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André Ventura pediu uma oportunidade e o eleitorado de distritos como Beja, Faro ou Setúbal trataram de satisfazer esse pedido nas eleições do dia 18. Os portugueses que vivem acima da linha do Tejo, porém, não seguiram o mesmo caminho. Resultado, um mapa de Portugal dominado pela cor de laranja da AD no Norte e Centro, e com amplas manchas azul-escuro do Chega no sul. Neste mapa que para a generalidade dos analistas acabou de vez com o bipartidarismo em Portugal, o PS aparece na liderança dos votos apenas no distrito de Évora. Como interpretar esta divisão, este colorido?
O P24 foi à procura das respostas do sociólogo Rui Pena Pires, do ISCTE, em Lisboa, e pôde confirmar que há uma velha dualidade na sociedade portuguesa que permanece viva. O Portugal do Atlântico continua a ser diferente do Portugal do Mediterrâneo, para usar a separação do geógrafo Orlando Ribeiro, e não apenas na orografia, no clima ou no coberto vegetal. O país está dividido por remotas marcas da história que, para usar a expressão de Rui Pena Pires, revelam uma maior propensão para a insurgência no sul e para um maior conservadorismo no norte. Antes essa insurgência tinha como destino o Partido Comunista; agora quem a capitaliza é o Chega.
Vale a pena colocar esta perspectiva na análise porque se é verdade que o Chega cresceu imenso em todos os distritos de há seis anos a esta parte, no Norte e Centro só no distrito de Viana do Castelo obteve um resultado acima da média nacional – e apenas por 0,4%. Mas conforme se desce no mapa, o Chega vai ganhando força. Começa a obter resultados acima da média em Leiria e Santarém, onde fica em segundo lugar, e conquista o pódio em Portalegre, Setúbal, Beja e Faro, onde obtém quase 34% dos votos. No cheguistão do sul, só Évora resiste.
O que nos diz este mapa sobre o país e que continuidades e mudanças podemos esperar nas autárquicas deste ano? Rui Pena Pires, doutorado em sociologia e investigador do observatório da emigração dá-nos respostas.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
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André Ventura pediu uma oportunidade e o eleitorado de distritos como Beja, Faro ou Setúbal trataram de satisfazer esse pedido nas eleições do dia 18. Os portugueses que vivem acima da linha do Tejo, porém, não seguiram o mesmo caminho. Resultado, um mapa de Portugal dominado pela cor de laranja da AD no Norte e Centro, e com amplas manchas azul-escuro do Chega no sul. Neste mapa que para a generalidade dos analistas acabou de vez com o bipartidarismo em Portugal, o PS aparece na liderança dos votos apenas no distrito de Évora. Como interpretar esta divisão, este colorido?
O P24 foi à procura das respostas do sociólogo Rui Pena Pires, do ISCTE, em Lisboa, e pôde confirmar que há uma velha dualidade na sociedade portuguesa que permanece viva. O Portugal do Atlântico continua a ser diferente do Portugal do Mediterrâneo, para usar a separação do geógrafo Orlando Ribeiro, e não apenas na orografia, no clima ou no coberto vegetal. O país está dividido por remotas marcas da história que, para usar a expressão de Rui Pena Pires, revelam uma maior propensão para a insurgência no sul e para um maior conservadorismo no norte. Antes essa insurgência tinha como destino o Partido Comunista; agora quem a capitaliza é o Chega.
Vale a pena colocar esta perspectiva na análise porque se é verdade que o Chega cresceu imenso em todos os distritos de há seis anos a esta parte, no Norte e Centro só no distrito de Viana do Castelo obteve um resultado acima da média nacional – e apenas por 0,4%. Mas conforme se desce no mapa, o Chega vai ganhando força. Começa a obter resultados acima da média em Leiria e Santarém, onde fica em segundo lugar, e conquista o pódio em Portalegre, Setúbal, Beja e Faro, onde obtém quase 34% dos votos. No cheguistão do sul, só Évora resiste.
O que nos diz este mapa sobre o país e que continuidades e mudanças podemos esperar nas autárquicas deste ano? Rui Pena Pires, doutorado em sociologia e investigador do observatório da emigração dá-nos respostas.
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