Governo dispensa-se de apresentar a sua moção de confiança. Seja qual for o desfecho, o clima político tornou-se mais tóxico e a estabilidade política mais improvável. Depois de um primeiro-ministro cair com um parágrafo de um comunicado do Ministério Público e de 75 mil euros em dinheiro vivo descoberto no gabinete do seu chefe de gabinete, um outro primeiro-ministro, o actual, arrisca-se a cair por suspeitas sobre conflitos de interesse em torno de uma empresa da sua família.
Depois de desperdiçar uma maioria parlamentar, um luxo na Europa, o país parece condenado a prolongar a instabilidade essencialmente por razões políticas – há problemas graves nos serviços público, mas os dados da economia são, felizmente, positivos. Entre as culpas próprias de Montenegro e o clima putrefacto da suspeição permanente inspirado nas teses da corrupção endémica da extrema-direita, o que aconteceu e o que nos espera?
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By PÚBLICO5
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A crise política anda no ar há um ano, empurrada por um governo com uma escassa maioria no parlamento e uma oposição crispada e tensa. A crise intensificou-se há pouco mais de duas semanas em torno de uma empresa da família Montenegro. A crise agravou-se até ao extremo este sábado à noite, quando o Governo avançou com um ultimato à oposição: ou os partidos lhe prometem que tem condições para governar, ou o Governo avança com uma moção de confiança.
Passando da linguagem cifrada dos bastidores parlamentares, o que ficou em cima da mesa é uma forte probabilidade de regressarmos a eleições antes de 9 de Setembro, a data limite para o Presidente em final de mandato poder dissolver a assembleia e convocar eleições.
Montenegro e os seus pares sabem que a oposição, a começar pelo PS, jamais dirá que sim, que apesar de toda a polémica em torno da empresa, o Governo pode governar. Como sabe que se avançar com uma moção de confiança, ela será chumbada. O que pretende então Montenegro? Sacudir a pressão e passá-la para os seus adversários? Tirar a polémica da empresa do radar e focar o debate nas responsabilidades da oposição? Seja o que for, a sua estratégia ficou baralhada com a decisão do PCP avançar com uma moção de censura. O PS diz que os comunistas morderam o isco.
Ainda na noite do sábado, alguns dos cinco ministros enviados para as televisões pelo governo aproveitaram a deixa: se a moção de censura do PCP for chumbada, o Governo dispensa-se de apresentar a sua moção de confiança. Seja qual for o desfecho, o clima político tornou-se mais tóxico e a estabilidade política mais improvável. Depois de um primeiro-ministro cair com um parágrafo de um comunicado do Ministério Público e de 75 mil euros em dinheiro vivo descoberto no gabinete do seu chefe de gabinete, um outro primeiro-ministro, o actual, arrisca-se a cair por suspeitas sobre conflitos de interesse em torno de uma empresa da sua família.
Depois de desperdiçar uma maioria parlamentar, um luxo na Europa, o país parece condenado a prolongar a instabilidade essencialmente por razões políticas – há problemas graves nos serviços público, mas os dados da economia são, felizmente, positivos. Entre as culpas próprias de Montenegro e o clima putrefacto da suspeição permanente inspirado nas teses da corrupção endémica da extrema-direita, o que aconteceu e o que nos espera?
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