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De cada vez que fala, como aqui numa declaração ao Jornal Económico, o ministro da Economia, Pedro Reis, não esconde a vaidade com os números do investimento estrangeiro. Não está só: o Banco de Portugal usa as estatísticas dos montantes de dinheiro aplicados por estrangeiros no país como prova de que estamos no bom caminho. E, como não podia deixar de ser, o primeiro-ministro não perde oportunidade para dar brilho à governação com os cerca de 5,6 mil milhões de euros que os investidores de várias geografias aplicaram em Portugal no ano passado, entre Janeiro e Setembro.
Nos últimos dias, essa tendência ganhou um novo símbolo: a fábrica de baterias de lítio em Sines na qual os chineses da CALB vão investir dois mil milhões de euros. A aposta vai criar 1800 postos de trabalho. E promete dar um empurrão à economia. Para termos a ideia do que está em causa, consideremos este dado: as exportações da Autoeuropa representam 1,5% do PIB de Portugal; quando estiver em velocidade de cruzeiro, as vendas da gigantesca fábrica da CALB podem representar 4%.
Com este negócio, Portugal reforça a sua posição no campeonato da atracção de investimento estrangeiro. No final de 2024, o stock de investimento directo estrangeiro em Portugal (IDE) era de 200 mil milhões de euros, um recorde desde que há registos. Na actual turbulência geopolítica, os trunfos de Portugal começam a tornar-se importantes: pela estabilidade, pela segurança, mas principalmente pela qualificação e abertura à inovação das novas gerações de portugueses.
Um estudo da consultora EY notava que 77% dos empresários consultados diziam que os trunfos de Portugal na atracção de investimento estrangeiro vão melhorar nos próximos três anos. A percentagem da população a trabalhar em empresas com incorporação de ciência e tecnologia aumentou de 21,7 para 31,9% entre 2013 e 2024, ou seja, um aumento de 47%. No mesmo período, gastos em investigação e desenvolvimento passaram de 215 para 398 euros por habitante, ou seja, mais 81% - ainda assim longe dos 793 euros em média dos 27.
O que está a acontecer em Portugal? Será esta tendência sustentável no futuro próximo? Fomos à procura de respostas e convidámos para este episódio do P24 Manuel Caldeira Cabral, ex-ministro da Economia e professor de Economia da Universidade do Minho.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
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De cada vez que fala, como aqui numa declaração ao Jornal Económico, o ministro da Economia, Pedro Reis, não esconde a vaidade com os números do investimento estrangeiro. Não está só: o Banco de Portugal usa as estatísticas dos montantes de dinheiro aplicados por estrangeiros no país como prova de que estamos no bom caminho. E, como não podia deixar de ser, o primeiro-ministro não perde oportunidade para dar brilho à governação com os cerca de 5,6 mil milhões de euros que os investidores de várias geografias aplicaram em Portugal no ano passado, entre Janeiro e Setembro.
Nos últimos dias, essa tendência ganhou um novo símbolo: a fábrica de baterias de lítio em Sines na qual os chineses da CALB vão investir dois mil milhões de euros. A aposta vai criar 1800 postos de trabalho. E promete dar um empurrão à economia. Para termos a ideia do que está em causa, consideremos este dado: as exportações da Autoeuropa representam 1,5% do PIB de Portugal; quando estiver em velocidade de cruzeiro, as vendas da gigantesca fábrica da CALB podem representar 4%.
Com este negócio, Portugal reforça a sua posição no campeonato da atracção de investimento estrangeiro. No final de 2024, o stock de investimento directo estrangeiro em Portugal (IDE) era de 200 mil milhões de euros, um recorde desde que há registos. Na actual turbulência geopolítica, os trunfos de Portugal começam a tornar-se importantes: pela estabilidade, pela segurança, mas principalmente pela qualificação e abertura à inovação das novas gerações de portugueses.
Um estudo da consultora EY notava que 77% dos empresários consultados diziam que os trunfos de Portugal na atracção de investimento estrangeiro vão melhorar nos próximos três anos. A percentagem da população a trabalhar em empresas com incorporação de ciência e tecnologia aumentou de 21,7 para 31,9% entre 2013 e 2024, ou seja, um aumento de 47%. No mesmo período, gastos em investigação e desenvolvimento passaram de 215 para 398 euros por habitante, ou seja, mais 81% - ainda assim longe dos 793 euros em média dos 27.
O que está a acontecer em Portugal? Será esta tendência sustentável no futuro próximo? Fomos à procura de respostas e convidámos para este episódio do P24 Manuel Caldeira Cabral, ex-ministro da Economia e professor de Economia da Universidade do Minho.
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